O sol ainda não havia nascido completamente quando [Nome] abriu os olhos. A luz suave da manhã começava a invadir o quarto, lançando sombras delicadas nas paredes. Ela se virou na cama e observou Dottore, que ainda dormia ao seu lado. Seus traços pareciam mais suaves e menos severos enquanto ele dormia, quase como se a carga das responsabilidades diárias desaparecesse por algumas horas. [Nome] ficou ali, perdida em pensamentos, enquanto observava a respiração lenta e constante de Dottore. A sensação de segurança ao lado dele era inegável, mas as perguntas e as incertezas que rondavam sua mente não a deixavam em paz. Ela se perguntou, pela enésima vez, sobre os verdadeiros motivos de Dottore ao reverter sua idade e mantê-la confinada na mansão.
Lentamente, ela se levantou da cama, tentando não fazer barulho. Caminhou até a janela e olhou para o jardim, onde os primeiros raios de sol começaram a iluminar a neve do lado de fora da janela. [Nome] sabia que Dottore tinha suas razões, mas precisava entender melhor o que estava acontecendo. Precisava ouvir dele, diretamente. Decidida, ela voltou para a cama e se deitou novamente, virando-se para encarar Dottore. Com um toque suave, ela passou a mão pelo rosto dele, acariciando sua pele. Dottore se mexeu levemente, abrindo os olhos gradualmente.
- Bom dia - disse [Nome] suavemente, um sorriso tímido nos lábios.
Dottore piscou algumas vezes, ajustando-se à luz do amanhecer. Ele retribuiu o sorriso, embora ainda estivesse meio adormecido.
- Bom dia - respondeu ele, sua voz rouca de sono. - Você acordou cedo.
- Sim, não consegui dormir muito - ela admitiu, mantendo o olhar nele. - Tem algo que venho querendo te perguntar, Dottore.
Ele se sentou, os olhos mais alertas agora, observando-a com curiosidade.
- O que é, [Nome]?
Ela respirou fundo, tentando reunir coragem para as perguntas que ardiam dentro dela há tempos.
- Por que você fez aquele experimento em mim? Por que reverter minha idade? E... por que realmente você me mantém aqui, dentro da mansão? - Suas palavras saíram hesitantes, mas cheias de uma sinceridade que não podia ser ignorada.
Dottore ficou em silêncio por um momento, seu olhar fixo nos dela. Parecia ponderar suas palavras cuidadosamente antes de responder.
- [Nome], eu fiz o experimento para te proteger - disse ele finalmente, a voz calma e controlada. - A reversão da sua idade foi porque eu não gostei de sua aparência mais madura e...velha...
Ela franziu a testa, não totalmente convencida.
- Quer que eu acredite que você fez aquilo só porque não gostou da minha aparência velha?
Dottore suspirou, passando a mão pelos cabelos.
- Pense e acredite no que quiser.
- E a mansão? - ela continuou. - Por que não posso sair? Por que me manter aqui, isolada?
Dottore estendeu a mão e segurou a dela, os olhos intensos nos dela.
- Porque aqui é o único lugar onde posso garantir sua segurança absoluta. Lá fora, os riscos são muito grandes. Há muitos que te caçarão e tentaram te usar para seus próprios fins. E, se você fizer algo que chame atenção, a Fatui não hesita em agir drasticamente.
[Nome] engoliu em seco, processando as informações.
- Mas e quanto ao Lupus Borea? Eu sei que a Fatui descobriu sobre isso. O que isso significa para nós?
Dottore apertou a mão dela, um gesto de conforto.
- Significa que precisamos ser ainda mais cuidadosos. O Lupus Boreas é apenas um dos muitos perigos que você enfrenta. Mas eu prometo, [Nome], que farei tudo ao meu alcance para mantê-la segura.
Ela assentiu, sentindo-se um pouco mais tranquila com as explicações. Havia ainda muito que ela não entendia, mas sabia que Dottore estava tentando proteger a ambos da melhor maneira que podia.
- Obrigada... por me contar isso - disse ela, sorrindo levemente. - É difícil ficar aqui sem saber o que realmente está acontecendo lá fora.
Dottore acariciou o rosto dela, seu olhar suavizando.
- Eu sei, e sinto muito por isso. Mas...tente confiar em mim. Estou fazendo o possível para garantir sua segurança, claro que se você não aprontar novamente.
Ela se inclinou e o abraçou, sentindo o calor do corpo dele e o conforto de suas palavras. Por mais que as respostas ainda não fossem completas, saber que Dottore estava ao lado dela, fazendo o possível para protegê-la, trazia uma sensação de alívio.
O dia começou de forma tranquila. [Nome] e Dottore desceram para tomar café, encontrando Clone já na cozinha, preparando tudo. A presença de Clone era uma constante, e mesmo que ele fosse uma figura de poucos sentimentos aparentes, havia uma rotina reconfortante em sua companhia.
- Bom dia - disse Clone, olhando brevemente para [Nome] e Dottore.
- Bom dia - responderam em uníssono.
A mesa foi posta e eles começaram a comer, a conversa sendo leve e sem grandes revelações. [Nome] sentiu que aquele momento de calmaria era necessário após a conversa da manhã. Precisava de tempo para processar tudo. Após o café, Dottore foi para o escritório continuar seus trabalhos. [Nome] decidiu passar um tempo no jardim, aproveitando a luz do sol e o ar gélido.
Dottore a observava da janela do escritório enquanto segurava uma caneta em mãos, voltando o olhar para o caderno de anotações ele voltou a escrever algumas coisas que estavam mente, ele sabia muito bem que logo alguém da Fatui iria vir falar com ele, nisso ele decidiu apenas aproveitar o resquício de paz que ainda existia para ele, e ficar observando ao longe a mulher que ama. Suspirando e passando uma mão no rosto enquanto encostava as costas na cadeira, ele olhou entre dois dedos para o teto, pensando no que fazer a partir de agora, e Dottore sabia muito bem as escolhas a partir deste momento não seriam nem um pouco agradáveis para ele ou até mesmo para [Nome], mas ele era um regretor da Fatui, ele era fiel a toda Fatui, o destino dele tinha sido selado no momento que decidiu fazer parte disso, e agora deveria continuar a fazer o que sempre fez.
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My Scientist Lunatic
Hayran KurguDottore, um cientista lunático, você o amaria? Você ficaria longe dele?