AON | ˒ Até onde você iria por uma ambição? Quais regras quebraria por conta de uma obsessão? Bom, a resposta para isso era clara. O homem de fios platinados desceria até o inferno com extremo prazer, apenas para alcançar aquilo que tanto cobiçou...
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A carruagem balançava levemente a cada irregularidade no trajeto, enquanto os dragões haviam ficado no Fosso dos Dragões, descansando após a longa viagem. O percurso até Porto Real havia sido mais rápido do que o esperado, mas Rhaenyra sentia um leve desconforto. Seu vestido estava um pouco mais apertado do que deveria, dificultando sua respiração, mas ela suportava com dignidade, mantendo sua postura altiva.
Lucerys estava sentado ao seu lado, os olhos perdidos na paisagem que passava pela janela da carruagem. Do outro lado, Jacaerys e Joffrey conversavam em voz baixa, ambos ansiosos. Sentindo o peso da jornada, Rhaenyra inclinou-se e depositou um beijo carinhoso no topo da cabeça de Lucerys, um gesto de conforto tanto para ele quanto para si mesma.
O vento soprava suavemente pelas frestas da carruagem, e, por um momento, ela se permitiu fechar os olhos, tentando afastar as preocupações sobre o que encontraria ao chegar em Porto Real.
Viserys aguardava ansioso no pátio, preparado para receber sua filha mais velha. Ele insistiu em estar presente para vê-la assim que chegasse. Ao seu lado, sua esposa, Alicent, mantinha uma expressão visivelmente desgostosa, com os lábios apertados em descontentamento. Atrás deles, Aemond seguia, quase arrastando Aegon, que parecia menos entusiasmado com o evento. Helaena, por outro lado, exibia um raro sorriso, trajando um belo vestido azul que realçava sua serenidade.
Quando os portões do pátio se abriram com um rangido, toda a atenção se voltou para a carruagem que se aproximava. Aemond, quase instintivamente, postou-se ao lado do pai, enquanto o veículo parava a poucos metros de distância. O clima de expectativa era palpável.
A porta da carruagem foi aberta, e Rhaenyra desceu com elegância. Ela vestia um vestido de seda preta, o corpete cravejado com safiras negras que brilhavam sob a luz do sol. Seus ombros estavam à mostra, e as mangas abertas do vestido acrescentavam um toque de requinte e imponência ao seu traje. Em cada mão, três anéis reluziam: safiras negras, rubis e ouro.
Aemond a observava com uma discrição calculada, seus olhos fixos em cada detalhe dela, enquanto uma mistura de emoções fervilhava em seu interior. Ao seu lado, Aegon, apesar de suas provocações habituais, não pôde deixar de notar. Mesmo ele, relutante, admitiu para si que Rhaenyra estava deslumbrante. Ela era linda.
Lucerys desceu logo atrás da mãe, carregando consigo a mesma imponência que Rhaenyra. A tiara de obsidianas azuis em sua testa reluzia à luz do sol, e seus trajes de um azul profundo traziam uma suavidade que contrastava com as vestes escuras de sua mãe e irmãos. Seus olhos bicolores fixaram-se à frente, observando de imediato a expressão entojada de Alicent e os olhares atentos de seus tios.
Mantendo-se ao lado de Rhaenyra, Lucerys ergueu a cabeça com orgulho, consciente de sua posição, mas também da tensão no ar. Não era segredo as desavenças entre ele e Aemond, e, embora tentasse se manter firme, ele não pôde deixar de notar o peso dos olhares de seus tios.