𝗢𝗕𝗦𝗘𝗦𝗦𝗜𝗢𝗡 001

1.9K 211 155
                                        

120 d.C; ESTILHAÇOS

Nem mesmo o semblante tristonho lhe tirava a beleza; o preto lhe caía bem, ele sabia disso

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Nem mesmo o semblante tristonho lhe tirava a beleza; o preto lhe caía bem, ele sabia disso. Não importa o que ocorresse, Rhaenyra sempre estaria bela, destacando-se em meio a tantos rostos comuns. Trajando um vestido negro modesto, um véu da mesma cor cobria seu rosto triste, seus cabelos platinados em um coque seguro. Impecável, a mulher mais bela que ele veria em toda sua vida, Aemond poderia afirmar em sua consciência. A brisa do mar era agradável para ele; definitivamente, o vento fresco e gelado fazia bem em um dia como aquele. Derivamarca tinha seus atrativos. Passando por todos que cruzavam seu caminho, o jovem de olhos violetas dirigiu-se para um canto da fortaleza rochosa.

A cerimônia fúnebre de Lady Laena Velaryon havia ocorrido mais cedo. E nem mesmo em um funeral Rhaenyra foi poupada de piadas discretas sobre a legitimidade de seus filhos. Aemond observava bem o desconforto da meia-irmã. Porém, o que mais chamava a atenção era o fato de ela ser forte o suficiente para se opor a todos aqueles que a olhavam torto. Rhaenyra era magnífica, tudo que Aegon não era.

Aemond não entendia como Viserys foi capaz de produzir um filho tão nojento. Em sua concepção, Aegon era apenas um verme. Os genes de Viserys e Alicent conceberam um ser aqueroso, muito diferente dele e Helaena, apesar de ela ser um tanto peculiar para uma jovem princesa. Aemond foi retirado completamente de seus devaneios pela presença desagradável de Aegon.

— No que tanto pensa? Estou há bastante tempo tentando falar com você, mas ainda não havia te encontrado. — Aegon bebe um gole de vinho.

— Gostaria que não houvesse me encontrado. — Aemond lhe dá um falso sorriso e deixa o mais velho para trás, dirigindo-se para as escadarias da praia.

Aegon vê o irmão mais novo sumir de suas vistas ao sair em direção à praia. Ele dá de ombros, já havia se esquecido do que iria comentar com Aemond. Ele olha para onde o irmão foi e mira seus olhos na direção que Aemond observava antes e se depara com algo engraçado.

Rhaenyra.

Aemond estava observando Rhaenyra? Um meio sorriso deixou seus lábios e ele deu meia-volta. Rhaenyra estava encostada nas ameias baixas do castelo, a brisa do mar batia contra seu rosto, fazendo o véu negro balançar. Lembranças invadiram sua mente, onde ela e Laena corriam descalças pela praia, arrastando seus vestidos na areia molhada. Laena era fogo e sangue, mas também mar e sal. Os deuses haviam sido cruéis consigo; a cama do parto era o maior temor de toda mulher, e para Laena e Rhaenyra não fora diferente. Laena havia morrido por conta do parto, e Rhaenyra não pôde estar com ela nesse momento, segurando sua mão, como ela sempre fez consigo em todas as suas gravidezes.

Rhaenyra sabia que não tinha motivos para sentir-se culpada, mas mesmo assim ela se sentia, pois deveria estar lá com Laena. Deveria ter se despedido dela enquanto pôde, mas agora, agora era tarde demais para isso.

Limpando a trilha rasa de suas lágrimas, Rhaenyra levantou o rosto e deixou a brisa do mar. Caminhando entre tantas pessoas, ela procurava seus filhos. Havia várias pessoas no velório de Laena, os nobres de High Tide e familiares próximos. Alguns membros da corte de Viserys também estavam presentes. Rhaenyra vagava à procura de Lucerys e Jacaerys, mas não os encontrava em lugar nenhum. Observando tantas pessoas juntas cochichando baixo, ela tirou seus olhos daquela direção e desceu as escadas em direção à praia. Tudo estava cinza; seguindo a caminhada pela praia, ela ainda procurava seus filhos em algum lugar, mas sua mente ainda nublada rondava pensamentos intrusivos de culpa.

AMBITIOUS OBSSESSIONOnde histórias criam vida. Descubra agora