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Na manhã seguinte, Sam acordou cedo e foi para o hospital graças a uma chamada de emergência. Um elevador havia despencado do décimo andar, haviam dois óbitos e três vítimas em estado grave.

Sam entrou em cirurgia as dez da manhã e saiu apenas às nove da manhã do dia seguinte do bloco cirúrgico. Estava tão cansada que sentia que iria desmaiar a qualquer momento. Reuniu forças para ir para casa, tomou banho e deitou. Acordou quase doze horas depois, sentindo que um caminhão a havia atropelado.

Tomou café da manhã, vestiu-se em um vestido verde folgado e soltou os cabelos antes de dirigir até onde seu coração a guiava.

Mon.

_... você continua péssimo como sempre. -A doutora ouviu a voz de Mon ao chegar perto da porta.

_Qual é, você não facilita. Preciso de mais prática, claro, mas você não ajuda! -Uma voz grossa soou depois.

Sam bateu na porta e alguns segundos se passaram até que fosse aberta. Um rapaz alto, musculoso e com tatuagens impecáveis surgiu.

_Boa tarde? A moça está perdida? -O rapaz sorriu galanteador. Só então Sam percebeu que ele era meio caucasiano como Mon.

_Sam! -Mon disse se levantando com dificuldade, se apoiou nas muletas e foi até a porta.

_Sam? -O rapaz franziu o cenho. _Ela é a médica linda de quem você tanto falou?

_Cala a boca ou juro que vou te acertar com minha muleta. -Mon disse brava.

_Se você erguer uma muleta, a outra vai cair e você também. -Ele riu. _Eu sou Jet, irmão de Mon. Por favor, doutora, fique a vontade. Vou deixá-la a sós com essa peste. -Ele bagunçou os cabelos de Mon antes de sair em direção a cozinha.

Sam estava um tanto boquiaberta.

_Desculpe interromper vocês. É que sumi por quase dois dias inteiros e não queria que pensasse que desisti de você. -Sam entrou e ajudou Mon a se sentar pegando-a pela cintura.

_Tudo bem. Eu imaginei que você tivesse muito trabalho, vi sobre o elevador que caiu e que levaram para o hospital da sua família. -Mon sorriu de canto. _Aceita? -Mon ergueu uma embalagem com shake proteico.

_Não, obrigada. -Sorriu gentilmente. _Fiquei praticamente 24 horas no bloco cirúrgico, quase perdi um paciente para dano neurológico permanente, não tenho certeza se ele vai acordar.

_Alguma vítima está em estado menos pior? -Mon tocou a mão da médica.

_Uma mulher. Teve uma fratura séria no quadril, mas vai se recuperar bem. O terceiro está entubado na UTI, somente o tempo dirá se ele irá ficar bem ou não. Além desses, tive outras cirurgias de emergência.

_Você parece exausta. Precisa descansar mais. -Mon acariciou o queixo dela. _Por que você não deita aqui e me deixa fazer cafuné nos seus cabelos? Se quiser podemos ir para o meu quarto.

_E seu irmão? E seus pais? Não quero que pensem mal de mim. -Sam estava genuinamente preocupada.

_Meus pais estão com minha avó, ela está tendo uma daquelas crises de reforma espontânea da casa e quer a ajuda de todos os filhos e cunhados. -Mon revirou os olhos. _Jet vai tomar conta de mim, mas com você aqui ele vai aproveitar pra estudar, tenho certeza.

_Hum... eu aceito ir para seu quarto então.

Sam sentiu-se envergonhada, mas acabou pegando Mon no colo, a levando consigo até o quarto dela.

_Que força, em? -Mon falou soltando um risinho. _Agora me coloca na cama.

_Mooonnn! -Sam riu do duplo sentido da brincadeira, sentiu a garota na cama e se colocou do lado dela.

A quinta garota | MONSAMOnde histórias criam vida. Descubra agora