𝐂𝐚𝐫𝐫𝐢𝐞 𝐌𝐢𝐥𝐥𝐬 | onde Carrie tem que lidar com toda a história do caratê se quiser ter uma adolescência normal em Los Angeles
𝗛𝗮𝘄𝗸 𝗮𝗻𝗱 𝗧𝗵𝗲 𝗖𝗼𝗯𝗿𝗮 𝗞𝗮𝗶'𝘀
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ᵃ ᵖᵃʳᵗⁱʳ ᵈᵃ ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵃ ᵗᵉᵐᵖᵒʳᵃᵈᵃ
• . @𝑐𝑜𝑏𝑟𝑎𝐾𝑎𝑖 𝑎𝑙𝑡𝑒𝑟𝑛...
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DESDE QUE MIGUEL E SAM SE DESENTENDERAM DEPOIS DE ELE IR ATÉ A CASA DELA, ele estava muito chato. Nem Aisha e nem Carina aguentavam mais ouvir falar daquela menina — que por sinal era um desafeto de Mills, além de tudo pelo que Sam permitiu que fizessem com Aisha —.
Mas, muito mais estranho do que Miguel, estava Falcão, que de repente estava tentando se aproximar de Carina em tentativas sutis, e depois apenas fingia que ela não exisitia. Como já vinha acontecendo desde semana passada, no cinema.
Ele era um idiota, que agora além de tudo estava muito próximo de um grupo de mais idiotas com os quais ele podia se enturmar. Se somassem o QI de todos ali, não ultrapassaria o de uma pomba. Ele tratava mal os antigos amigos — ela e Demitri — para se aparecer para aquele grupinho que talvez estivesse mais alto na hierarquia social da escola mas que eram idiotas trogloditas.
Demitri e Eli não se falavam mais, não por falta de tentativa do moreno, claro. Ele sim estava de coração partido com o que estava acontecendo com o melhor amigo. Carrie sabia que, no fundo, ele tinha inveja de como Eli estava melhor e mais seguro de si do que Demitri talvez nunca seria, afinal do trio, Eli sempre fora o mais zoado. E a loira não faltara com avisos para que Demitri seguisse em frente também, que não aceitasse que o Ensino Médio inteiro fosse aquela vida de comer no banheiro e mendigar duplas e trios nos trabalhos coletivos.
Então, as vezes quando Demitri estava insuportável ou não conaeguia falar de outra coisa que não fosse Eli, ela simplesmente relevava. Ela sabia que ele sentia falta do melhor amigo e irmão binário mais do que tudo na vida. Eram inseparáveis, afinal.
Uma coisa que Carrie não estava conseguindo esquecer de jeito nenhum era o dia em que ouviu atrás da porta aquela ligação suspeita da mãe, fazia mais ou menos uns cinco dias. E como esqueceria? Ouvir atrás da porta virara um costume graças ao divórcio conturbado de seus pais. Se lembrava perfeitamente de se sentar ao lado da porta do quarto deles e passar horas por ali, tentando desvendar do que brigavam pela quinta vez na semana.
Talvez com essa história ela teria começado a gostar de observar as pessoas. As observava tanto que sabia que Demitri odiava o cheiro do pátio quando era dia de cachorro-quente, Miguel não usava aparelho a muito tempo porque vivia empurrando a borrachinha com a língua, e Eli com certeza não gostava de usar tanto gel no cabelo para por aquele moicano para cima todos os dias.
Mas isso não foi exatamente descoberto porque ela o observava muito (e ela o fazia com frequência), mas sim porque já conhecia Eli como a própria palma da mão, porque ele antes fora seu melhor amigo. E agora era só um estranho, bem ali, parado na sua frente, um estranho.
Ou até mesmo naquele banco do parque onde estavam, enquanto faziam hora depois da prova de sábado. Enquanto Aisha estava conversando com seu novo web namorado, Eli fazendo flexões no chão e treinando socos, Miguel estava sentado e com a cara amarrada e Demitri e Carrie dividiam um saco de suspiros.
