AON | ˒ Até onde você iria por uma ambição? Quais regras quebraria por conta de uma obsessão? Bom, a resposta para isso era clara. O homem de fios platinados desceria até o inferno com extremo prazer, apenas para alcançar aquilo que tanto cobiçou...
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Naquela manhã, o sol finalmente rompia o horizonte, dourando as águas do mar que estavam mais calmas. O som suave das ondas parecia refletir a serenidade da decisão que Rhaenyra tomara durante a noite. Ela havia passado boa parte do crepúsculo perdida em pensamentos, contemplando todas as consequências de suas escolhas. Quando o primeiro raio de sol ameaçava surgir, o cansaço a venceu, e ela adormeceu na biblioteca, com o livro ainda repousando em seu colo. Mesmo no sono, as palavras de Aemond ecoavam em sua mente, fazendo-a reviver cada instante que passaram juntos.
O dia já havia começado e o castelo estava em movimentação. A corte de Viserys se preparava para partir de volta à capital. Havia agitação por todos os lados, nobres organizando suas coisas, servos correndo para garantir que tudo estivesse pronto. A tensão da viagem de retorno pairava no ar, mas Aemond estava alheio a tudo isso. Ele se encontrava sozinho, de pé diante do mar, os olhos violeta fixos no horizonte. O som das ondas e a brisa do oceano faziam companhia a seus pensamentos. Ele esperava pacientemente por qualquer sinal de sua meia-irmã, Rhaenyra.
Havia uma mistura de ansiedade e resignação dentro dele. A noite passada tinha sido um divisor de águas para ambos. Ele sabia que, não importando o quanto desejasse aquele momento ao lado dela, as complicações eram muitas. A decisão estava nas mãos dela, e ele não tinha outra escolha senão esperar. Aemond continuava olhando para o mar, os pensamentos vagando entre o desejo, o medo do que poderia vir, e a incerteza do futuro. O vento jogava seus cabelos brancos para trás, e o mar parecia responder ao seu estado de espírito, calmo, mas cheio de medos.
Lucerys foi o primeiro a acordar naquela manhã. O herdeiro de Derivamarca estava em seus aposentos, preparando-se para o dia que se iniciava. Vestia suas roupas com o cuidado, sempre exibindo elegância e postura. Uma calça de cota preta cobria suas pernas, enquanto uma camisa de algodão branco se ajustava por debaixo de um gibão azul-escuro, decorado com finas pérolas que reluziam à luz suave que entrava pela janela. O símbolo da Casa Velaryon, um cavalo-marinho, era estampado em um lindo broche que adornava seu peito, representando sua linhagem de sangue do mar.
Preso a seu coldre, uma adaga cuidadosamente esculpida e afiada, que lhe fora dada para sua proteção pessoal. Um presente de seu avô, o famoso Lorde Corlys Velaryon, o "Serpente Marinha". Lucerys sempre carregava consigo um certo orgulho de suas raízes Velaryon, ainda mais depois de tantos ensinamentos e conversas com o lorde das marés.
Agora, com a morte de seu pai, Lucerys sabia que Derivamarca seria passado para ele. O peso da responsabilidade se tornava mais real a cada dia que passava, e ele se lembrava das palavras de seu pai e da determinação de sua mãe, que sempre o ensinara a carregar esse fardo com dignidade. Se em algum momento a carga se tornasse pesada demais, ele tinha a certeza de que sempre contaria com o apoio de sua família para seguir em frente.
Luke fixou seus olhos no espelho, observando seu reflexo. Ele era um jovem bonito, esbelto, e seu rosto possuía a delicadeza de uma rosa recém-desabrochada, com traços que refletiam a beleza divina. Seus olhos, um em violeta claro e outro em azul água, eram notáveis e diferentes, como o mar que cercava suas terras. Essa singularidade não apenas destacava sua aparência, mas também simbolizava a mistura de heranças que corria em suas veias.