Wednesday
Dois meses depois
Caminho pelo campus até meu prédio. Eu estava com uma baita dor de cabeça e um sono de outro mundo. Passei a noite estudando para uma prova que seria aplicada hoje. Finalmente havia acabado o estágio, depois de muitos problemas tanto com o professor quanto com Camila. Mas, finalmente, havia acabado.
Entro na sala e logo sento ao lado de Torry, que bebia um copo de café do refeitório.
— Bom dia! — diz ela, me entregando um copo de plástico de café, e eu agradeço com um pequeno sorriso.
— Valeu! — falo, bocejando, e ela fecha o caderno em cima da mesa.
— Virou a noite? — ela pergunta, e eu apenas assinto, suspirando ao sentir o gosto do café quente.
— Sim, eu preciso de uma nota alta! — digo, olhando para ela.
— Isso tem a ver com o fato de você estar faltando aulas para ficar com a Enid? — ela pergunta, e eu reviro os olhos.
— Você sabe que ela não está cem por cento ainda, com tudo o que aconteceu. Só depois de um mês ela aceitou fazer terapia! — digo, colocando o copo sobre a mesa.
— Sei que você quer ajudá-la, mas não pode abrir mão das suas coisas.
— Eu não estou! — falo firme. Eu não estava abrindo mão de nada. Minhas notas estavam boas, claro, haviam caído um pouco, mas nada fora do controle.
— Acredito que não. Bom, pelo menos ela está melhor, já até voltou para as aulas.
— É, a psicóloga disse que seria um processo, cada etapa de uma vez.
— Então, vai fazer o tal jantar hoje? — ela pergunta, e eu assinto. Depois de tudo, as coisas estavam voltando ao lugar. Faria o jantar que tive que adiar para Enid e lhe daria o livro e o colar que comprei nas férias para ela.
O professor de Cálculo 3 entrou na sala, e o pessoal fechou os cadernos onde davam uma última lida no conteúdo.
— Vocês têm duas horas a partir de agora!
Enid
Eu estava na biblioteca fazendo um trabalho com Divina. Tínhamos que escrever um diálogo entre duas pessoas e depois atuar.
Mordia o lábio enquanto escrevia frases soltas em busca de uma ideia, enquanto Divina vasculhava uma caixa velha que achou na biblioteca, com trabalhos antigos de ex-alunos de Artes.
— Tem que ter algo aqui sobre diálogo, uma ideia que seja! — ela sopra a poeira, e eu rio. Estava melhor depois que voltei a frequentar a faculdade e fazer terapia uma vez por semana.
— Vamos só improvisar, escolhemos um assunto e vamos lá! — fecho o caderno, e os ombros dela caem, desistindo de achar algo útil.
— O que sugere? — ela senta em minha frente, e nos olhamos para começar. Olho para Divi rindo. Ela estava segurando um espirro por causa da poeira na caixa há um tempo, e quando não aguentou mais, o barulho foi escutado por toda a biblioteca, atraindo olhares de todos que estavam estudando.
— Desculpa!!!! — ela diz, e eu caio na gargalhada.
— Deixa de ser besta, minha alergia atacou! — ela se defende, e outro espirro vem. Aí eu não aguento e volto a rir.
Os alunos nos olhavam com caras de interrogatório, e quando o senhorzinho veio até nós, foi o ponto final.
— Não acredito que fomos expulsas da biblioteca por sua causa! — falo rindo e limpando as lágrimas que se formaram em meus olhos por não conseguir parar de rir.
— Foi a poeira, poxa! — diz, coçando o nariz com a palma da mão.
— Bem, acho que sua alergia nos ajudou, afinal de contas! — ponho a mão em volta do ombro de Divina.
— Tema do nosso diálogo: como fomos expulsas da biblioteca, uma mini comédia! — digo, levando um tapa no braço de leve.
— Tô falando sério! — digo, e agora é ela quem ri.
Assistimos à última aula e logo me despeço dela, indo em direção ao prédio da Wednesday. Ela teve uma prova hoje, e eu queria saber como ela foi.
Ela meio que abriu muito tempo para ficar comigo nas últimas semanas, e isso me ajudou bastante, mas temia que atrapalhasse os estudos dela. Ela era excelente em tudo, as melhores notas. E era uma excelente namorada.
Vejo Torry saindo do bloco de Exatas e vou em sua direção, acenando.
— Oi, Nid, como vai? — pergunta, me dando um abraço.
— Bem, e você, Ty? — pergunto, e ela sorri.
— Mais ou menos, a prova foi horrível! — diz, fazendo uma careta.
— A Wed ainda não terminou? — pergunto, olhando em volta e não vendo ela.
— Ah, terminou sim, só que ela estava com um pouco de dor de cabeça e resolveu ir para casa quando terminou. — Estranho ela não ter me dito nada.
— Tá certo, eu já vou indo! — digo, dando um tchauzinho e indo pegar o carro que havia chamado.
Não demora a chegar em frente ao meu prédio. Depois de tomar um banho e comer algo, ligaria para a Wednesday para saber como ela estava.
Subo as escadas do prédio e ponho a chave na maçaneta, que estava aberta. Yoko não disse que ia para a casa da Divina hoje?
— Yo? — pergunto, entrando e fechando a porta atrás de mim. Nem sinal dela. Será que a doida havia saído e deixado a porta aberta?
Caminho até meu quarto e, ao abrir a porta, vejo em cima da cama uma caixa com um lacinho bege.
No mesmo instante, sinto mãos sobre meus olhos e sei definitivamente quem era. O cheirinho que invadia o quarto, as mãos pequenas e delicadas...
— Wednesday! — digo, sorrindo, ainda com as mãos sobre meus olhos.
Beijos da Torry 😘
Acabou o sofrimento, por enquanto kkk 🙃😉 Falta 7 pessoas pra chegar em 100 seguidores. Quando chegar, postarei um mini maratona de capítulos.
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A Química com você- Wenclair
FanfictionEnid e Wednesday são jovens universitárias cursando carreiras diferentes em uma grande universidade. Enid está estudando Artes Cênicas, apaixonada por teatro e quer ser atriz, enquanto Wednesday está em Química, fascinada por investigação criminal...