AON | ˒ Até onde você iria por uma ambição? Quais regras quebraria por conta de uma obsessão? Bom, a resposta para isso era clara. O homem de fios platinados desceria até o inferno com extremo prazer, apenas para alcançar aquilo que tanto cobiçou...
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Os dias que antecediam o casamento estavam repletos de compromissos, intrigas e expectativas. Aemond e Rhaenyra, apesar de noivos, pareciam orbitar em mundos paralelos, seus deveres lotados afastando-os. Rhaenyra dedicava suas manhãs e tardes às responsabilidades como princesa herdeira, rodeada por suas damas de companhia, que ajudavam nos preparativos para a cerimônia, além de reuniões com lordes que reafirmavam sua lealdade. Ela os recebia com cordialidade, mas sempre mantendo o olhar vigilante, ciente de que confiança era um luxo raro na corte.
Seus filhos, Lucerys e Joffrey, aproveitavam a oportunidade para explorar os jardins da Fortaleza Vermelha ou encontrar-se com jovens lordes, observando as complexas teias de alianças e rivalidades que compunham o ambiente. Jacaerys, como o mais velho, assumia um papel mais sério, frequentemente acompanhando a mãe em encontros com aliados importantes.
Enquanto isso, Aemond era visto frequentemente em audiência com o rei ou conduzindo treinamentos no pátio. Viserys, ciente da responsabilidade que o aguardava como consorte da herdeira, confiava-lhe uma série de tarefas administrativas e militares. Cada dia parecia um teste, moldando-o para o papel que desempenharia ao lado de Rhaenyra. Apesar de sua natureza disciplinada, Aemond sentia o peso das expectativas. Ele não era apenas o noivo de Rhaenyra; era o homem que deveria fortalecer sua reivindicação ao trono, um papel que exigia não apenas força, mas também sagacidade política.
À noite, ambos se retiravam para seus aposentos exaustos, sem sequer cruzarem olhares. Apesar da distância, a conexão entre eles não estava quebrada, apenas adormecida, enterrada sob o peso das responsabilidades e do futuro incerto. Contudo, havia um entendimento tácito: quando o momento chegasse, estariam prontos para enfrentar juntos o que o destino lhes reservasse.
O grande salão da Fortaleza Vermelha estava repleto de nobres e lordes de todas as partes dos Sete Reinos, todos reunidos para celebrar o último banquete antes do casamento de Rhaenyra e Aemond. As longas mesas estavam adornadas com toalhas finas, castiçais de prata e travessas transbordando com os pratos mais refinados, desde assados suculentos até frutas. A música dos bardos preenchia o ar, enquanto a melodia envolvente fazia os convidados conversarem em tons animados e brindarem alegremente.
A mesa principal, localizada no centro da atenção, era ocupada pela família real. O rei Viserys, com um semblante mais saudável e sereno, parecia rejuvenescido pela presença de sua filha. Ele vestia um manto de veludo negro e vermelho, um símbolo de sua majestade. Ao seu lado, a rainha Alicent exalava graça e autoridade. Seu vestido verde profundo, combinado com as esmeraldas cintilantes em seu colar e a tiara de obsidiana, destacava sua figura régia. Seus olhos, no entanto, observavam atentamente cada detalhe ao redor, captando sussurros e olhares com a destreza de quem conhece bem as intrigas da corte.
Rhaenyra, sentada perto do pai, trajava um vestido vermelho vivo com detalhes dourados, a cor representando tanto o fogo quanto o sangue de sua casa. Seu cabelo platinado estava preso em uma elaborada coroa de tranças, adornada com pequenas pedras rubis. Ela estava radiante, mas em seus olhos havia um brilho calculado, um reflexo do jogo político em que estava envolvida. Ao lado dela, Aemond exibia sua postura impecável, trajando um manto negro com detalhes prateados.
