rindou haitani; dia chuvoso

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         A chuva do lado de fora do carro ficava cada vez mais forte, forte o suficiente para que Rindou resolvesse parar o carro fora da estrada até que ela passasse

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A chuva do lado de fora do carro ficava cada vez mais forte, forte o suficiente para que Rindou resolvesse parar o carro fora da estrada até que ela passasse. A noite estava escura, do tipo que você não consegue enxergar nada a mais de uns dois metros de distância sem os faróis do carro. Não que eu visse problemas em esperar a chuva passar, mas essa era a primeira vez que saímos juntos a noite com permissão direta do meu pai, não sem uma restrição de horário é claro — o que me fez ficar um pouco ansiosa, meu pai não era o tipo de homem não compreensivo, mas ele é o tipo que gosta que suas regras sejam seguidas.

— Abre o porta-luvas e pega o isqueiro pra mim? — Virei-me para ele, sendo trazida de volta enquanto sentia sua mão repousar na minha coxa, atendendo seu pedido um pouco perdida pela palma da sua mão deslizando sobre minha perna.

Ele tinha um baseado entre os lábios e me olhava por baixo da franja de fios soltos que desciam como uma cachoeira pelo seu rosto. Ele parecia relaxado enquanto eu abria o porta luvas em busca do isqueiro para acender o beck, vez ou outra deslizando sua mão até meu joelho e de volta até a barra do meu vestido. Eu entreguei o isqueiro para ele, observando enquanto ele acendia o baseado com a mesma calma que contrasta com a tempestade lá fora. Rindou deu uma longa tragada e, ao soltar a fumaça, me ofereceu.

— Quer um pouco? — perguntou, com um sorriso que não deixava seus lábios evidentes.

Eu hesitei por um momento, pensando nas regras rígidas do meu pai e na possibilidade de voltar para casa com o cheiro de maconha nas roupas. Mas a sensação da mão de Rindou na minha perna e a curiosidade me fizeram ceder.

— Só um pouquinho — respondi, pegando o baseado com os dedos trêmulos. Dei uma tragada leve e tossi um pouco, enquanto Rindou ria baixinho ao meu lado.

— Você vai se acostumar — disse ele, deslizando a mão um pouco mais para cima da minha coxa. O toque dele era quente, tão superficial que fazia minha pele inteira arrepiar.

O silêncio entre nós era preenchido apenas pelo som da chuva e pelas nossas respirações. A tensão que eu sentia por devido ao horário começou a se dissipar, substituída por uma sensação estranha, era como se meu corpo estivesse submerso em água. Rindou ligou o rádio do carro, Sweater Weather ocupou o espaço que antes estava em silêncio, sua mão nunca deixou minha pele. Os olhos dele encontraram os meus por trás de uma cortina de fumaça, e eu pude sentir o olhar dele descer até os meus lábios.

Meu coração batia acelerado, e a atmosfera no carro parecia mais densa, não pela fumaça no ar, e sim pela expectativa. A música combinava perfeitamente com o momento, cada batida do baixo parecia vibrar dentro de mim. As gotas de chuva escorrendo pela janela faziam um contraste curioso com o calor crescente dentro de mim.

— Gosto dessa música — comentei, tentando quebrar a tensão que parecia aumentar a cada segundo.

— Eu sei — ele respondeu, com um sorriso de canto. Rindou se aproximou um pouco mais, os olhos fixos nos meus, sua mão subindo levemente pela minha coxa, a pressão suave, mas firme. — Você está bem? — perguntou, a voz dele soando como um sussurro, embora eu pudesse ouvir em alto e bom som.

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