Capítulo 28

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Eu congelo. Meu coração para. Sentindo como se tivesse levado um chute no estômago, inclino-me contra a porta do carro para me equilibrar. Então fico lá em choque, tentando decidir o que fazer.

Mas não há nada a fazer. Freen e eu não temos um relacionamento sério. Inferno, nós nem conversamos sobre se ela está ou não namorando outras pessoas. Não sei nada sobre a vida pessoal dela.

— Oh, Deus, — digo em voz alta, horrorizada. — Rebecca, sua idiota!

Ela poderia ter vinte outras mulheres em um horário de foda rotativa, pelo que sei, sem nenhum preservativo à vista.

É exatamente assim que os arrependimentos ao longo da vida acontecem.

Volto rapidamente para o carro e bato a porta. Gemendo, inclino para frente e descanso minha testa no volante. Com os olhos fechados, amaldiçoo-me silenciosamente, alternando a cada poucos momentos com uma bela maldição suculenta para Freen também.

Não que ela mereça. Nenhuma promessa foi quebrada aqui. Essa dor terrível no meu peito é apenas a dor do meu ego. Ou talvez seja meu coração, não sei dizer. Seja o que for, é doloroso.

Rapaz, eu realmente gostaria de bater um martelo em algumas de suas partes mais delicadas do corpo.

Quando acontece uma batida forte na janela, levanto.

Freen está curvada do lado de fora da janela do motorista, olhando para mim com curiosidade.

Merda.

Quando não faço um movimento, ela diz: — Pensei que fosse você. O que você está fazendo?

Calor sobe em minhas bochechas, digo rapidamente: — Nada. Sentada aqui.

Depois de uma batida, ela pergunta: — Este é um momento ruim?

Sei o que ela quer dizer, e ela não está falando sobre meu colapso mental iminente. — Estou sozinha.

— Ok. De volta à outra pergunta, que você respondeu, mas não de verdade. O que você está fazendo?

— Eu estava apenas... tratando de assuntos.

Ela franze a testa. Seu olhar fica penetrante. Suspiro e desejo o poder da invisibilidade, que inconvenientemente não se materializa.

— Saia do carro, Rebecca.

Faço uma careta para ela. — Eu preciso?

— Sim.

Ela dá um passo para trás e cruza os braços sobre o peito, esperando.

Considero ligar o motor e sair, mas decido não fazer isso. Ela provavelmente correria atrás de mim e me pegaria no próximo semáforo. Então me preparo para uma conversa desconfortável e saio do carro.

Ela pega meu braço e me leva com segurança até a calçada, então fica na minha frente com os braços cruzados sobre o peito novamente. Ela não diz nada. Ela apenas fica lá, silenciosamente me olhando.

Digo: — Ok, tudo bem. Vou começar. Olá, Freen. Como você está?

Seus olhos se estreitam. Fora isso, ela não responde à minha pergunta.

Por experiência própria, sei que poderíamos ficar aqui a noite toda antes que ela me diga o que está pensando. Se alguma vez disser. Então aponto para o carro e digo: — Eu vou indo.

— Por que você está agindo tão estranho?

— Eu? Estou agindo estranho?

Ela fica com esse olhar em seu rosto, esse olhar irritado, como se estivesse pensando seriamente em me colocar sobre o joelho bem aqui na calçada e bater na minha bunda. Um aviso em sua voz, ela exige: — O que há de errado, coelhinha?

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