AON | ˒ Até onde você iria por uma ambição? Quais regras quebraria por conta de uma obsessão? Bom, a resposta para isso era clara. O homem de fios platinados desceria até o inferno com extremo prazer, apenas para alcançar aquilo que tanto cobiçou...
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O tempo voou junto às folhas caídas dos bosques, esvoaçando ao sabor do vento, assim como a vida se renova a cada pôr do sol. O reino permanecia calmo, sereno como as águas de um lago intocado, refletindo um breve momento de paz.
A plebe adorava a princesa herdeira, que frequentemente deixava para trás as imponentes paredes rochosas do castelo para se misturar ao povo. Com sua presença, oferecia mais do que palavras—dava-lhes atenção, voz e alimento. Aos enfermos, estendia a mão generosa, garantindo-lhes cuidados por meio dos meistres, aliviando suas dores e devolvendo-lhes a esperança.
Com o apoio do rei, Rhaenyra, em sua posição de herdeira, passou a refletir sobre a condição dos mais humildes. Observou de perto sua vulnerabilidade, a escassez de comida e a fragilidade diante das doenças que ceifavam tantas vidas. Dessa inquietação nasceu a Lei Coração de Fogo, um decreto que determinava que todos os enfermos, desde crianças até os mais idosos, recebessem tratamento, desde que houvesse cura possível para suas enfermidades—e tudo sob a responsabilidade da Coroa.
O conselho, inicialmente, mostrou-se contrário à proposta. Para muitos, era um gasto desnecessário, uma concessão perigosa. Mas Rhaenyra não recuou. Com o apoio inabalável de seu marido e do próprio rei, lutou pela causa, argumentando incansavelmente em defesa dos mais necessitados. Suas palavras, carregadas de convicção, abalaram até os mais céticos.
E então, um a um, os votos mudaram. O que antes era rejeição tornou-se aceitação. O que parecia impossível tornou-se realidade.
A Lei Coração de Fogo foi aprovada, selando um novo pacto entre a realeza e o povo—um pacto que, sob a luz do dragão, prometia esperança aos que mais precisavam.
Quando o decreto real veio a público, a reação foi imediata. O povo saudou a princesa herdeira com júbilo, erguendo sua voz em agradecimento e lealdade. Em cada rua, em cada casa, seu nome era murmurado com respeito e admiração. Rhaenyra não era apenas a futura rainha—era a soberana que olhava por eles, que lhes estendia a mão quando a nobreza os ignorava.
E assim, pouco a pouco, sua influência crescia, como uma chama alimentada pelo vento. Sua aliança com o povo se fortalecia a cada gesto de compaixão, a cada decisão que fazia em favor dos mais fracos. Ela não apenas se preparava para o trono—garantia que, quando o momento chegasse, teria um reino pronto para defendê-la.
Mas nem todos viam isso com bons olhos.
Na corte verde, os murmúrios eram inquietantes. Alicent observava com apreensão a ascensão de Rhaenyra entre os plebeus. O carinho do povo pela princesa era um perigo—um veneno silencioso que corroía as pretensões de Aegon ao trono.
Filho homem ou não, um rei sem o apoio de seu povo era um rei frágil. E Alicent sabia disso melhor do que ninguém.
Ela precisava agir. Encontrar uma forma de minar a influência de Rhaenyra antes que fosse tarde demais.