Capítulo Trinta e Dois

4 1 0
                                    

Ely

Se doía? Não, era bem pior que a dor era uma morte, eu esperava de tudo e o que ouvi nem chegava perto do que passava por minha cabeça. Fiquei esperando ela dizia que não foi ela a dar a ordem ou então que ela se arrependia por tudo, mas saber que foi mesmo ela a matar acabou com o meu mundo.

Era melhor quando eu achava que era o Sr Alonso, eu ainda tinha uma força de querer matar ele, mas com minha mãe minhas emoções ficaram confusas e simplesmente não sei o que fazer, Cacilda tinha todos os motivos para ter medo da minha mãe a ponto de querer fugir, quem me dera terem conseguido fugir, talvez eles estivessem vivos e a última imagem da minha filha não tivesse sido tão bárbaro, como minha mãe foi capaz de matar minha filha, minha família.

Apois ter feito Tirania dormir sai do quarto, talvez eu não devesse ter feito isso com ela, ter transado com ela sem estar a pensar nela e sim em toda raiva que eu estava a sentir de mim mesmo, eu não fui atento o suficiente para saber que minha mãe e minha mulher estavam em uma guerra silenciosa que acabou com minha família.

Eu nunca quis saber como minha mãe fazia para ter todo aquele dinheiro e pagar a minha formação, ela não tinha um negócio grandioso mas ela sempre teve dinheiro, mesmo todas as dividas que meu pai deixou ela pagou e eu não quis saber de onde ela conseguia tanto dinheiro. O que mais me mágoa é saber que ela também chorou a morte deles, ela viu todo o meu sofrimento,  que tipo de Mulher é ela? e infelizmente Ana Luiza acabou pagando o preço de toda a maldade da nossa mãe, ou então ela sabia? Eu não sei, quem é inocente nesse jogo, quem?

Preciso vingar Ana Luiza, sei que a ordem veio de Tabita, ela pode ter sido influenciada pela morte do irmão, mas ela não deveria ter colocado sangue de uma pessoa inocente, Ana Luiza não merecia ser uma moeda de troca neste jogo, minha pobre Ana, morreu sem saber a causa, eu vou dar fim ao clã do sol, nem que seja a última coisa que eu faço, nem que para isso eu vá preso.

Estava com uma dor insuportável na cabeça, talvez seja pelos dias ou a raiva que estou a sentir, eu não viveria em paz se eles não tivessem o que merecem. Não aguentei e derramai em lágrimas toda a dor, a frustração e decepção, eu queria ser forte o suficiente para não deixar o meu mundo abalado mas não, apenas chorei e me sentei como um menino que precisava do colo de sua mãe, eu queria viver na ilusão de que minha mãe era aquela senhora doce e meiga, infelizmente a realidade era como um muro ganho no estômago vezes repetidas.

Estava frio e eu não liguei, talvez fossem umas 3 da manhã ou 4 não sei, apenas sinto que meu mundo não terá um nascer de sol tão cedo.

Senti um manto sendo jogado em mim, e mão leves pousaem sobre mesmo ombros, Tirania fez carinho em meu cabelo bagunçado, me deu um abraço por trás e se afastou, eu queria ficar sozinho agora, mas eu queria ela aí comigo, eu preciso que ela fique comigo, me virei e segurei sua mão puxei ela para mim e ganhei um abraçou forte.

— Fique comigo, por favor, não me deixe preso nessa escuridão.

— Eu estou aqui, eu estou aqui! — eu chorava que nem um bebé e ela apenas me abraçou, eu me sentia bem em seus braços, me sentia em casa.

— Não saia da minha vida, por favor fique comigo.

— Ely!

— Eu não sei o que fazer, eu queria matar a pessoa que matou minha família, eu queria acabar com a vida dele e fazer ele sofrer, mas essa pessoa é uma das pessoas que eu mais amo no mundo, minha mãe acabou comigo há dois anos e está fazendo o mesmo agora! — eu não aguentava ficar em pé e me sentei, Tirania me seguiu sem desfazer o abraço, ela não disse nada apenas me abraçou. — Ela não se cansa de me fazer sofrer, mesmo quando não quer.

TIRANIA, Meu Doce Caju.Onde histórias criam vida. Descubra agora