He's My Alibi [Hyunlix]

He's My Ride or Die

— Eu te dei uma ordem! Hwang Hyunjin! Volta aqui caralho.

— Vai se foder — Sai andando por um beco escuro, meus pulmões queimando e a vista embaçada.

Comecei a correr até chegar no que parecia ser uma floresta perto de um parquinho. Fazíamos show em uma cidade pequena em comparação a Seul, então tudo que havia naquele horário eram prédios escuros, silenciosos e ruas vazias.

Me agachei e acendi um cigarro, minhas mãos tremiam assim como meus lábios, o frio estava cobrindo toda a superfície do lugar com uma neblina.

Um flash foi disparado de perto de onde o escorrega estava, e eu estreitei os olhos, vendo nada além de cabelos loiros voando.

— Ei porra! O que está fazendo? — Me levantei andando até a tal pessoa e ela começou a correr. — Inferno.

Joguei o cigarro no chão depois de fumar quase inteiro e pisei. Provavelmente aquela foto sairia em algum sites amanhã. Estava cansado, estressado e com tesão. Depois de uma turnê gigantesca, foi quase inevitável não sentir pânico de ver multidões, flashes, aplausos ou qualquer barulho sequer.

Caminhei até onde estava o escorrega e um elástico preto com mini caveiras de prata havia caído no chão.

— Então realmente era um fã — Ri e peguei guardando no meu bolso da calça, andando de volta até onde o show era realizado.

(...) lee

Poucos realmente entendem o que leva alguém a fazer certas escolhas ou poucos realmente tentam entender. Trabalhar com o próprio corpo não é visto com bons olhos, eu sabia disso quando aceitei começar. A necessidade falou mais alto e aqui estou eu, me maquiando e me transformando em uma pessoa totalmente diferente para agradar meu primeiro cliente.

Hoje em dia, a internet facilitou bastante empreendimentos desse tipo, posso ser o que eu quiser ser e ninguém irá saber. Durante o dia, ainda serei o garoto estudante de musica, vocalista de uma banda nos tempos livres e irmão mais velho de uma garotinha linda chamada Olivia, de apenas 11 anos.

Somos filhos de uma coreana rígida e viúva, que culpa a nós dois e especificamente a mim, por ela ter envelhecido e não ter o mesmo corpo ou vida de antes. É triste levar a culpa pelas escolhas erradas dos outros, é mais triste ainda chorar por isso.

Tem algumas semanas que comecei a vender fotos intimas e videos, apenas para ganhar um dinheiro e ajudar nas contas, já que minha mãe trabalha muito para bancar o tratamento da Olivia, e a mesma disse que apesar dos dois empregos, não é o suficiente para bancar tudo, e em breve minha irmã terá dificuldades de continuar com a quimioterapia por falta de dinheiro.

Então depois de receber uma proposta bastante alta, aqui estou eu, vestindo uma saia, top, meias, botas de salto pretas, uma peruca loira e uma máscara que cobre quase totalmente meu rosto, é o toque final. Porém antes de aceitar deixei algo bem claro.

"Jamais toque na minha máscara".

Esse detalhe é o que me manterá intacto perante a sociedade. E bom, aqui vou eu, em um Uber para um local aparentemente onde se realizam shows.

Nunca dormi com homens, mas disso ele não precisa saber.

(...) hyunjin

A cabeça dele batia contra a cabeceira da cama, o corpo magro mas bem desenhado era simplesmente incrível, sua bunda era apertada e sua pele macia, uma tatuagem na cintura me fez arfar pelo seu significado.

"You Belong To me".

Eu ri baixinho enquanto apertava suas coxas, atingindo o interior dele cada vez mais fundo. Fora o detalhe da frase estranha, ele usava uma mascara que cobria tudo menos seus olhos azuis penetrantes e os lábios borrados de batom.

O sexo foi bom e caro como o da maioria que eu pagava, nada surpreendente. Usei exatas seis camisinhas e passamos mais ou menos duas horas e meia trancados no camarim, foi o suficiente para me desestressar dos shows excessivos e garotas fanáticas perturbadas.

— Se quiser, pode usar o banheiro, você gozou bastante — Murmurei enquanto acendia um cigarro e me esparramava no sofá, vestindo uma cueca e nada mais.

Ele assentiu e levantou com dificuldade, cambaleando e se apoiando nas paredes. Devo admitir que sempre achei que pessoas assim já eram bem acostumadas a lidar com vários na noite, mas esse além de apertado pareceu nervoso e inexperiente.

Minha sexualidade nunca foi divulgada, mas as pessoas sempre gostam de especular cada detalhe da vida de alguém como eu, fazendo ships com outras mulheres ou até companheiros da minha própria banda. Por essa razão, sempre faço qualquer um que dorme comigo assinar um termo confidencial.

— Droga, droga, droga! — O rapaz grunhiu do banheiro. Me levantei indo até a porta e batendo duas vezes.

— Anda logo! — Disse em voz alta.

— E-estou indo — Respondeu baixinho e eu voltei para o sofá.

— Não demore, eu e minha equipe iremos sair daqui a alguns minutos.

Ouvi ele dizer um "Sim senhor" antes de eu vestir minhas roupas. Meu assistente me chamou para ir para nossa van que nos levaria ao hotel.

(...)lee

Demorei uns minutos a sair e claro que ele não estava mais lá. Agradeci mentalmente porque eu estava um verdadeiro desastre, fora isso, havia sangue entre minhas pernas quando fui ao banheiro.

Nunca havia dado a ninguém, meu único sexo foi com uma garota e eu sendo o ativo, obviamente. Mesmo que eu tenha tentado parecer experiente, meu corpo com certeza denunciou o contraio, não me admiraria se ele não me chamasse uma segunda vez. O que era uma pena, porque com apenas um pagamento dele eu vou conseguir pagar umas três sessões no hospital para minha irmã.

Ajeitei a mascara e peguei minhas coisas, o frasco com lubrificante e camisinhas que estavam espalhadas pelo lugar, pondo tudo na bolsa.

— Sinceramente ainda me pergunto como estou acordado, depois desse sexo provavelmente vou dormir um seis dias seguidos — Estiquei minha coluna e me alonguei antes de destrancar a porta e sair.

Eram exatas três da manhã e minha mãe nem sonhava onde eu estava, sendo mais sincero ela não ligava o suficiente para isso, seu objetivo de vida era manter Olivia viva e respirando, já se tratando de mim, podemos dizer que em sua visão, sou descartável.

Continua...🍒