Capítulo 45 💘

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Às 15h do sábado Clarisse me deixou na porta no local da convenção e para minha surpresa tinha bastante gente. Não sei se era porque eu nunca tinha me interessado no assunto, mas eu não sabia que existiam tantos nerds viciados em animes, mangás e HQs. Fazer um evento só para se fantasiar de algum personagem parecia tão sem futuro.

Ao chegar perto da entrada me perguntei mais uma vez o que estava fazendo naquele lugar. Como eu havia parado ali? Não combinava comigo. Não era a toa que eu estava fazendo tudo escondido. Nanda nunca acreditaria, e Gabi, se ainda falasse comigo, iria no mínimo rir da minha cara. Meus pais no mínimo ficariam preocupados.

Lembrei de Gustavo. Ele acharia que eu tinha sido abduzida por alienígenas que fizeram uma lavagem cerebral em mim. Só isso para me fazer ir ao SuperCon. Ou então que eu estava fazendo de tudo para seguir em frente, e isso envolveria mudar completamente de vida. Então eu lembrei de toda situação sobre toda a escola saber o porquê do nosso término.

Quando entrei e olhei ao redor só vi gente desconhecida, o que por outro lado era bom. Muita gente com fantasias malucas que eu não fazia ideia do que eram, com exceção de alguns super heróis. Levei um susto quando nerds malucos fantasiados de Harry Potter passaram ao meu lado correndo e esbarraram em mim. Depois outras meninas fantasiadas de sei lá o que passaram por mim encarando minha fantasia de Daphne, provavelmente achando nada compatível com o evento.

Era muita gente num lugar só, parecia um formigueiro, e eu tentava procurar um rosto conhecido, mas não conseguia. Uma sensação de desespero bateu, e até um pouco de vontade de chorar. Passei por várias pessoas dando voltas tentando me encontrar naquele lugar. Até que minhas costas esbarraram em alguém que segurou os meus ombros, e eu me virei abruptamente. E era Thomas. Senti meu coração desacelerar no mesmo momento em que vi os seus olhos escuros brilhantes. Ele deu um sorriso rápido e eu não pude deixar de notar suas covinhas.

— Você veio. — Ele falou erguendo as sobrancelhas. — E representando o Scooby-Doo! — Ele observou a fantasia dos pés à cabeça e eu fiquei sem jeito.

— É... Eu acabei de chegar. Estava perdida aqui sem saber para onde ir... — Falei rindo escondendo a parte que eu estava quase chorando.

— Vem, nós estamos perto dos stands.

Thomas pegou a minha mão me guiando para fora daquela muvuca e eu pude respirar novamente.

O evento era bem maior do que eu imaginava. Tinha um palco grande que estava tendo alguma apresentação de um grupo de dança, uma área para jogos de videogame, karaokê, luta de espadas, futebol de botão... Tudo isso acontecendo ao mesmo tempo.

Vi de longe Luís, Melissa e Dênis sentados num banco, todos muito bem fantasiados de coisas que eu não fazia ideia do que poderia ser. Thomas soltou minha mão quando chegamos mais perto deles, o que fazia sentido, porque eu não queria passar nenhuma impressão errada. Até porque não tinha nada entre nós dois.

— Eu ganhei a aposta. Ela veio! — Dênis disse quando nos aproximamos e estendeu a mão para Luís, que revirou os olhos e lhe deu uma nota de 5 reais.

— E veio fantasiada de Daphne! Estou orgulhosa de você, Clara! — Melissa se levantou e pegou minha mão para eu dar um giro, me fazendo rir.

— Tenho que admitir que até eu estou surpresa comigo mesma. Foi ideia da minha prima. — Eu disse. — Mas e vocês, do que estão fantasiados?

Dênis se levantou e começou as apresentações:

— Em primeiro lugar, o termo correto é cosplay. — Thomas revirou os olhos de brincadeira. — Mas vamos lá... Eu obviamente estou vestido de Goku, de Dragon Ball, você já deve ter ouvido falar. — Ele gesticulou.

As Palavras Não DitasOnde histórias criam vida. Descubra agora