enfeitiçado

1.4K 99 131
                                    

•

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ele mesmo limpou o ferimento do braço com os remédios que já tinha em casa. Não era a primeira vez que levava um tiro, nem seria a última. Estava de boa.

No entanto, estava escutando a irmã implorar mais uma vez para que eles deixassem o morro e fossem recomeçar suas vidas em outro lugar.

Ana não suportava perceber que uma hora ou outra perderia seu irmão para sempre, isso atormentava sua mente.

- Você nunca me escuta. Você sabe que tem apenas dois caminhos se continuar nessa vida, irmão. Ou você morre ou você vai preso, e das duas formas eu fico sem você.

Ana estava enfaixando o braço dele porque isso ele não conseguiu fazer sozinho. Escutava o apelo dela e não se sentia digno de um amor assim tão puro, porque ele se recusava a escutar o que a irmã lhe pedia.

- Ana, já conversamos tantas vezes sobre isso e você sempre volta nesse assunto quando alguma coisa sai do controle. Você precisa aceitar que eu só saio daqui no dia que alguém tiver a capacidade de subir pra me tirar, não vai ser uma simples troca de tiro que vai me intimidar.

Ela bufou, começou a guardar os medicamentos dentro da maletinha de primeiros socorros. Não sabia por qual razão continuava insistindo mesmo sabendo o gênio do irmão mais velho, mesmo o conhecendo bem o bastante para saber que ele veio puxando ao pai e que nada faria com que ele mudasse de ideia.

Por conta do remédio para dor e das fortes emoções que ocorreram no dia, ele dormiu assim que deitou.

Do outro lado, Giovanna recebia a sua melhor amiga de infância no quarto do hotel. Não deu chances para que a Cris falasse nada, abraçou o corpo da loira com toda sua força porque naquele momento precisava.

Precisava muito disso.

- Me conta o que aconteceu. Eu sei que você está no meio de uma operação e você nunca me liga quando tá metida com trabalho. Eu to ficando preocupada.

As duas estavam sentadas na cama, uma de frente para a outra. Cris notou que a amiga estava abatida, triste para ser mais exata. Em todos esses anos só viu a policial com essa expressão quando Leonardo foi morto por tiros.

- Eu não poderia estar te contando isso, mas eu confio em você mais do que qualquer pessoa nesse mundo e to precisando desabafar com alguém que me conheça de verdade. Eu não to aguentando mais.

- Se abre comigo, coloca isso pra fora.

Cris apertou a mão dela passando confiança.

criminal | gnOnde histórias criam vida. Descubra agora