Capítulo 37

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Pov Nam

Quando eu disse a Rebecca que fantasmas são simplesmente almas com uma história para contar, era a verdade. Mas a coisa sobre fantasmas é que eles são narradores não confiáveis. Especialmente quando eles estão contando uma história para si mesmos.

Descobrir que você está morto é um negócio complicado.

Um grito vem detrás de mim. Viro-me para encontrar Sandy correndo pelo corredor em nossa direção em alta velocidade, com os olhos arregalados e o rosto branco. Agarrando-se à minha perna, Bennett começa a chorar quando vê sua mãe.

Ela o pega nos braços, o abraça com força contra o peito e olha horrorizada para a sala. Sobre o rugido do vento, ela grita: — Ele escapou da cama. Meu Deus, o que está acontecendo?

— Leve-o de volta para cima! — grita Jim.

Papeis voam, levantados pelo vendaval, torcendo-se como pássaros quebrados em voo. As cortinas ao lado das janelas quebradas batem e ondulam. Fotografias emolduradas arrancam-se das paredes e batem no chão. Livros saem da estante como se fossem disparados de uma arma. Um show de luzes irrompe das lâmpadas explodindo no teto e nas lâmpadas, banhando a sala com um jato de faíscas brancas brilhantes.

É um concurso de som e fúria. O caos visível quando um coração invisível se parte.

— Eu sei, pobre querida, — murmuro, observando a loucura. — Eu sinto muito.

O local onde Rebecca estava há poucos momentos agora está vazio.

Sandy corre de volta por onde veio, correndo pelo corredor com Bennett em seus braços. Eles vão voltar para David no andar de cima e esperar que Jim e eu os avisemos se o espírito de Rebecca Armstrong finalmente deixou sua casa.

Eles podem ter que esperar um pouco, no entanto.

Ainda há mais da história para contar.



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