Capítulo 49 💘

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Você está louca, Clara?! Por acaso perdeu o juízo?! O bom senso?!Clarisse só faltou sair pelo telefone para puxar minha orelha até ela desgrudar do meu corpo.

Depois de passar alguns minutos me escondendo no banheiro, tomei coragem para sair e fui até a lanchonete, tentando fingir naturalidade enquanto eu pedia ajuda para a única pessoa que sabia sobre Thomas, que era a minha querida prima.

Eu nem ia beijar ele! Eu só ia agradecer por tudo que ele estava fazendo por mim... Mas na hora eu entrei em pânico!Falei sussurrando na parede da lanchonete, esperando meu misto quente ficar pronto.

Quem é que agarra um cara quando entra em pânico? Clara, por que em sã consciência você fez uma coisa tão estúpida como essa?!Ela gritou tão alto que eu até distanciei o celular do ouvido. Fiquei pensando se ela estava falando alto desse jeito na frente de todos da empresa.

Lisse, para! Eu sei que eu errei, ok? É por isso que eu estou te ligando, pra você me ajudar, e não pra me crucificar!Eu já estava nervosa e com minha prima gritando no pé do meu ouvido eu estava só piorando.

Certo, certo. Desculpa...Ouvi Clarisse suspirar. — Eu sei que você está gostando dele. Não precisa nem me dizer nada. Desde que você começou a ir pra faculdade pra se encontrar com o grupo de Thomas eu vi que havia alguma coisa... Mas Clara, eu acho que você não está entendendo. Por acaso você esqueceu que você é de menor e ele de maior? Além de ser demitido ele pode ser preso! E isso nem vai ser culpa dele! É sério!

Fechei os olhos com força só de pensar nessa possibilidade. Aonde eu estava com a cabeça? Qual era a chance de eu e Thomas darmos certo diante daquelas circunstâncias? Eu certamente estava cega para tudo isso, e eu culpava seus olhos mágicos. Eles deviam ter me hipnotizado.

E agora? O que eu faço?Perguntei tentando manter a calma.

Nessa hora meu misto quente ficou pronto, então eu peguei e sentei numa mesa sozinha para que ninguém me escutasse.

Primeiro, esqueça essa sua paixonite por Thomas. É perigoso demais. Segundo, converse com ele pedindo desculpas e aproveite para pedir para ele resolver a questão das câmeras.

Eu odiava o fato de Clarisse estar sempre certa. Realmente, era perigoso demais. Se qualquer pessoa daquela escola soubesse que eu estava pegando ônibus com ele até a faculdade, teríamos sérios problemas. Eu não tinha escapatória naquele momento. Então eu agradeci e desliguei o telefone ainda me odiando por tudo que tinha feito.

— Ei, você! — Nanda brotou na cadeira ao meu lado, me dando um leve susto. — Onde você estava? Não te vi mais cedo na sala, não te vi no início do intervalo... O que você está escondendo de mim?" Ela falava num tom de brincadeira, como quem nunca imaginaria o que eu tinha acabado de fazer.

— Eu falei com Gabi. — Só não disse quando. Nanda ergueu as sobrancelhas. — Mostrei mais algumas coisas de Paulo... Acho que ela vai terminar com ele.

— Sério? Mesmo depois de tudo você ainda foi atrás dela? — Nanda cruzou os braços para mim.

Eu entendia porque ela pensava assim, afinal Gabi realmente escolheu acreditar nas mentiras de Paulo do que em mim, e eu mentiria se dissesse que isso não tinha me machucado. Só que eu sabia muito bem o porquê de tudo isso.

— Dependência emocional é uma droga. Eu cheguei bem perto disso e sei que não é fácil. — Nanda franziu as sobrancelhas. — É como se sua identidade e tudo o que você é se baseasse no seu relacionamento, e é por isso você não consegue escapar. Porque você acha que sem aquela pessoa você não é nada. É uma idolatria.

As Palavras Não DitasOnde histórias criam vida. Descubra agora