Capítulo 39

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Wednesday

Dois meses depois

Caminho pelo campus até meu prédio. Eu estava com uma baita dor de cabeça e um sono de outro mundo. Passei a noite estudando para uma prova que seria aplicada hoje. Finalmente havia acabado o estágio, depois de muitos problemas tanto com o professor quanto com Camila. Mas, finalmente, havia acabado.

Entro na sala e logo sento ao lado de Torry, que bebia um copo de café do refeitório.

— Bom dia! — diz ela, me entregando um copo de plástico de café, e eu agradeço com um pequeno sorriso.

— Valeu! — falo, bocejando, e ela fecha o caderno em cima da mesa.

— Virou a noite? — ela pergunta, e eu apenas assinto, suspirando ao sentir o gosto do café quente.

— Sim, eu preciso de uma nota alta! — digo, olhando para ela.

— Isso tem a ver com o fato de você estar faltando aulas para ficar com a Enid? — ela pergunta, e eu reviro os olhos.

— Você sabe que ela não está cem por cento ainda, com tudo o que aconteceu. Só depois de um mês ela aceitou fazer terapia! — digo, colocando o copo sobre a mesa.

— Sei que você quer ajudá-la, mas não pode abrir mão das suas coisas.

— Eu não estou! — falo firme. Eu não estava abrindo mão de nada. Minhas notas estavam boas, claro, haviam caído um pouco, mas nada fora do controle.

— Acredito que não. Bom, pelo menos ela está melhor, já até voltou para as aulas.

— É, a psicóloga disse que seria um processo, cada etapa de uma vez.

— Então, vai fazer o tal jantar hoje? — ela pergunta, e eu assinto. Depois de tudo, as coisas estavam voltando ao lugar. Faria o jantar que tive que adiar para Enid e lhe daria o livro e o colar que comprei nas férias para ela.

O professor de Cálculo 3 entrou na sala, e o pessoal fechou os cadernos onde davam uma última lida no conteúdo.

— Vocês têm duas horas a partir de agora!

Enid

Eu estava na biblioteca fazendo um trabalho com Divina. Tínhamos que escrever um diálogo entre duas pessoas e depois atuar.

Mordia o lábio enquanto escrevia frases soltas em busca de uma ideia, enquanto Divina vasculhava uma caixa velha que achou na biblioteca, com trabalhos antigos de ex-alunos de Artes.

— Tem que ter algo aqui sobre diálogo, uma ideia que seja! — ela sopra a poeira, e eu rio. Estava melhor depois que voltei a frequentar a faculdade e fazer terapia uma vez por semana.

— Vamos só improvisar, escolhemos um assunto e vamos lá! — fecho o caderno, e os ombros dela caem, desistindo de achar algo útil.

— O que sugere? — ela senta em minha frente, e nos olhamos para começar. Olho para Divi rindo. Ela estava segurando um espirro por causa da poeira na caixa há um tempo, e quando não aguentou mais, o barulho foi escutado por toda a biblioteca, atraindo olhares de todos que estavam estudando.

— Desculpa!!!! — ela diz, e eu caio na gargalhada.

— Deixa de ser besta, minha alergia atacou! — ela se defende, e outro espirro vem. Aí eu não aguento e volto a rir.

Os alunos nos olhavam com caras de interrogatório, e quando o senhorzinho veio até nós, foi o ponto final.

— Não acredito que fomos expulsas da biblioteca por sua causa! — falo rindo e limpando as lágrimas que se formaram em meus olhos por não conseguir parar de rir.

— Foi a poeira, poxa! — diz, coçando o nariz com a palma da mão.

— Bem, acho que sua alergia nos ajudou, afinal de contas! — ponho a mão em volta do ombro de Divina.

— Tema do nosso diálogo: como fomos expulsas da biblioteca, uma mini comédia! — digo, levando um tapa no braço de leve.

— Tô falando sério! — digo, e agora é ela quem ri.

Assistimos à última aula e logo me despeço dela, indo em direção ao prédio da Wednesday. Ela teve uma prova hoje, e eu queria saber como ela foi.

Ela meio que abriu muito tempo para ficar comigo nas últimas semanas, e isso me ajudou bastante, mas temia que atrapalhasse os estudos dela. Ela era excelente em tudo, as melhores notas. E era uma excelente namorada.

Vejo Torry saindo do bloco de Exatas e vou em sua direção, acenando.

— Oi, Nid, como vai? — pergunta, me dando um abraço.

— Bem, e você, Ty? — pergunto, e ela sorri.

— Mais ou menos, a prova foi horrível! — diz, fazendo uma careta.

— A Wed ainda não terminou? — pergunto, olhando em volta e não vendo ela.

— Ah, terminou sim, só que ela estava com um pouco de dor de cabeça e resolveu ir para casa quando terminou. — Estranho ela não ter me dito nada.

— Tá certo, eu já vou indo! — digo, dando um tchauzinho e indo pegar o carro que havia chamado.

Não demora a chegar em frente ao meu prédio. Depois de tomar um banho e comer algo, ligaria para a Wednesday para saber como ela estava.

Subo as escadas do prédio e ponho a chave na maçaneta, que estava aberta. Yoko não disse que ia para a casa da Divina hoje?

— Yo? — pergunto, entrando e fechando a porta atrás de mim. Nem sinal dela. Será que a doida havia saído e deixado a porta aberta?

Caminho até meu quarto e, ao abrir a porta, vejo em cima da cama uma caixa com um lacinho bege.

No mesmo instante, sinto mãos sobre meus olhos e sei definitivamente quem era. O cheirinho que invadia o quarto, as mãos pequenas e delicadas...

— Wednesday! — digo, sorrindo, ainda com as mãos sobre meus olhos.

Beijos da Torry 😘

Acabou o sofrimento, por enquanto kkk 🙃😉 Falta 7 pessoas pra chegar em 100 seguidores. Quando chegar, postarei um mini maratona de capítulos.

A Química com você- Wenclair Onde histórias criam vida. Descubra agora