25.

53 12 0
                                    

1 semana depois

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

1 semana depois

"Lamentamos muito, mas a vaga já foi preenchida."

Aperto os olhos tentando fazer com que meus olhos se adaptem ao brilho do celular. Solto um suspiro derrotado em seguida. Ainda são nove da manhã e o dia já está no caminho certo para ser uma tragédia.

Tem uma semana que recebi a visita dos meus amigos. E isso significa que também tem uma semana que perdi meu emprego. Desde que isso aconteceu, tenho lutado com unhas e dentes para encontrar algum trabalho que possa substituir o antigo. Mas acho que essa tem sido a maior tarefa que já me obriguei a cumprir.

É comum que todas as empresas peçam ao novo candidato ao cargo para que faça uma carga de exames antes de ser aprovado. O problema para mim é exatamente esse. Nenhuma empresa contrataria uma drogada. Eu até consigo esconder esse fato por um tempo, mas passa a ser impossível no momento em que uma enfermeira velhinha enche um frasco com meu sangue e percebe que ele pode ser mais impuro do que ar poluído. Mas existem lugares que podem ter ainda mais empecilhos, e que acabam me recusando pelo meu passado. E sinceramente, isso é ainda pior.

Minha visão está turva enquanto tento fazer minha pressão se estabilizar. Já é a segunda vez na semana que passo pela sessão de triagem para arrancar litros de sangue do meu corpo. Tudo bem, estou exagerando. Mas estou tão fraca que parece que acabei de fazer exatamente isso.

—Feche bem o punho. — A senhora pede enquanto observa atentamente o sangue escorrer pelo fino tubo conectado do meu braço ao frasco. — Aguente só mais um pouco, querida.

Assinto lentamente e fecho os olhos mais uma vez.

Droga, eu odeio hospitais.

—Prontinho. — Faço uma careta quando sinto a agulha sair lentamente da minha pele.

A mulher vai até uma mesa e começa a mexer em algo disposto sobre uma bandeja. Não consigo enxergar, e o som que ecoa pela sala silenciosa é apenas de utensílios metálicos.

—Aqui, beba isso. — Ela se vira para mim novamente segurando um copinho plástico cheio de um líquido rosado.

Não contesto, meu estômago está tão sensível que sinto que se tentar falar posso acabar vomitando.

Bebo tudo em um só gole, mas quase engasgo quando sinto o gosto amargo e ferroso tocar minha língua.

—O que é isso? — Pergunto para a enfermeira franzindo totalmente o rosto.

—Algo que vai te impedir de desmaiar. — Ela arqueia as sobrancelhas para mim, enquanto retira as luvas de látex das mãos. — Espere aqui por pelo menos meia hora antes de ir embora.

E então ela sai da sala, me deixando sozinha e enjoada.

Respiro fundo e tento puxar meu celular para cima usando o braço que não está fraco. Não sei exatamente o que fazer nele, não o uso para me distrair ou coisa assim, normalmente o que me ajuda nisso é a maconha, mas como Tom fez o favor de me fornecer um aparelho novinho em folha, o mínimo que devo fazer é usufruir.

sua mente obscura - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora