AON | ˒ Até onde você iria por uma ambição? Quais regras quebraria por conta de uma obsessão? Bom, a resposta para isso era clara. O homem de fios platinados desceria até o inferno com extremo prazer, apenas para alcançar aquilo que tanto cobiçou...
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O autocontrole de Daemon estava ruindo aos poucos. A decisão de Viserys o deixava à beira da loucura. Casar Rhaenyra com Aemond? Era insano, inconcebível. Na visão de Daemon, o sobrinho caolho jamais seria digno de sua amada Rhaenyra. A cada pensamento sobre o assunto, a frustração se acumulava em seu peito, queimando como um dragão enjaulado que ansiava por liberdade.
Ele precisava aliviar aquele turbilhão que o consumia, e apenas duas opções vinham à sua mente para acalmar os ânimos: uma boa batalha, onde pudesse extravasar a fúria reprimida, ou as distrações que as mulheres da cidade poderiam oferecer. Como a primeira opção não estava ao seu alcance naquele momento, Daemon escolheu a segunda.
Sem perder tempo, dirigiu-se aos becos onde sabia que encontraria aquilo que procurava. As ruas sombrias pareciam refletir sua própria inquietação, e enquanto caminhava, ele sentia que cada passo o levava mais longe dos problemas da corte e mais perto de um breve alívio. Mesmo que apenas por algumas horas, ele queria esquecer a aliança que lhe parecia uma traição.
Daemon fora muito bem recebido pelas prostitutas. Algumas amigas de Mysaria chegaram a desfrutar da companhia do príncipe rebelde, mas nenhuma conseguiu agradá-lo de fato. Após mais algumas taças de vinho, uma das mulheres fixou o olhar nos olhos violetas do príncipe, determinada a satisfazê-lo. Contudo, seu esforço se mostrava em vão.
Daemon observou a mulher de cabelos castanhos, e o sorriso em seus lábios era quase irônico. Mesmo com o esforço dela, sua mente estava longe, fixada em pensamentos que nenhuma companhia poderia apagar. Ele jogou a cabeça para trás, sentindo o gosto amargo do vinho que parecia não acalmar seus ânimos como antes.
— Deseja uma de cabelos prateados, meu príncipe? — perguntou a mulher, com um toque de malícia na voz, enquanto deslizava para fora do colo dele.
Daemon a encarou, os olhos violetas brilhando à luz bruxuleante das velas. A sugestão dela lhe causou uma pontada de dor, misturada com frustração. Cabelos prateados. Ele sabia quem queria, quem desejava. Mas ela estava além de seu alcance, prometida a outro, o que o atormentava mais do que ele gostaria de admitir.
— Nenhuma delas é Rhaenyra — murmurou, mais para si mesmo do que para a mulher à sua frente. Ele suspirou, deixando a taça de vinho de lado. — Por hoje, acho que não há nada que possa saciar meu desejo.
A mulher o observou com um ar de curiosidade. Sem insistir, ela se levantou e se retirou discretamente, deixando-o com seus próprios pensamentos. Daemon ficou sozinho, imerso em pensamentos e vinho, sentindo-se cada vez mais frustrado. Nem mesmo o prazer mundano parecia capaz de apaziguar a insatisfação que queimava em seu peito.
Durante toda a noite, Daemon buscou consolo em taças intermináveis de vinho e nos toques suaves de mãos desconhecidas deslizando por seus cabelos platinados. As risadas e murmúrios à sua volta se misturavam, como uma melodia abafada que não conseguia preenchê-lo. A cada gole, ele esperava que o calor do vinho ou o conforto das carícias aliviassem a inquietação que o consumia, mas nada parecia ter efeito.