𝗔𝗠𝗕𝗜𝗧𝗜𝗢𝗨𝗦 019

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127 d.C; NASCIMENTO DOS GÊMEOS DRAGÃO

Por detrás das nuvens, erguiam-se os primeiros gritos do trovão

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Por detrás das nuvens, erguiam-se os primeiros gritos do trovão. No céu estagnado e plúmbeo, incontáveis gotas despencavam, chocando-se contra a estrutura rochosa da Fortaleza, ecoando como murmúrios sombrios pelos corredores frios. O som da tempestade, furioso e incessante, não foi capaz de silenciar os lamentos de Rhaenyra, que se espalhavam como um lamento antigo, reverberando entre as paredes de pedra enquanto ela lutava contra as dores do parto.


O aposento estava mergulhado em sombras, iluminado apenas pelo brilho vacilante das velas e pelos relâmpagos que rasgavam o céu lá fora. O cheiro ferroso de sangue misturava-se ao aroma acre da cera derretida e dos óleos queimando nos braseiros. A tempestade rugia como um dragão enfurecido, e dentro daquele quarto abafado, outro tipo de batalha era travada.

Rhaenyra arquejava, o suor perlado escorrendo por sua fronte pálida. Suas mãos tremiam ao apertar os lençóis úmidos de tanto se contorcer. As aias murmuravam formas de ajudar, mas não ousavam tocar a princesa sem que ela permitisse. Sua respiração era errática, entrecortada por lamentos e gemidos contidos, mas seus olhos ardiam com uma determinação inabalável.

Suas damas de companhia se entreolhavam, incertas sobre o que dizer ou fazer. Algumas sussurravam preces aos Sete, enquanto outras apenas apertavam as mãos uma da outra, temendo que sua presença fosse insuficiente para aliviar o sofrimento da princesa.

Jacaerys e Joffrey lado a lado, seus rostos pálidos e ansiosos, enquanto a chuva castigava os telhados da Fortaleza como se os próprios deuses chorassem junto de sua mãe.

Aemond ainda não havia retornado de sua missão. Os ventos cortantes da tempestade uivavam contra as muralhas da Fortaleza, como se ecoassem a inquietação que crescia dentro daqueles que aguardavam. Seu pai lhe ordenara que trouxesse Daeron para casa e deixara claro que não deveria se demorar. Rhaenyra precisava dele mais do que nunca, e cada instante de sua ausência parecia estender a tensão que pairava sobre o castelo, sufocante como a tempestade lá fora.

Mais um trovão ribombou, e Rhaenyra arqueou o corpo em um espasmo de dor. Seu grito se fundiu ao bramido da tempestade, e por um instante, a noite pareceu congelar. A luta entre vida e morte havia atingido seu ápice, e tudo o que restava era esperar para ver quem venceria.

O vento uivava contra as paredes de pedra, fazendo as chamas das tochas tremularem, projetando sombras inquietas pelos corredores. O frio infiltrava-se pelas frestas das janelas, tornando o ambiente ainda mais gélido e opressor.

Rhaenyra agarrava os lençóis brancos manchados de sangue, os dedos trêmulos se contorcendo sobre o tecido encharcado. O suor escorria por sua testa, misturando-se às lágrimas que teimavam em brotar de seus olhos marejados. As aias se moviam apressadas ao seu redor, trocando os panos úmidos que tentavam aliviar o calor febril de sua pele, mas nada parecia diminuir a dor dilacerante que a consumia.

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