Capítulo 22: A Raiva

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Assim que chegou a notícia que ela havia feito o trabalho dela, eu e meu tio corremos para conseguir pegarmos eles.

Meu tio conseguiu uma carroça para nos, uma que suportasse no máximo seis pessoas, era o suficiente para mim, não precisávamos de muito para pegarmos os dois, pagarmos a mulher e voltássemos embora.

No início a carroça balançava bastante, em seguida, consegui me acostumar, meu tio controlava o animal que guiava, não olhava para mim e nem dizia nada. Continuava de cabeça baixa, olhando para meu dedos trançados um no outro, meus braços estavam apoiados nos joelhos.

Minha ansiedade estava muito acima do normal, com isso, eu não estava conseguindo respirar direito, quanto mais tentava, mais falhava. Mesmo assim, eu tinha que continuar tentando.

Meu tio para a carroça, ele sabia o ponto de entrega, eu não, por isso deixei que ele levasse a carroça não esperei muito, pulei da carroça e avancei na direção da caverna, onde meu tio apontou mesmo eu sem ter perguntado nada.

Ouço meu tio vindo atrás, afasto o galho da frente e olho para a mulher, sentada sobre uma pedra, olhando na minha direção, desvio o meu olhar, olhando para o Avatar, amarrado e encostado em uma pedra, ele me olha com os olhos arregalados.

Desvio o meu olhar para a garota caída ao seu lado, com a cabeça tombada de lado, os olhos fechados, os lábios entre aberto, respirando calmamente, assim como o Avatar, ela também estava amarrada.

Solto o ar pela boca, volto a olhar para o Avatar, agora, olhava para baixo.

- Você conseguiu. - digo, sem olhar para ele. - Capturou ele.

Passo por ela indo na direção do Avatar, mesmo querendo muito ir na direção dela.

- Pode contar, se quiser. - ouço meu tio falar para a mulher, que para mim, não tinha mais nenhuma serventia.

Agacho na frente dele, arrumando a corda, ele não falava nada, mas olhava para as minhas mãos ágeis.

- Eu confio em você. Sabe por quê? - ela questiona ao meu tio, que continuou em silêncio.

- Porque, se estiver faltando, você vai atrás de nós? - meu tio questionou, como se fosse uma conclusão.

- Porque você é muito fofo. - ela admitiu.

Faço uma careta quase vomitando, termino de arrumar a nó da corda no Avatar e arrumo a posição parra ir na direção da Miyuke, ainda desmaiada, começo a arrumar a corda dela.


- Mais uma coisa. - a mulher fala. - Ela é muito forte, ela levou mais tempo do que os outros para cair contra a paralisação do meu animal. - viro minha cabeça para ela, ela pisca para mim.

Viro para Miyuke, suas sobrancelhas se unem, ela ainda estava desmaiada, olho para seu ombro onde saia um pouco de sangue, olho para o seu pescoço onde também tinha um corte.

A mulher se vira novamente para sair, solto a perna da Miyuke assim como fiz a do Avatar.

- E toma cuidado. - ela volta a falar. - O garoto é muito procurado, tem muitos caçadores farejando por aí. - ela estava olhando para o meu tio quando ergui a cabeça. - Melhor não mexer com eles. - agora ela olha para o Avatar. - Até a próxima, Avatar. - ela finalmente sai.

O silêncio fica no lugar, enquanto solto a corda da perna de Miyuke que geme por alguma coisa. Volto para o Avatar, amarrando uma corda na corda do seu pulso, entrego para o meu tio que o pega, o Avatar se levanta, me ergo e fico do lado da Miyuke, pego os braços dela amarrados e passo pelo meu pescoço, coloco meu braço por trás das suas costas e o outro por debaixo das pernas dela, ela não acorda, seu cabelo está solto e balançando com o movimento, me levanto, erguendo o corpo dela junto ao meu, arrumo a posição, fico de frente para os dois.

A PROTETORA DO AVATAR - [ZUKO]Onde histórias criam vida. Descubra agora