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Há cinco anos atrás, quando eu percebi que minha vida não era mais tão interessante quanto antes, eu decidi que viveria loucamente até o momento em que eu resolvesse desistir de tudo

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Há cinco anos atrás, quando eu percebi que minha vida não era mais tão interessante quanto antes, eu decidi que viveria loucamente até o momento em que eu resolvesse desistir de tudo. Entre essas experiências, visitar lugares isolados ou até abandonados em Los Angeles se tornou um costume. Lugares em que eu pudesse me drogar sem ser vista. A primeira vez que eu vim parar na placa de Hollywood, eu estava com mais três pessoas, e todos nós acabamos aqui meio que "sem querer". Estávamos chapados, e todos sob efeito de ecstasy. O acúmulo de energia não nos permitia que ficássemos parados, andamos por tanto tempo que, de repente, estávamos aqui, em frente a melhor vista de toda a Califórnia.

Depois desse dia, comecei a vir aqui com frequência. Durante as madrugadas, trazia uma garrafa térmica com chocolate quente e pelo menos cinco gramas de maconha para durar a noite toda.

Passou a ser o meu lugar preferido. O meu lugar.

Mas quero mostrar essa paisagem para mais uma única pessoa.

A pessoa que não me faz sentir que minha vida está prestes a acabar. A única pessoa que demonstra se importar com o fato de que eu estou viva.

—É sério? Literalmente na placa de Hollywood? — Ouço uma voz ofegante dizer logo abaixo de mim.

Estou sentada em cima de uma das letras "O" do enorme letreiro, apreciando o pôr do sol quando vejo a silhueta de Tom aparecer de repente.

Sorrio. Mas não sorrio porque vejo graça no que ele acabou de dizer. Bem, isso também. Mas meu sorriso se abre automaticamente quando percebo que ele realmente veio. São várias milhas até que ele pudesse chegar até aqui, as montanhas são íngremes e o fato de que podemos ser presos por estarmos aqui é um grande motivo pelo qual qualquer pessoa recusaria esse convite.

Mas Tom está aqui. Ele veio me ver.

E eu estava torcendo para que ele viesse.

—Achou que faríamos um passeio com um guia turístico? — Digo um tanto alto para que me ouça.

O rapaz sorri e caminha até estar perto da placa onde estou sentada. Por trás da letra, existem barras de ferro que podem ser usadas como apoio para subir até aqui, e é isso que Tom decide fazer até estar sentado exatamente ao meu lado.

—Podemos ser pegos. — Ele afirma, pondo ambas as pernas para frente.

Viro meu rosto para olhá-lo, e dou de ombros.

—Que se fodam. — Aponto para frente. — Olha esse lugar, merece ser reconhecido.

Sinto que meus olhos estão brilhando conforme analiso toda a cidade daqui de cima. As árvores parecem enxames, cobrindo toda a extensão de terra que podemos avistar, todo esse verde intocável parece uma grande pintura. Os prédios parecem minúsculos daqui, e acho que isso faz com tudo seja ainda mais lindo.

sua mente obscura - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora