Capítulo 14

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Me olha e me encara, eu sou tua caça
Me engole e me encaixa, pode me comer

— Luísa Sonza, Sagrado Profano.

Eu me inclino e abro a gaveta da mesa de cabeceira, pegando um preservativo. Faço menção de entregar a ele, mas ele não o pega, porém. "Que porra é essa?", sinto vontade de dizer. Se ele for embora agora, juro que não respondo por mim. Eu olho para trás, e ele me encara, em silêncio, cravando seus dedos na carne dos meus quadris. Pressiono minha bunda contra o pau duro dele outra vez, implorando, silenciosamente, para que ele me coma logo. Olho para trás mais uma vez, impaciente. Eu imaginava que, talvez, ele gostasse de dar ordens, mas é mais do que isso. Ele é maníaco por controle.

— Você com pressa? — Pergunta, sarcástico. Não respondo. Me apoio sobre os cotovelos e empino mais a minha bunda. — com pressa, sua piranha? — Ele enrola sua mão no meu cabelo, puxando-o, para que eu olhe para ele. Meu Deus. Minha visão fica turva. Gosto que ele me xingue; quando transava com Leonardo, pedia que ele fizesse isso, mas ele costumava dizer que jamais conseguiria.

— Acaba com isso. — Falo, impaciente. Estou muito, muito excitada. Já estive perto de gozar duas vezes, e ele me negou isso. O que vem em seguida, porém, é inesperado: ele me bate. Ouço apenas o estalo do tapa e, depois, sinto a pele da minha bunda arder. Tento ser o mais silenciosa possível, com medo de que meus vizinhos de andar ouçam, mas, quando ele repete o mesmo movimento, eu grito. Mordo um travesseiro.

— Botafogo inteiro vai te escutar assim. — Ele diz, ríspido. Sua mão se move pela minha buceta e, quando chega mais uma vez ao meu clitóris, eu gemo baixo. Quero que ele me coma logo, mas ele insiste em me torturar. De repente, ele para e, quando olho para trás, o vejo se masturbando, me comendo com os olhos. Se, por um lado, quero acabar logo com isso, por outro, quero aproveitar o máximo possível, sabendo que não vai acontecer novamente. Se eu não gozar agora, porém, vou ficar maluca.

Ele me puxa, me virando, e eu caio de costas na cama. Ele se senta encostado à cabeceira, e eu monto no seu colo. Ele agarra a minha nuca, me obrigando a olhá-lo. Eu o encaro. Eu, de certa forma, o desprezo, mas tudo isso parece ser apenas combustível, porque, até o momento, esse é o melhor sexo da minha vida, e eu ainda sequer sentei no seu pau. Me esfrego contra o seu membro enrijecido, tateando os lençóis à procura da camisinha, mas não a encontro.

Ele passeia a mão livre pelas minhas costas e, quando encontra o fecho do meu sutiã, o solta. Termino de retirar a peça, que cai sobre os lençóis. Os olhos dele brilham de desejo, e eu fico ainda mais excitada com essa cena. Respiro, ofegante, quando ele lambe o meu mamilo e, em seguida, o mordisca. Uma de suas mãos passeia pelo meu pescoço, apertando-o; seu aperto é forte, firme. Ele alterna entre os meus dois seios, chupando, mordiscando, lambendo, e eu não paro de me esfregar contra o seu pau. Seu aperto no meu pescoço se intensifica, e eu fico sem ar. Ele não parece se preocupar com isso, porém, porque continua me lambendo. Sei o quanto esse tipo de coisa é perigoso, mas mal consigo protestar, deixando que ele continue.

Quando não consigo mais aguentar a privação de oxigênio, finco minhas unhas no seu ombro, pedindo, silenciosamente, para que ele pare, o que ele não faz. Minha visão escurece, cada vez mais turva, e eu cravo minhas unhas com mais força no seu ombro. Quando estou prestes a perder a consciência, porém, ele solta o meu pescoço. Aspiro de volta o ar por alguns segundos, e ele continua mordiscando os meus mamilos.

— Desgraçada. — Diz, olhando, de repente, para o seu ombro. Eu olho para a região em que minhas unhas estavam há pouco tempo, notando alguns vergões com sangue. Ele, porém, não se preocupa muito com isso, porque, instantes depois, me joga de costas na cama.

As duas faces da justiçaOnde histórias criam vida. Descubra agora