Capítulo Um

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Triny

Você nunca sabe o verdadeiro lado certo da história.
Eu vivi um caos, um labirinto na minha Cabeça, na minha vida inteira.
Ninguém nasce já sendo mau, suas escolhas te tornam.
E eu? Não, não foi diferente, o que eu fui.
Um Doce Caju.

***

Minha vida nunca foi perfeita, não tive amigos e nem muita gente perto de mim e minha vida toda.
Eu não sinto falta, queria ter tido várias experiências como ter um ou uma melhor amiga, ter noites de meninas e chegar sempre tarde e ter alguém a quem você confiar seus piores segredos, amiga a qualquer hora.

Eu vi como Tabita era, por muito tempo eu fui uma cola dela, por muito tempo eu quis ter ela como minha amiga, mas a vida se encarregou de nós colocar em lados diferentes, a vida sempre sabe das coisas bem antes de qualquer um e olhando para ela hoje eu não queria ser igual a ela nunca e me sinto grata a vida.

— A gente vai sair de férias? — eu queria ficar em casa, por todo o período que durasse as minhas férias de faculdade eu queria me divertir — Eu não vou! — falei e senti o meu Pai revirar os olhos mesmo não olhando para ele sabia.

— Para de fazer escândalo e vai arrumar logo sua mala, porque amanhã a gente vai ir sim! — berrou meu pai, como era incrível o modo que aquele senhor mudava de personalidade a cada momento, ainda a pouco estava muito feliz.

— Não precisas falar com ela assim, ela entendeu! — eu não entendi nada — Querida. — diz se aproximando e alisando as minhas bochechas como fazia quando eu era mais novinha — Vai arrumar suas malas, os outros já estão quase acabando, todo mundo vai, até os teus sobrinhos foram para o acampamento, a família toda vai sair nessas férias e você não és exceção! — falou com aquele jeito dela calmo, que era difícil de se dizer não, mas eu não era tão malinha assim!

— Mas mãe! — tentei falar.

— Por mim. — ela não foi por esse caminho!

— Apelar não vale! — solto uma gargalhada e a abraço, meu pai ficou nos olhando com cara de tédio.

— Por favor, Tirania, não faça nenhuma besteira, não estrague essa viagem — pediu meu pai, tão dramático como sempre e na vez dele também teria medo de me ter lá — Você já está crescida e sabes muito bem o que é bom e mal, não acabes com minha paciência me ajude por favor.

— Está bem papai! — falei mesmo não sendo de coração, sem largar mamãe.

Ficamos abraçadas por um bom tempo, mamãe falou algo em meus ouvidos e rimos juntas, papai olhou sem entender nada.

— Eu também quero um abraço, vai! — me desfiz de mamãe e fui no colo de Papai, era tão bom me sentir a pequena dele outra vez, é tão raro ele se importar comigo, que quando se importa gera uma dúvida do seu real objetivo, neste caso ele só quer me convencer a ir nessa merda de viagem.

Quando fiz sete anos, papai me mandou para Inglaterra, onde morava meu tio Jorge, o irmão da mãe, o meu super titio, foi super legal viver lá, imagina ter um tio melhor amigo, Pior inimigo, o segurança e tudo? É, foi bem assim!

Papai me mandou lá pois eu estava a ser desobediente e respondona segundo informações dos meus irmãos, nunca entendi isso, o motivo pelo qual todos afirmaram que sim, o único que ainda teve a sensibilidade de ser verdade foi o Apólo, segundo filho homem do Papai, terceiro filho na contagem, vezes agradeço por isso, já que me livraram de viver com eles. Por muito tempo eu me senti a excluída e rejeitada da família até pela minha própria mãe, agora eu não ligava mais para porra nenhuma.

TIRANIA, Meu Doce Caju.Onde histórias criam vida. Descubra agora