Milion Dolar Man

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As coisas giram em torno de quem tem mais poder, e tudo tem uma hierarquia de poder, do que tem mais ao que tem menos, a abelha rainha e as operarias. Onde eu me encaixo? Com certeza não como a abelha rainha, por essa razão eu chamei quem de fato tem o poder de resolver qualquer problema meu.

— Preciso que venha aqui em casa, agora — Digo pela ligação, escutando do outro lado da linha a voz dele ainda grogue de sono.

Minho sempre teve uma queda por mim, mesmo antes de eu ter qualquer futuro na musica ele já via potencial no garotinho franzino, com longos cabelos escuros que vinham até os ombros e uma timidez excessiva. Meus pais gostavam de organizar jantares para amigos e investidores, e foi em um desses que eu conheci Lee Know, e bom, posso dizer que no começo foi uma relação estritamente unilateral.

Eu ficava poucos minutos nesses jantares, mas posso dizer que a presença dele passou a se tornar cada vez mais frequente, o que animou meus pais porque Minho é a abelha rainha para eles. Na época, ele sempre vinha acompanhado de uma bela mulher, americana e loira. Me perguntei varias vezes se ela percebia o próprio marido me encarando, me perguntei se ela percebia as saídas dele que demoravam minutos, me perguntei se ela aceitaria dividir ele com um moleque de apenas 17 anos.

É claro que a resposta foi bem óbvia.

No meu quarto, eu lia alguns livros, já havia feito minha parte em ficar um pouco na presença daquelas pessoas insuportáveis. Como eu estava na minha casa e especificamente no meu quarto, não liguei em vestir somente um short de dormir. Particularmente não achei que ele passaria das encaradas, ou indiretas. Mas tudo mudou quando o vi entrar sem bater no meu quarto, eu estava relaxado, mas fiquei assustado com aquela presença estranha e atraente.

— Ops, pensei que fosse o banheiro, acho que exagerei no conhaque — Me levantei pronto para expulsa-lo e fechar a porta.

— Existem milhares de banheiros nessa casa ridiculamente grande a maioria deles no andar de baixo, que eu tenho certeza que o senhor em outros jantares já teve a oportunidade de se aliviar, cair justo no meu quarto, no segundo andar não é mera coincidência, a não ser que essa realmente tenha sido sua intenção.

— O quê? Que nada, apenas me confundi — Seu olhar era sarcástico, assim como sua voz — Mas devo ressaltar que estar aqui é um privilégio, em que outro lugar eu teria uma vista assim?

— Sou jovem demais para alguém da idade do meu pai, e ainda casado, então por favor saia — Apontei para a porta e ele riu, dando alguns passos em minha direção.

— Já ouviu falar que os mais jovens devem respeitar os mais velhos? — Retirou o cinto — Eu deveria lhe ensinar uma boa lição, na verdade eu vou, assim da próxima vez que nos virmos, não se esquecerá como deve me tratar a partir de agora, certo Jin? — Jogou o cinto no chão, desabotoando a calça, abaixando o zíper — Não finja que não me quer, sei que me olha, sei que um de seus maiores sonhos era eu ter errado a maldita porta apenas para te encontrar.

— N-não sei do que está falando — Me encurralou contra a parede e eu prendi minha respiração, seus olhos nunca deixando os meus.

— Sabe, você sabe sim — Segurou meu rosto, unindo nossas bocas, nunca havia beijado ninguém, nem sequer sido tocado — Veja só, está tão quente quanto o fogo e mesmo assim ainda se faz de desentendido, por favor, continue, esse seu lado ingênuo vai acabar comigo.

E ali tudo começou, nossa estranha relação, mas que me rendeu muito mais que dinheiro, me rendeu poder, liberdade e independência. Mas claro que não houve nada além de beijos e toques indecentes naquela noite, mas o pouco tempo foi bem aproveitado, ter um homem tão superior, bonito e rico interessado em mim, com certeza foi um bônus.

Mas nosso caso nunca passou de um caso, o casamento dele era um jogo de aparência e dinheiro. Não demorou a ele anunciar o divorcio para mim enquanto eu gemia no banco de trás de seu carro, quicando em cima de seu quadril como uma puta desesperada. Eu ouvia seus arfares no meu ouvido, cada gemido como uma canção deliciosa de se ouvir, éramos a mais pura luxúria, o errado que deu certo, por alguns meses, até ele dizer as palavras mais idiotas que alguém já me disse.

"Eu te amo, Jin".

Isso aconteceu enquanto estávamos em uma banheira, ambos nus e eu deitado sob seu peito, enquanto bebia uma taça de vinho. Minha idade era irrelevante, para todos os efeitos, meu corpo era movido por desejos desenfreados de estar montado naquele homem quantas vezes fosse possível, não tinha nada haver com sentimentos imbecís.

— Você é um idiota se pensa que me dizer isso vai fazer alguma diferença — Eu disse rindo e tomei o restante do vinho.

— Sou idiota por ter ver como algo além do sexo?

— Exatamente. Não existe algo além do sexo, só existe eu e você fodendo juntos até que um de nós enjoe um do outro, entendeu ou tenho que repetir?

Ele não questionou mais nada, provavelmente por se sentir tão idiota quanto as palavras que acabou de dizer. Me senti aliviado por não continuar aquela conversa, apesar de ela ter tido consequências logo depois.

Minho se afastou de mim, parou de vir aos jantares, parou de me ligar, parou de me enviar presentes, simplesmente fingiu que não me conhecia. Sinceramente, achei melhor assim, eu jamais poderia dar a ele qualquer coisa além do meu corpo, e a razão é porque isso que eu e ele tínhamos, nem sequer deveria ter existido.

Mas, contrariando tudo e todos, eu fiz faculdade de musica, me formei quatro anos depois e Minho fez o discurso para os recém formados na minha faculdade, suas palavras eram motivadoras e inspiradoras. Ele se tornou mais poderoso do que era quando nos conhecemos. Durante a entrega dos diplomas, ele me olhou da mesma forma que fazia nos jantares, durante minha adolescência. Eu pensei que ele não havia superado, mas estava enganado, enquanto ele me entregava o diploma, o mesmo deu junto um pequeno cartão, o cartão de sua própria empresa para idols.

Continua...

Um pouquinho do passado do nosso antagonista 🍒

He's My Alibi                                                          [Hyunlix]Onde histórias criam vida. Descubra agora