Capítulo 28

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Wednesday

Eu mal acreditava que finalmente estávamos namorando e que ela correspondia ao meu sentimento. Depois de um tempinho, voltamos para casa, e nossos amigos curiosos estavam todos atentos quando chegamos.

— Vou tomar um banho antes do jantar! — Enid diz, e eu assinto. Ela me dá um selinho e sobe as escadas. Logo em seguida, todas as meninas me cercam na cozinha.

— E aí, como foi? Fala, irmã! — Parker diz, sorrindo, e Torry estava ao seu lado.

— Por que acho que vocês estavam envolvidas nisso? — Pergunto, olhando para elas. Bando de caras de pau!

— Não! Só demos uma força para a loira se decidir! — Yoko diz, e Divina concorda.

— Então, fala logo! — Parker diz, segurando meus braços e me chacoalhando.

— Eu aceitei, eu amo ela! — Digo, e todas começam a dar gritinhos agudos.

— Que bom! — Parker me abraça, e eu a abraço de volta. Até agora, estou surpresa que ela tenha gostado de Enid tão cedo.

— Vou ligar para mamãe para contar a novidade! — Ela sai da cozinha antes que eu consiga protestar, mas já havia sumido pelas escadas. Uma hora eles vão saber mesmo.

— Qual é a dos gritos? — Tyler entra na cozinha com Eugene. Pela cara deles, eram os únicos que não sabiam de nada.

— Wenclair finalmente está namorando! — Yoko diz, e os garotos abrem sorrisos em minha direção.

— Ai, meu Deus! Meio metro, vem cá, como crescem rápido! — Tyler me abraça apertado, e eu chamo Eugene para se juntar a nós.

...

O jantar estava uma delícia. Eugene seria um chef excelente, e com certeza, quando abrir seu restaurante, será o melhor.

— Isso está divino! — Enid diz, provando mais um pouco do peixe.

— Que bom, esses dois aí vieram falando mal dos meus peixes o caminho todo! — Ele aponta para mim e Tyler, que nos entreolhamos e erguemos as mãos.

— Foi mal, Abelinha, está uma delícia. Falo por mim e pela meio metro aí! — Ele diz, e eu reviro os olhos.

— Meio metro é o... — Enid me olha séria, e eu não termino a frase. Coço a garganta, e Tyler olha para mim com um sorriso vitorioso.

— Só falta latir! — Divina diz, e sinto minhas bochechas corarem. Olho para as duas com um olhar ameaçador.

— Ixi, cuidado! A pinscher ficou com raiva! — Yoko completa.

— Podem parar de implicar com a minha namorada por um minuto? — Enid puxa a cadeira mais para perto, passa o braço pela minha cintura e me beija na bochecha.

Uma das melhores coisas era escutar as palavras "minha namorada" vindas da Enid.

— Mudando de assunto, o que vamos fazer amanhã? — Ainda temos sábado e domingo aqui até segunda-feira.

— Que tal almoçar na cidade, passear por aí e depois aproveitar a praia um pouco? — Torry sugere, e todos concordam.

Depois do jantar, Yoko inventou de nos reunir na sala para jogar um pouco de Uno. Até aí, tudo bem, a coisa ficou feia quando Torry bloqueou Parker quatro vezes.

— E compra mais três! — Diz, e minha irmã olha para minha amiga como se fosse pular em cima dela a qualquer segundo.

— Sua vez! — Enid joga uma carta amarela, e o jogo prossegue. Acabou com a vitória de Eugene. Mas tenho certeza de que ele roubou, mas para evitar a terceira guerra mundial, eu me calei.

— Vamos subir? Estou morrendo de sono! — Enid diz com uma voz manhosa, e eu assinto.

— Até amanhã! — Digo e seguro na mão de Enid. Vamos até o quarto, e fecho a porta.

— Hoje foi legal! — Ela diz subindo na cama.

— Foi mesmo, o melhor dia! — Falo, dando a volta na cama e colocando o celular para carregar.

Deito na cama, e ela se aconchega na curva do meu pescoço. Respiro fundo.

— Sabia que a Parker já fez fofoca para minha família? — Pergunto, e ela ergue o rosto, olhando para mim.

— Calma, eles são de boa. Quer dizer, mais ou menos, mas eles vão gostar de você!

— Será?

— Tenho certeza. Minha mãe, provavelmente, a essa hora deve estar soltando fogos. Ela achou que eu nunca ia me relacionar com ninguém. — Rio, e Enid me acompanha.

— Sério, por quê? — Franzo o cenho.

— Eu não ligava muito para isso, meio que achava tudo uma baboseira. Amor, eu simplesmente achava que era algo superestimado.

— E agora? — Ela me olha atenta.

— Agora eu acredito em tudo, sentir que seu coração e corpo reagem a alguém só por ser tocado ou apenas estar na presença da pessoa que ama.

— Isso é lindo! — Ela diz, me dando um selinho.

— É... isso é tudo o que sinto em relação a você, a estar na sua presença e a cada minuto que passa ao seu lado.

Sinto ela me abraçar e voltar a deitar no meu peito.

— E seus pais, acha que vão gostar de mim? — Pergunto, meio nervosa. Nunca escutei ela falando da família.

— Na verdade, minhas mães. Mas, conhecendo elas, vão te encher de perguntas, mas vão te adorar. Comparado ao pessoal com quem eu saía na minha cidade, elas vão te achar uma rainha.

— Agora fiquei curiosa, com que tipo de pessoa você saía? — Pergunto.

— Digamos que eu tive uma fase rebelde na adolescência! — Ela diz, e eu rio.

— Onde elas moram? — Pergunto.

— Canadá! — Ela fala, e eu fico surpresa.

— Você é canadense?

— Não, sou americana, mas quando criança, eu e meu irmão fomos adotados pelas minhas mães, e nós nos mudamos para o Canadá. Só voltei para fazer faculdade e pretendo me estabelecer por aqui mesmo.

— Entendi. — Fiquei tentada a perguntar mais sobre o irmão dela, mas ainda não parecia a hora certa. Estávamos em um momento agradável, e talvez trazer o assunto à tona poderia deixar a Enid desconfortável.

— Acho melhor dormirmos. Amanhã vai ser bem divertido. Vou te levar a um lugar onde eu ia quando criança.

— Mal posso esperar. Boa noite, amor! — Ela diz, e eu ainda fico surpresa com a nova palavra.

— Boa noite, me Cariño! — Beijo o topo da cabeça dela, e logo depois dormimos.

Beijos da Torry 😘

A Química com você- Wenclair Onde histórias criam vida. Descubra agora