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| LUNA |

O dia já estava acabando, terminei de varrer o chão e fui ajudar Olívia a guardar os manequins que estavam lá fora. 

— oi ruivinha. - escuto a voz de Marçal e o vejo abraçado Olívia por trás. — eai Luna. - me olha.

Cumprimento ele e vou pra dentro da loja terminar de ajeitar as coisas, depois de alguns minutos os dois entram.

— Amiga do meu coração. - a ruiva sorri segurando a minha mão. — tem pagode hoje na laje do Zezé, vamos ir vai.

— ai amiga, zero ânimo. - sorrio de lado.

— que isso po, tem que sair um cadin. - Marçal diz encostado na bancada.

— Pois é amiga, tem meses que você fura os rolê. Tem que se dispersar  um pouco poxa. - cruza os braços. — vai ser legal juro

Faço careta e encaro ela, fazia tempo que eu não saia mais pra pagode ou baile no morro. Tanto pelo meu pai restringir bastante, e também por eu não ter mais tanto ânimo assim pra festinhas ou algo do tipo.

Mas né, quem sabe não seja legal. Plena sexta feira, tenho que aproveitar um pouco né.

Não to morta.

— tá bom vai, mas já avisando que se tiver chato eu venho embora. - digo.

— ebaa, vai ser legal sua boba. - me empurra de leve. — sextou bebê. - ri indo pegar sua bolsa.

Pego a minha também e saímos fechando a loja, me despedi de Olívia e Marçal combinando de encontrá-los no pagode. Confirmei presença e nem avisei meu pai ainda. Boa Luna.

Entro em casa e vejo Grego sentado no sofá vendo jogo, vou até ele.

— Oi, Olívia me chamou pro pagode na
laje do Zezé hoje. - entrelaço os dedos o encarando. — não vou chegar tarde.

— Tá. - diz continuando a ver o
jogo. — até 23:00, tu já sabe.

Não digo nada e subo pro quarto. Os dias tem sido assim, o mínimo de diálogo possível. Ele nem ao menos me explicou sobre Hugo, ou sobre essa vingança dele querer o morro. 

O que eu sei sobre o dia que fui resgatada, foi o que Marçal e PK me contaram. Grego nem se quer toca no assunto, simplesmente ignorou tudo o que aconteceu.

Sei que no dia por algum motivo Hugo foi burro de ligar meu celular, nisso conseguiram rastrear e montaram uma armadilha no meio da pista.
Encurralaram Hugo e os capangas dele, fuzilaram cada carro. Sei que morreram muitos do lado dele, alguns nossos caíram mas foram poucos. Marçal me falou que ninguém viu o corpo de Hugo, o filho da puta com certeza conseguiu fugir.

Pelo menos desde lá to tendo paz, Hugo e nem ninguém reapareceu. Mas fico pensando ainda sobre o que ele me contou da minha mãe e a confissão sobre ele ter mandado matar ela.
Tentei contar isso ao meu pai, mas ele ficou puto. Dizendo que não queria saber de nada e que o assunto estava morto.

Ajeito minha saia e passo um gloss na boca, Olívia já tinha me ligado três vezes perguntando aonde eu estava que ainda não tinha chegado lá. Pego as chaves e desço a escada ouvindo barulho na cozinha, gritei avisando Grego que já estava indo e não recebi nenhuma resposta.

Normal.

Desci o morro e andei alguns minutos até a casa de Zezé, quando cheguei subi as escadas já escutando o pagode alto. Tinha até que poucas pessoas lá. Passei o olho e achei Olívia acenando pra mim, ela estava junto Marçal num grupinho de vapores e algumas meninas, conhecia alguns. 

Sorri e andei até ela.

— Nossa senhora que mulher meu amigos. - diz alto se levantando e me abraçando.

— Fiu fiu mermo. - escuto rato falar me olhando de cima a baixo.

O encaro com tédio, esse aí é uma das piores raças. Já pegou o morro inteiro de cima a baixo, ouvi falar que ele já pegou até a dona Lucy, ela tem 87 anos cara. 

Ignoro ele e saio pra pegar uma bebida, tava morrendo de sede. Abro o freezer procurando, e sinto uma mão segurar a minha cintura me assustando.

Ô, Queiroz, ô, Queiroz! Traz essa mulher pra nós! - escuto a voz de PK no meu ouvido cantando a música que tocava.

Me viro pra trás rindo

— Que susto menino. - ponho a mão no
coração. — sorte sua que não recebeu um soco.

— Boa noite pra tu também. - puxa a minha mão me cumprimentando.

— boa noite PK. - rio

— tá bonitona tu em. - se afasta um pouco me olhando. — dá um voltinha aí pro pai, sem brava mermo.

Reviro os olhos rindo e dou uma voltinha.

— Pronto? - ponho as mãos na cintura.

— Parabéns pro patrão, ele não tem uma pica tem é um pincel. - bate palma.

Solto uma gargalhada

— Me deixa pegar minha bebida agora, to morrendo de sede. - me viro puxando uma Ice no freezer.

— A vontade madame, nu eu vou querer uma breja. - pega uma.

Fomos até o pessoal, sentamos na mesa e ficamos conversando com eles. Olívia e duas meninas da rua 7, Lorena e Bruna me puxaram pra dançar. Ficamos rindo e sambando que nem doidas.

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| NOTA |

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E PK ataca novamente kkkkk
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Beijos da cindy 💋

Até o próximo...

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