choso kamo; halloween

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O feriado deu folga a todos, e para minha infelicidade, meus pais planejavam viajar até o outro lado do estado para visitar a família

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O feriado deu folga a todos, e para minha infelicidade, meus pais planejavam viajar até o outro lado do estado para visitar a família. Não ajudava que o Halloween tivesse caído numa sexta-feira, já que tinha certeza de que eles iam querer prolongar a estadia na casa dos meus tios por todo o fim de semana. Não me leve a mal, mas viajar por horas num carro para passar três dias com gente velha não era a minha ideia de feriado perfeito.

— Tem certeza de que vai ficar bem em casa? Ainda dá tempo de arrumar sua mochila. — Meu pai descia as escadas com uma pequena mala com minha mãe logo atrás.

— Tenho certeza, pai. Já estou grandinha o suficiente para ficar sozinha por uns dias. — respondi, desligando o celular para acompanhá-los até a garagem.

— Eu sei, querida, mas é Halloween. Sabe como as coisas podem ficar loucas por aqui? — Minha mãe me olhou, ajeitando o casaco dela.

— Prometo que vou ficar bem.

Eles se entreolharam por um momento, hesitando. Meu pai abriu a boca antes que eu cortasse sua fala.

— Eu sei, eu sei, vou manter as portas trancadas, nada de dar festas ou chamar garotos para casa.

— Exatamente, e não se esqueça de verificar as janelas também. — Meu pai acrescentou, com um olhar sério.

— Pode deixar, vou ser cuidadosa. — assegurei, tentando transmitir confiança.

Depois de mais algumas recomendações e abraços de despedida, eles finalmente entraram no carro e partiram. Fiquei na garagem acenando até o carro desaparecer na esquina.

Finalmente, sozinha em casa. Respirei fundo, olhando ao redor, as casas decoradas com abóboras e fantasmas de papel, as folhas laranjas estavam em todos os quintais por conta da estação, e o vento frio também começava a aparecer, me fazendo voltar para dentro de casa.

Tranquei a porta da frente. Teria um final de semana inteiro sozinha para aproveitar a casa sem mais ninguém. A primeira atividade do dia é aproveitar o clima do feriado para assistir a todos os filmes de terror de que me lembro.

Não sei em que momento exato cai no sono, a casa estava totalmente escura e o filme na TV já havia acabado. Os créditos do que eu imaginava ser sexta-feira 13 rolavam na tela com uma música de suspense. Me sentei na cama, recobrando a consciência. Um estalo alto no andar de baixo fez meu coração acelerar, tentei ignorar, pensando que poderia ser apenas o vento ou algum ruído comum de uma casa antiga. Virei-me para o lado na cama, tentando voltar a dormir, mas o som se repetiu, dessa vez mais alto e mais perto.

Levantei-me devagar, passando a mão pelos olhos para clarear a visão. Peguei o controle remoto e desliguei a TV, deixando a casa em um silêncio, interrompido apenas pelo som dos meus passos suaves no chão de madeira. A escuridão parecia mais densa, e cada sombra no canto da sala parecia se mover sutilmente.

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