Porque você é a única

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Lauren

Caminhei lentamente pelas lojas do shopping, tentando prestar atenção nas falas de Clara Jauregui, mas minha mente não cooperava, sempre me levando de volta para aquela latina dos olhos castanhos. Depois do jogo de ontem, tentei conversar com a mesma no vestiário, mas ela não me deu muita bola e quando perguntei se ela queria passar a noite comigo ela disse que estava cansada.

Eu sabia que tinha algo de errado, principalmente quando eu tentei deixar um selinho de despedida em seus lábios e ela virou o rosto, fazendo com que o beijo fosse em sua bochecha. Eu precisava conversar com ela, mas não forcei a barra ontem. Seja o que for que tenha acontecido, ela estava muito estressada pra ter qualquer diálogo sem discutir e eu não queria isso.

- Filha? - Ouvi a mais velha chamar, me fazendo voltar a realidade - Você ouviu alguma coisa do que eu falei? - Perguntou, me olhando desconfiada.

- Na verdade... não - Cocei a nuca, sem graça - Desculpa mãe, estava pensando em algumas coisas e acabei não prestando atenção - Me expliquei, deixando um suspiro resignado sair pelos meus lábios.

- Sei...esse "algumas coisas" tem nome e sobrenome, né? - Clara me olhou, com os olhos cerrados.

- É realmente impossível esconder qualquer coisa de você - Bufei contrariada, mantendo meus passos ao lado dela, desviando de algumas pessoas que apareciam em nossa frente - É a Camila...

- O que ela fez? - Parou bruscamente, segurando meu braço de forma protetora - Eu sabia que isso não ia dar certo - Seu semblante era sério enquanto aguardava minha resposta.

- Mãe, calma - Segurei sua mão que me apertava com firmeza - Não é nada disso que você está pensando. Tá tudo bem, relaxa - Tranquilizei a mais velha, que respirou fundo antes de me soltar, voltando a caminhar comigo em seu encalço.

- Desculpa, Lauren. É que você sabe o quanto eu me preocupo com você e isso acaba me fazendo pensar sempre no pior - Encarei a mesma com um olhar empático. Minha mãe sempre foi assim, extremamente protetora por causa da minha condição, tanto que quase chegava a me sufocar. Quando eu era mais nova, eu me irritava, mas à medida que o tempo foi passando, eu comecei a entender o lado dela. Então eu só tentava não causar nenhum tipo de preocupação na mesma.

- Ei, Clara Jauregui - Parei de andar, me virando de frente pra ela - Não se desculpe, eu sei que é o seu jeito de cuidar de mim, tá tudo bem, de verdade - Levei uma de minhas mãos até seu ombro, dando um leve aperto - Mas, por favor, dá uma chance pra Camila. Ela é uma mulher incrível e de um coração enorme, nunca me fez nenhum mal, muito pelo contrário. E o seu neto é apaixonado por ela - Lembrei do dia em que Theo Implorou pra que a latina fosse ver os seus brinquedos, na casa dos meus pais.

- Não só ele, pelo visto - Clara apontou, contrariada - Tudo bem, filha, vou dar pra sua namorada o benefício da dúvida - Sorri pra mais velha, antes de agarrá-la em um abraço apertado.

- Bom, ela não é minha namorada, ainda, mas prometo que você não vai se arrepender - Me afastei dela, voltando a andar ao seu lado - Vou chamá-la pra jantar lá em casa um dia...se eu e ela nos resolvermos - Completei, deixando meus ombros caírem.

- O que aconteceu, hein? - Entramos em uma loja de brinquedos, caminhando pelos corredores que haviam ali.

- Na verdade eu não sei - Respondi frustrada - Mas pretendo descobrir ainda hoje - Parei na sessão de super heróis, olhando pra um lego enorme dos vingadores, com todos os bonequinhos dos integrantes - É isso que eu vou dar pra ele - Peguei a caixa consideravelmente grande em mãos, prestando atenção em cada detalhe. O aniversário do Theo era no próximo sábado, então, como hoje eu não tive treino, chamei minha mãe pra comprarmos o presente do pequeno de uma vez.

HEART GAME (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora