alvo na testa

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Uma semana se passou e ela só foi se dar conta que não saiu do morro dia nenhum, quando seu celular tocou.

Pra ser sincera, as vezes ela esquecia que estava ali a trabalho. Era tão boa a sua convivência com as meninas, com a rotina que foi construída entre elas, com dormir e acordar ao lado dele quase todas as noites, porque tinha noites que ele passava acordado resolvendo suas coisas.

Tudo estava incrivelmente confortável. Se sentia em casa dentro daquele morro, e isso para a Giovanna de meses atrás seria impossível de acontecer.

Estando ao lado de Alexandre, conseguiu descobrir uma ou duas informações valiosas para a polícia, mas ela não conseguiu passar nada pra eles. Poderia ser a paixão por ele falando mais alto, porém ela sentia que deveria ficar de olho aberto e esperar.

Duas noites atrás estava jantando com Alexandre e Ana, quando Wagner entrou na sala chamando pelo amigo.

Escutou eles conversando sobre a última invasão que teve no morro quando ele levou o tiro. Wagner afirmou que o "GV" já tinha garantido a parada, e que o recado havia sido dado com sucesso.

Não sabia o que aquilo queria dizer. Ainda.

Acordou de seus devaneios com o toque insistente do número que ela sabia de quem era. Sorte que estava no quarto sozinha, saiu na sacada para atender contra sua vontade.

— Que bom que está viva. Esses dias todos sem notícias suas, pensei que estava no fundo de uma vala. – a voz do secretário ecoou em seu ouvido.

— Eu não tinha motivos pra fazer contato. Não tenho nada pra falar ainda. – cruzou os braços.

Ouviu o homem bufar do outro lado da linha.

— Como assim? Não é possível que você está sendo paga pra brincar de casinha com o maior traficante do estado.

— Quer trocar de lugar comigo? Vem pra cá, fica aqui no meu lugar e experimenta pra vê se é fácil assim. Se você tem consciência de que ele é o maior traficante de todos, acha mesmo que vai ser bobo de dar mole?

— Giovanna, você já está com ele faz um mês. Não é possível que ele ainda não tenha soltado alguma coisa, ou dado um deslize qualquer.

Ela respirou fundo.

— Tem uma coisa. Eu ia te ligar mais tarde quando fosse mais verídico a informação, mas como você tá com uma pressa enorme, vou adiantar. Parece que ele vai receber um carregamento de armas hoje à noite, eu não sei por qual das entradas do morro que vai chegar, aviso se descobrir alguma coisa.

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⏰ Última atualização: Jul 19 ⏰

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