"𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒎𝒆 𝒇𝒂𝒛 𝒇𝒆𝒍𝒊𝒛... 𝒎𝒂𝒔 𝒆𝒖 𝒏𝒂̃𝒐 𝒎𝒆𝒓𝒆𝒄̧𝒐 𝒆𝒔𝒔𝒂 𝒇𝒆𝒍𝒊𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆."
Zoe Fischer é uma garota com um passado perturbador, trágico e cruel. As angústias antes sentidas já não oferecem tanta importância a essa garota...
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—Já passam das onze.
É a primeira coisa que ouço assim que abro a porta dos fundos, me dando a visão da cozinha, onde está Suzanne em pé e segurando um copo de água ao lado da pia.
—Imprevistos. — Digo simplesmente, largando as chaves da porta no balcão.
Minha tia revira os olhos quando digo isso.
Quando disse que ela não se importa com minha ausência, não estava mentindo. Ela normalmente só sente minha falta na primeira terça-feira de cada mês, que é quando ela espera que eu chegue em casa com todos os seus remédios em mãos.
Bom, eu realmente cumpro o prometido todas as vezes, mas hoje eu realmente fui surpreendida com tudo o que aconteceu.
—Imprevistos? — Ela dá um gole em sua água e tomba a cabeça de lado. — Você estava dando para alguém?
Estreito os olhos para ela.
É claro que ela pensa que eu estou mentindo.
—Não estava fazendo nada disso. — Me defendo.
—Então estava se drogando? É isso que você costuma fazer, não é?
Caminho até a geladeira e a abro. Não estou com fome, não estou procurando por nada, mas preciso me distrair com alguma coisa para me impedir de respondê-la com grosseria.
—Não, Suzanne. Não estava fazendo nenhuma dessas coisas. Houve um incidente, só isso. — Respiro fundo e fico encarando uma caixa de leite por tempo suficiente até sentir que meu corpo não está mais fervendo de raiva.
Consigo ouvir quando ela pigarreia com um riso amargo.
—Que tipo de incidente? — O tom sarcástico em sua voz faz com que eu feche a porta da geladeira com um baque e me vire para ela com a mandíbula travada.
—Do tipo que não lhe diz respeito porque você não tem um pingo de empatia nesse espaço vazio que você tem no peito. — Solto as palavras entredentes.
Ela está inexpressiva quando termino de dizer isso.
—Você bateu a porta da geladeira. — Ela avisa calmamente.
Solto o ar preso em meus pulmões numa forma agoniada de risada.
—Você deve estar brincando comigo. — Digo franzindo as sobrancelhas. — Porra, eu acabei de chegar do trabalho, estou exausta, ajudei uma criança a se salvar de um atropelamento e a sua preocupação é o fato de eu ter batido a porta da geladeira? Qual é o seu problema, caralho?
Ela aperta os olhos, deixando uma mísera brecha entre eles.
—Você ainda não aprendeu que deve me tratar com respeito? — Ela ainda está segurando o copo de água, e daqui posso ver as gotículas balançarem conforme sua irritação surge.