Guns and Roses

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Possessividade; é um termo comum de se ouvir hoje em dia, normalmente levado na brincadeira como uma palavra usada para definir alguém um pouquinho "ciumento demais". Mas se olharmos por outro ângulo, pode ser bem perturbador.

— Ah Felix, eu achava que seu outro pretendente fosse ser mais resistente, mas é fraco na mesma proporção que você. Como dariam um bom casal assim? Chega a ser inimaginável — Dei uma risada, e vi algumas lágrimas escorrendo de seu rosto — Não precisa de tanto drama, eu poderia ter sido mais certeiro e acertado bem na testa dele, mas veja só, foi no joelho, ainda vai andar, eu acho.

— Você é doente Hyunjin — Disse enquanto observava Jisung ser levado em uma maca para a ambulância — Isso pra você é brincadeira? Ferir as pessoas sem mais nem menos?

— Isso é um jogo, não vim para perder. E mesmo que eu não consiga seu coração, vou garantir que ninguém mais o tenha, seja como for — Segurei sua cintura, unindo o corpo dele ao meu, estranhamente, ele não lutou contra — Será meu.

— Sua forma de conquistar alguém foge do convencional totalmente. E só para deixar claro, você só teria meu coração se ele parasse de bater — Me empurrou — Vou ver meu amigo no hospital, vou cuidar dele — Seu sorrisinho era sarcástico — Acho que seu tiro saiu pela culatra, Hyunjin.

— Vai mesmo arriscar a vida dele assim? Você já foi mais inteligente, querido. Hoje eu errei de propósito, mas você mais do que ninguém sabe que, acidentes acontecem, e coisas que não são acidentes também.

Ele engoliu em seco, massageando os pulsos machucados.

— Eu terei o que eu quero Felix, não importa quem eu tenha que tirar do meu caminho.

Percebi que um jogo psicológico é mais interessante que toma-lo, independente de sua vontade. E se eu criasse regras com punições? E se eu estabelecesse o limite até onde a vidinha medíocre dele pode ir? E se eu fosse o eixo que o mantém de pé? Talvez não seja uma má ideia brincar um pouquinho nesse parque de diversões chamado, Lee Felix.






































(...) lee

Hyunjin se perdeu no limite totalmente, existia um lado nele que desdenhava da sanidade, e outro lado dele que ria de mim enquanto me amedrontava com suas atitudes. Han foi uma de suas brincadeiras, uma piada para uma coletânea de atrocidades, que sua mente psicopata insistia em ver como diversão, ou melhor dizendo punição.

Os dias seguintes eu tinha duas visitas ao hospital regularmente. Minha irmã, em seu estágio terminal, e meu amigo recém operado do joelho. Talvez fosse maluquice ignorar as palavras daquele louco e suas ameaças, mas eram duas pessoas importantes para mim.

— Como está querida? — Beijei a testa morna de Olivia, vê-la respirando com a mangueirinha de oxigênio era como sentir uma faca sendo cravada contra meu peito. Aquele rostinho antes feliz e corado, agora era apenas uma palidez sem fim, muitas vezes me perguntei, porque pessoas tão inocentes são atormentadas, mas a resposta ainda tinha uma lacuna imensa em minha mente, principalmente porque, eu era uma dessas pessoas, talvez não inocente, mas não digna de tanto sofrimento.

— O médico vai me mandar para casa Lixie — Sorriu, e seus dedinhos agarraram aos meus — Mas a mamãe ficou triste, não sei porque, isso era pra ser bom, não é?

— Isso é ótimo Olivia, com certeza a mamãe só devia estar cansada sabe, ela trabalha muito — Acariciei o dorso da mão pequena — Apenas relaxe, eu irei te levar naquela sorveteria que você ama, e depois podemos ir ao shopping tentar pegar ursinhos naquelas maquinas.

— Isso... Isso parece b-bom — Tossiu algumas vezes — Acho que precisarei de alguns agasalhos.

Eu assenti, segurando firmemente qualquer emoção em meu peito. Ela estava indo embora e nenhum esforço que eu e minha mãe fizemos adiantou. Minha pequena irmãzinha apenas se acabava cada dia mais, e a decisão de leva-la para morrer em casa foi apenas algo paliativo para ela terminar seus dias em paredes com mais cores, com ar fresco e junto de seus familiares.

Jisung estava assistido por seus pais, e por amor a mim ele se negou a prestar queixa. Eu o agradeci por que apesar de eu querer destruir Hyunjin em mil pedacinhos, por enquanto eu sei da minha desvantagem se fizesse isso por meio de uma simples denuncia.

O ideal seria ter outros meios, dos quais eu nem sabia ainda, estava perdido em um emaranhado de problemas sem solução. Mas apesar disso, eu ainda tinha minha banda, um passa tempo que ocupava minha cabeça com melodias.

(...)

Já na garagem, eu lia algumas letras feitas e fazia alterações. Changbin chegou com Jeongin e ele segurava um buquê de rosas vermelhas, o mesmo veio até mim com as rosas.

— Pediram pra te entregar isso, tem um bilhetinho, por acaso está saindo com alguém e não me disse nada? Isso é triste, sou seu melhor amigo — Fez biquinho e me entregou as flores.

— Ah...n-não estou saindo com ninguém, será que é da Lisa? — Sorri e meu amigo revirou os olhos, resolvi abrir o bilhete preso entre algumas pétalas.

"Sinto sua falta"

Com certeza deve ser dela, olha só, diz "sinto sua falta" quem mais me diria palavras doces assim? — Abracei as flores cheirosas, mas reparei que entre elas havia uma estragada, agarrei a flor e a puxei dentre as outras — Queimada? Que estranho.

— É um mal sinal, se eu fosse você esqueceria esse plano de ir vê-la — Changbin estreitou os olhos.

— E-eu não disse que ia ir vê-la — Argumentei.

— Mas pensou, eu te conheço — Sorriu falso e foi até o namorado.

Uma flor queimada entre várias perfeitas, suponho que tenha sido algum erro, mas se for, foi realmente grotesco, de qualquer forma, as rosas no geral, eram perfumadas e lindas. Independente se tiver sido Lisa ou não, não custa nada perguntar, certo?

Continua...

He's My Alibi                                                          [Hyunlix]Onde histórias criam vida. Descubra agora