Capítulo 7 💘

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Eu não sabia o que Gustavo tinha em mente para esconder minhas notas. E se fosse ilegal, como hackear o sistema da escola? Mesmo estando receosa sobre qual era seu plano, eu queria que meus pais não soubessem para poder curtir minhas férias com meus amigos, coisa que muito provavelmente não aconteceria se eu contasse a verdade. Na verdade, eu queria contar a verdade se eu soubesse que meu pais me deixariam ir, até para não ficar com peso na consciência. Mas, dadas as circunstâncias, essa era a minha única escolha.

Acordei cedo porque tinha esquecido de desligar o despertador, coisa que sempre acontece quando eu posso dormir até mais tarde. Olhei no celular e vi que tinha uma mensagem de Gustavo, que tinha sido enviada quando estava dormindo.

Gustavo ❤️

Gustavo: Clara, ta acordada?
Minha mãe vai me deixar na sua casa de 9h, tudo bem?

Clara: Certo!

Depois de enviar a mensagem fui ver a hora e levei um susto. Como assim 8:51?!, pensei, já levantando num pulo só. Eu tinha acordado de 6:40 com a droga do despertador que eu esqueci de desativar. Então provavelmente eu voltei a dormir e acordei sem perceber.

Eu tinha nove minutos para tomar café tomar banho e receber Gustavo. Dane-se o café!, pensei. Era melhor estar faminta do que fedida na frente do meu namorado. Corri para o chuveiro e tomei um banho rápido sem lavar o cabelo só para tirar a inhaca e quando terminei passei um perfume no cabelo, visto que já fazia bem uns dois dias que eu não o lavava. Depois de colocar um short e uma blusa qualquer escutei a campainha tocar. Mas já?

Eu nem tinha penteado o cabelo ainda, então só fiz prendê-lo num coque e fui atender a porta como se eu não tivesse acabado de acordar.

— Bom dia, coisa linda! — Gustavo me disse assim que abri a porta e me deu um selinho antes mesmo de eu dizer alguma coisa, o que me fez lembrar que eu tinha esquecido de escovar os dentes. Ele pareceu não perceber e entrou em casa.

— Bom dia, Gustavo! — Minha mãe surgiu na sala e veio dar um abraço nele.

— Oi, dona Estela! — Ele falou e eu continuei testando se a meu hálito estava tão ruim assim antes que eles percebessem.

— Eu vou precisar sair para fazer a feira agora, mas eu volto antes do almoço, ok? Se comportem.

— Sim, senhora. — Gustavo respondeu rindo vendo minha mãe andar até a porta.

— Tchau! — Ela disse assim que saiu.

Gustavo olhou para mim e veio até a minha direção já pronto para me encher de beijos, mas rapidamente eu avisei:

— Miguel está aqui! E ele vai ficar de babá. — Falei baixinho segurando o seu ombro. Era mais por causa do meu bafinho do que meu irmão.

— Ah... — Ele se distanciou com vergonha e eu me senti mal por ter cortado seu barato.

— Desculpa... Ei, eu ainda não tomei café. Vamos para cozinha? — Ele concordou, ainda meio xoxo, e me acompanhou.

— Então, qual é a sua ideia? — Falei enquanto preparava meu café.

— Eu acho melhor não falar, por causa... — Ele gesticulou querendo dizer sobre Miguel. — Eu faço no computador. É bem rápido.

Depois de comer pão de queijo e tomar meu café enquanto Gustavo ditava o que faríamos em cada dia da viagem (incluindo trilha, piquenique, toboágua improvisado e churrasco) fomos para o meu quarto para ele, de alguma forma, alterar minhas notas. Fiz questão de deixar a porta escancarada, para caso o meu irmão aparecesse viria que estávamos apenas no computador.

As Palavras Não DitasOnde histórias criam vida. Descubra agora