Capítulo 15

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O bom é que depois, o final
É a pequena morte lenta de nós dois
De nós dois

— Pitty, Pequena morte.

Mesmo depois de chegar lá, ele continua dentro de mim, saindo apenas após alguns minutos, sem dizer nada. Eu permaneço deitada, imóvel, encarando o teto. Depois do que fizemos, é inútil mandá-lo embora, e eu ainda não estou pronta para ficar longe dele. Quero aproveitar esse momento. Ele se deita ao meu lado; eu não o olho, porém. Ainda estou ofegante, respirando com dificuldade. Não sei ao certo o que sentir; não estou exatamente arrependida, mas saber que eu cedi à tentação e me envolvi com ele faz com que eu sinta raiva de mim mesma.

Ele, enfim, fala, me perguntando onde é o banheiro. Eu o respondo, ainda deitada, e ele se levanta da cama. Eu o observo sair em silêncio; os ombros manchados de sangue, pequenos pontos vermelhos espalhados pelas costas, a bunda maravilhosa. Desbloqueio o meu celular sobre a mesa de cabeceira e vejo que, agora, são dez da noite. Preciso dormir logo; amanhã é o curso de formação do BOPE e o dia será longo. O problema é que eu sinto tudo, exceto sono.

Minutos depois, ele retorna, depois de descartar o preservativo, ainda nu. Meu Deus. Diferente de mim, parece confortável e, mais do que isso, não parece querer ir embora. Entro em conflito, dividida entre mandá-lo sair e deixá-lo ficar. Evito olhá-lo nos olhos e, por isso, encaro a sua tatuagem, que, durante muito tempo, me deixou curiosa. É a caveira do BOPE tatuada sobre a pele do seu braço. Eu deveria ter imaginado. Engulo em seco, pensando no significado por trás do símbolo. Ele se deita ao meu lado.

— Preciso acordar cedo amanhã. — Digo, mecanicamente, dispensando-o. Ainda não o olho. 

— Eu também. — Ignora. Me arrependo do que disse no instante em que sua mão desliza pela minha coxa. Conto até três, mentalmente, tentando criar coragem para mandá-lo ir.

— Vou me vestir e abrir a porta pra você. — Faço menção de me levantar, mas, no mesmo instante, suas mãos prendem os meus braços acima da cabeça. Ele fica por cima de mim. Suspiro.

— Não acabei ainda. — Fala, seus olhos escuros fixos aos meus. Quero mandá-lo embora, sabendo que, amanhã, vou me arrepender de ter cedido, mas, por ora, me deixo levar. Tento beijá-lo, mas, quando minha boca está próxima à dele, ele se abaixa e lambe o meu mamilo. Reviro os olhos com a sensação da sua saliva quente na minha pele. Algo em mim se acende, porque, de repente, eu o quero novamente. Uma rapidinha, e só.

Uma de suas mãos ainda prende as minhas acima da cabeça, e eu, querendo mais, envolvo minhas pernas ao redor dos seus quadris. Ele lambe, mais uma vez, meu mamilo, me provocando. Torturando, porém, parece ser a palavra mais adequada. Eu gemo. Ele envolve meu outro seio com a mão livre. Eu me mexo, impaciente. 

— Você precisa ser mais paciente, doutora. — Diz. Filho da puta. — Vou te comer outra vez, mas não vai ser agora.

Estremeço quando ele diz isso. Sua língua desliza pela minha barriga, contornando o meu umbigo, e para quando, finalmente, chega até a minha virilha. Sinto sua respiração quente contra a minha pele. Eu arqueio as costas, querendo mais. Ele sobe, afastando-se de onde eu quero que esteja, e dá, sem avisar, um tapa no meu rosto. A pele da região instantaneamente queima, e eu sinto, mais do que nunca, vontade de mandá-lo ir embora.

— Se controla. — Fala. Eu o encaro, sem reação. Qual é o problema dele? Me sinto humilhada.

Ele aumenta a pressão do aperto sobre os meus pulsos, e eu choramingo. Dói. Eu mereço isso, porém. Eu fui atrás, eu o beijei, eu o procurei, e agora a raiva que sinto é quase tangível. Ele se abaixa outra vez e, devagar, circula o meu clitóris com a língua. 

As duas faces da justiçaOnde histórias criam vida. Descubra agora