Apocalypse

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Pov Lauren

Entrei animada no gramado do CT, pronta pra mais um dia tranquilo de treino. Ânimo esse que passou no segundo que atravessei a linha do campo e vi Dinah na minha frente, segurando um ovo com um sorriso malicioso.

Ai não...

Parei na hora, tentando calcular uma rota de fuga, mas antes que eu pudesse pensar em correr, senti a primeira ovada explodindo na minha cabeça.

— VERÔNICA!

Tentei escapar para o lado oposto, mas Dinah entrou na minha frente, com aquele sorriso perverso, balançando outro ovo como se fosse a coisa mais divertida do mundo.

— Feliz aniversário, Lauren! Aceita seu destino!

Antes que eu pudesse reagir, mais um ovo estourou no meu ombro. Eu tentei cobrir a cabeça com as mãos, mas agora Normani se juntava à festa, rindo de orelha a orelha, já segurando um pacote de trigo.

Eu estava cercada. Literalmente. Dinah e Normani riam, e antes que eu pudesse pensar em fugir novamente, o restante das meninas se juntou a festa. Leah, Melvine e até Aoife já estavam com outro ovo em mãos, todas formando um círculo ao meu redor como um bando de predadoras.

— Ok, ok! Eu aceito! Vai, só acaba logo com isso… — Levantei as mãos, rendida, enquanto mais ovos e pacotes de trigo surgiam de todos os lados. Senti minha roupa grudar no corpo, o cabelo já pegajoso com a mistura de ingredientes.

Eu já nem tentava mais me limpar, só ria junto, aceitando a derrota. Cada vez que eu olhava para elas, mais uma jogadora surgia com uma arma improvisada.

Assim que a última ovada me acertou, eu finalmente me vi livre da tortura das meninas. Dei uma olhada em volta, tentando localizar a mangueira mais próxima. Caminhei até lá, já sentindo o trigo endurecendo e me fazendo parecer uma estátua mal feita.

Tirei a blusa, que estava completamente encharcada de ovo e farinha, e comecei tentando tirar o pior da bagunça. Cabelo colado na testa, farinha transformada em uma lama gosmenta nos braços e pernas, e pedaços de casca de ovo que teimavam em não sair.

Estava quase terminando de me lavar quando a voz de alejandro ecoou pelo campo.

— Lauren! Vai direto pro chuveiro e resolve essa bagunça aí. Não quero correr o risco de topar com algo... desnecessário de novo…

Verônica soltou uma gargalhada alta após o comentário dele.

— Você também viu, Ale? O que achou?

Alejandro virou os olhos, mas o canto da boca quase se curvava num sorriso contido enquanto ele balançava a cabeça. O treinador levou a mão até a boca fazendo, fechando um zíper invisível e caminhou pro outro lado.

Depois de tentar, sem muito sucesso, me livrar da sujeira na mangueira, percebi que não ia adiantar. A água gelada não estava ajudando e, para ser sincera, eu só estava ficando mais irritada. Suspirei, jogando a mangueira no chão e decidi que o chuveiro seria a única solução decente.

Caminhei para o vestiário, ainda ouvindo as risadas das minhas companheiras ao longe. Tomei uma ducha rápida, tentando tirar o máximo daquela sujeira dos meus cabelos e roupas.

Depois que finalmente voltei para o campo, Alejandro já estava à nossa espera, pronto para a preleção e a expressão séria no rosto dele mostrava que a coisa ia ser intensa. Ele apontou para o quadro tático e começou

— Meninas, seguinte...o Barcelona não é um time qualquer, pelo contrário, a qualidade do futebol delas é impressionante. Elas jogam com posse de bola. Muito toque rápido, curto, e sempre tentando criar espaços nas costas da nossa defesa. Vão querer controlar o jogo desde o início, fazendo a bola girar o tempo todo. Elas adoram aquele famoso ‘tiki-taka’ que cansa qualquer adversário. Isso quer dizer que precisamos estar atentas o tempo todo, pressionando sem dar espaços para pensarem.

HEART GAME (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora