Capítulo 17

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Ao chegarmos na faculdade, Tyler e Eugene logo se despediram indo em direção aos seus prédios. Caminhei com Enid até pararmos em frente ao bloco de Química, que era o primeiro.

— Boa sorte com o seu estágio, Wed! — Enid disse, e eu sorri.

— Obrigada, e boa sorte com a preparação do auditório. Mais tarde eu vou estar aqui na primeira fileira para te assistir e aplaudir muito — disse, e ela segurou minha mão entrelaçando nossos dedos.

— Vou te procurar na plateia! — ela falou.

— E eu vou estar lá! — Eu disse e ela me deu um selinho antes de soltar minha mão e começar a caminhar em direção ao prédio de artes, onde o auditório ficava.

Fiquei parada sorrindo feito uma boba, até ser acordada por uma voz chamando meu nome.

— Oi, Wednesday! — Camila apareceu. Ela estava vestida com um jaleco, pois teríamos aula de laboratório agora.

— Oi! — disse, olhando para a morena.

— Pronta para falar com o Bill? — Fiz uma careta e ela riu. Seguimos caminho até a sala. Ao entrar, Torry acenou e eu acenei de volta.

— Quer falar agora ou depois da aula? — perguntou, e eu dei de ombros.

— Pode ser agora mesmo, assim já nos livramos disso! — disse, e ela assentiu. Fomos até a mesa do careca de cara fechada e ele ergueu uma sobrancelha.

— Ora, ora, minha dupla dinâmica. Acho que já sabem que passaram no teste, mas fiquem sabendo que não foram minhas primeiras opções! — Ele disse, fazendo pouco caso. Sabia que tinha algo por trás disso.

— Mas fazer o quê, o reitor que me tomou esse gostinho! — Olhei para Camila, que parecia tremer de medo.

— Algum motivo teve, professor. O senhor Luiz não poderia escolher qualquer um.

Ele olhou para mim como se quisesse que eu evaporasse.

— Peguem logo isso e vão se sentar! — Ele falou, travando a mandíbula e nos entregando as instruções do estágio.

Caminhei em direção à mesa de Torry e ela me olhou surpresa.

— Foi impressão minha ou o Bill estava quase te desintegrando com os olhos! — ela disse, e eu dei de ombros.

— Passei do tempo de ter medo dele. Ele vai fazer o quê, me reprovar? — perguntei, e Torry ergueu uma sobrancelha.

— Óbvio! — ela disse, e eu ri discretamente.

— Ele que tente. Meu pai doou quase tudo nesse departamento. Se brincar, ele ainda está recebendo por isso. Então, ou ele age como um ser humano com os outros ou...

— Você é terrível! — ela disse rindo, e eu dei de ombros.

— Não, você sabe que não. Não gosto de usar nada ao meu favor, mas ele bem que merece.

Conversei com minha amiga por mais um tempo e logo a aula havia acabado. Eram quase quatro horas da tarde quando fomos liberadas de tudo.

— Então, vamos comigo fazer uma coisa? — perguntei a Torry, que estava segurando meu antebraço entrelaçado ao dela.

— Fala!

— Quero comprar um buquê de flores para entregar à Enid quando ela terminar a apresentação.

— Por Marie Curie, você tá mesmo caidinha pela loira! — Ela começou a rir e eu simplesmente fiquei vermelha.

— Digamos que meio que sim! — falei, e Torry olhou para mim sorrindo.

— Meio???

— Tá, sabichona, eu estou totalmente caidinha pela Enid! — disse, e logo chegamos ao estacionamento. Torry deixou o carro dela lá, já que ela voltaria mais tarde para ver a peça, e fomos no meu carro.

Passamos em frente a uma floricultura um pouco diferente, mas bem chamativa. Parei o carro em uma vaga na rua e logo descemos.

Entramos na loja e fomos recepcionadas por uma moça ruiva que sorria atrás do balcão de madeira.

— Boa tarde! — a moça disse e nós nos aproximamos.

— Oi, boa tarde! — Torry disse, colocando a mão sobre uma margarida no balcão.

— Quero um buquê bem bonito para dar de presente! — A moça assentiu.

— Qual o tipo de flor? — ela perguntou. Eu queria que fosse a flor preferida de Enid, mas não sabia qual era.

— Você sabe qual a flor preferida dela? — perguntei a Torry e ela assentiu.

— Ela ama margaridas!

— Então vai ser margaridas! — disse, e a moça assentiu, indo até a parte de trás da loja.

Aproveitamos para dar uma olhada nas outras variedades de flores e em complementos. Decidi mandar um cartão acompanhando o buquê. Pedi um cor de creme e levei até o balcão, esperando a moça ruiva voltar.

Depois de mais uns minutos, ela voltou com um lindo buquê de margaridas, sorrindo.

— Aqui, meninas! — disse, entregando a Torry.

— Vou querer esse cartão também! — disse, e ela assentiu somando quanto ficou tudo. Depois de pagar, fomos até o meu carro e dei partida. Deixei Torry em casa e fui para a minha, tomar banho e me arrumar para voltar à universidade mais tarde.

Ao chegar, os garotos já haviam chegado e estavam na sala.

— Olha só, Eugene! — Tyler disse, e Eugene olhou para mim.

— Oonnnnn! — Os dois disseram, e eu revirei os olhos, mostrando o dedo para eles e indo até meu quarto.

Quando cheguei, Thing estava jogado na cadeira da minha escrivaninha, dormindo. Coloquei as flores e o cartão em cima da cama e fui para o banheiro. Quando estiver pronta, escrevo o recadinho no bilhete.

Beijos da Torry 😘

A Química com você- Wenclair Onde histórias criam vida. Descubra agora