Eu sei que muitas das coisas que fazemos sob pressão podem resultar em tragédias. Muitas das vezes que agimos por impulso ou na emoção podemos armar um desastre para nós mesmos. Temos que ser prudentes em agir sempre na razão. Mas as vezes, mesmo pensando que estamos sendo racionais sobre nossas atitudes, acabamos fazendo escolhas erradas e entrando numa roubada gigantesca.
E eu tenho certeza de que acabei de fazer isso comigo mesma.
Tive uma ligação meio complicada com Tom, e isso fez com que eu tivesse a ideia mais maluca de todas de chamá-lo para vir para cá. Eu não sei o que deu nele, ele parecia tão agitado. Sua voz estava tão trêmula que eu quase senti vontade de chorar. E acho que por conta de toda essa curiosidade, resolvi agir na emoção, ignorando totalmente a porra da razão. E agora o rapaz está à caminho da minha casa.
Ou melhor...
"Estou aqui."
Encho meus pulmões com todo o ar possível, encarando a tela do celular.
Sam está lá fora. E agora que minha cabeça está funcionando direito... estou meio apreensiva. E se ela vir Tom antes que eu possa avisa-la de que eu o chamei para vir aqui? E se ele não se sentir confortável e resolver ir embora? E se ele não estiver realmente aqui? Talvez eu esteja enlouquecendo e tudo o que eu já vivi até agora tenha sido uma baita ilusão.
Tudo bem, estou mesmo paranóica.
Mas não posso negar, são muitos "e se?" para uma só situação. E isso é bizarro.
—Ele já foi. — Ouço uma voz feminina atrás de mim e quase sinto meu coração escorregar para o outro lado do peito com o susto que acabei tomando.
Me viro para olhar Sam, mas a garota já está jogada de costas por cima da bagunça que está minha cama.
—Quem já foi? — Agarro o celular contra o peito e arregalo os olhos para a garota.
Samantha arqueia uma sobrancelha para minha reação um tanto exagerada.
—Joe. — Ela se apoia nos cotovelos. — Sabe, eu o conheço há tanto tempo, mas mesmo assim eu ainda o chateio com as merdas que eu falo...
Suspiro angustiada.
Tanto a porta do quarto quanto a da cozinha estão abertas, e como o pequeno corredor da casa se estende diretamente entre esses dois cômodos, consigo ver se algo, ou... alguém aparecer. E é apenas nisso que estou concentrada enquanto ouço Sam tagarelar.
—Não é como se eu só fizesse isso com Joe, as vezes sinto que sou uma péssima amiga para todo mundo. — Ela murmura tampando o rosto com os braços. — Acha que sou uma péssima amiga?
No momento em que a garota dirige a palavra à mim, ouço o som do meu celular apitar.
Não respondo. Mas não porque não tenho o que dizer, e sim porque meu coração está entalado na garganta, e as palavras estão sufocadas sem terem chance de sair.
VOCÊ ESTÁ LENDO
sua mente obscura - Tom Kaulitz
Romansa"𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒎𝒆 𝒇𝒂𝒛 𝒇𝒆𝒍𝒊𝒛... 𝒎𝒂𝒔 𝒆𝒖 𝒏𝒂̃𝒐 𝒎𝒆𝒓𝒆𝒄̧𝒐 𝒆𝒔𝒔𝒂 𝒇𝒆𝒍𝒊𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆." Zoe Fischer é uma garota com um passado perturbador, trágico e cruel. As angústias antes sentidas já não oferecem tanta importância a essa garota...