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Depois de ficar 12 horas naquela galeria assistindo a cirurgia que Sam e seus pais realizaram, Mon ficou três dias sem dormir direito. Sempre que fechava os olhos lembrava das incisões e remoções dos vidros, da aparência pálida da atriz que enfeitava uma parede do quarto de seu irmão em um pôster lindíssimo em que ela estava armada até os dentes em um personagem de um lakorn de ação que havia ido ao ar recentemente.

Logo Jet voltaria para Londres e aquele quarto ficaria vazio. Mon pensou em tirar o pôster temporariamente, mas não saberia inventar uma desculpa que justificasse seu pequeno trauma.

Decidiu deixar de lado, afinal, logo aquela bela mulher estaria fora do hospital atuando outra vez.

O foco da líder de torcida foi todo para as provas finais e para a prova da faculdade de medicina.

Desde que ouviu o que aquele cara - Kirk - havia dito, Mon sentiu uma espécie de raiva imensurável crescer em seu corpo, dos pés até a cabeça, ganhando forma e proporções gigantescas. Por isso, uniu forças com Gyoza e juntas passaram a estudar ainda mais. Passariam na maldita prova e seriam as melhores.

Mon, secretamente, jurou ser a melhor das melhores.

A cada questão que fazia sobre medicina, mais se apaixonava pela teoria. Mal podia esperar pela prática e para sua sorte, Sam estava lá para alimentar seus mais belos devaneios.

_Acumulo de líquidos nos alvéolos e interstícios. Afeta o processo de oxigênio do sangue. -Sam estava ajudando Mon a estudar na noite de sábado. As duas estavam sentadas próximo a piscina da mansão, rodeadas de livros, com notebook e iPad ligados.

_Edema pulmonar. -Mon sorriu ao dizer convicta.

_Boa. -Deram um high-five.

O estudo se seguiu por quase uma hora e meia e então o jantar foi servido. Desta vez, Khun Neung estava à mesa junto das irmãs, da noiva e das cunhadas.

_Espero que Sam não esteja entupindo você de termos médicos. -Neung disse olhando gentilmente para Sam.

_Ela está me fazendo lembrar. -Mon se serviu de uma porção de camarão.

_Tenho certeza de que você será uma médica incrível. -Song falou com Mon. _A doutora Rasamee gostou muito de você, estivemos até conversando a seu respeito.

_Espero que coisas boas. -Mon sentiu o nervosismo preencher seu corpo.

_Coisas ótimas. Ela te aguarda no primeiro semestre da faculdade. -Song disse lançando um olhar desafiador a Sam que manteve a expressão neutra.

As garotas conversaram sobre o estado de saúde de Earn, o processo milionário que Fahlada abriu contra a empresa do drama que a atriz estava gravando e o quanto a mídia estava falando do acidente. Depois, falaram sobre o hospital outra vez e Khun Neung voltou a rejeitar sua parte da herança.

_Você é a mais velha e é Sam, a mais nova, que vai cuidar de tudo! -Song disse indignada.

_Já tivemos essa conversa inúmeras vezes. Tenho minha galeria, vivo da minha arte, nunca fui de esbanjar e cobiçar luxos, vocês sabem disso. -Neung disse com a mesma calma de sempre enquanto colocava a sobremesa de morango no pequeno prato de Aneung.

_Vamos supor que eu morra amanhã. -Sam disse sem mais nem menos.

_Não! -Mon disse quase que instantaneamente. Seu corpo doendo só de pensar na possibilidade.

_É uma suposição, amor. -Sam reforçou e tocou a mão dela. _Enfim, vamos supor que eu morra amanhã e Song não queira assumir os hospitais por já ter inúmeras clínicas. Você vai ter que assumir porque precisa de um herdeiro formal.

A quinta garota | MONSAMOnde histórias criam vida. Descubra agora