Capítulo 37

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Enid

Eu acabei dormindo depois de chorar por horas, acho. Pus a mão sobre a cabeça e me sentei na cama. Peguei o celular, que estava totalmente descarregado, e o coloquei na tomada. Fui até o banheiro e tomei um banho longo.

Eu ainda estava muito abalada por ter reencontrado Beck depois de seis anos, e definitivamente a saudade de Erick havia voltado com tudo.

Desci as escadas e, ao pôr o primeiro pé na cozinha, minhas mães se levantaram rapidamente.

— Querida, como você está? — Elas perguntaram, com o olhar sobre mim. Eu apenas me sentei à mesa, encarando minhas mãos.

— Peter veio aqui pra ver como você estava! — Larissa disse, pondo a mão em meu ombro.

— Eu tenho que ir, eu não aguento ficar aqui. Eu lembro dele em tudo, em todo lugar. Foi minha culpa; se eu não tivesse o forçado a ir naquela festa estúpida, ele estaria aqui. — Digo, pondo as mãos sobre o rosto e sinto o abraço da minha mãe.

— Não foi sua culpa, Enid. As coisas acontecem, não temos controle sobre isso! — Laura diz, e eu suspiro.

— Eu sei que vocês querem que eu me sinta melhor, mas, mãe, eu fiz isso com ele, eu. — Levanto da mesa.

— Eu tenho que ir, é melhor pra mim. Desculpa! — Levanto, subo para pegar minhas coisas. Eu iria embora amanhã, mas acho que consigo antecipar no aeroporto.

Depois de duas horas, Larissa estaciona no aeroporto.

— Promete que vai ficar bem, filha? — Olho para ela, acenando.

— Cuida da mamãe! — Pego a mala, saio do carro e entro no aeroporto. Depois de mais algumas horas, chego nos Estados Unidos. Foi mais uma hora até chegar em casa. As luzes estavam desligadas por ser tarde da noite. Provavelmente Yoko nem estava em casa, e não estava mesmo.

Abro a porta, logo a fecho e caminho para meu quarto, me jogando na cama. Tudo nessas últimas horas tinha acabado comigo. Eu passei tanto tempo me esquivando e tentando não lembrar que acumulei tudo de uma vez.

Deito a cabeça no travesseiro, ponho o celular sobre a mesinha, fecho os olhos e me cubro com o edredom.

Wednesday

Esperei o dia todo pela resposta de Enid, e ela não havia sequer visto a mensagem. Tudo estava muito estranho. Liguei para Yoko, Divina e Torry, mas elas não sabiam de nada.

— O que está acontecendo, mi cariño? — Pergunto no escuro, encarando o teto do meu quarto. Depois de um tempo, acabo dormindo.

No dia seguinte, acordo com o barulho de uma ligação de Yoko.

— Oi!? — Falo meio sonolenta.

— Enid está aqui! — Ela diz meio que em um sussurro.

— Ela não ia chegar só à tarde? — Pergunto, passando a mão sobre os olhos e sentando na cama.

— Acho que algo aconteceu. Cheguei há pouco da casa da Divina, e ela está dormindo no quarto. Aparentemente, assim que chegou, foi dormir. Mal trocou de roupa.

— Tô indo pra aí! — Levanto e corro para tomar um banho. Visto uma camiseta e uma calça jeans, pego meus tênis e apareço na sala.

— Onde você vai a essa hora? — Pergunta Tyler, só de cueca e regata, comendo cereal no sofá e vendo desenho.

— A Enid chegou. Ela não me respondeu, e Yoko acha que tem algo de errado! — Digo, pegando as chaves do carro.

— Qualquer coisa me avisa!

— Tá! — Saio de casa e pego o carro no estacionamento. Em pouco tempo, chego ao prédio de Enid.

Subo as escadas até o andar dela e bato na porta. Yoko abre pra mim e caminho até o quarto da loira. Ela está jogada na cama, vestindo calça jeans e casaco, nem os sapatos havia tirado. O que estava acontecendo?

— Enid, amor? — Mexo de leve nela.

— Sou eu, Nid! — Digo, e ela abre os olhos lentamente. Vi que seus olhos estavam inchados e o nariz vermelho, como se ela tivesse chorado.

— Wednesday! — Ela senta na cama, me abraçando. Yoko acena e fecha a porta, saindo do quarto ao ver que precisávamos de privacidade.

— Amor, você está bem? — Pergunto, e ela continua no meu abraço.

— Eu...

— Foi minha culpa! — Ela diz com a voz rouca.

— O quê? O que foi sua culpa, amor? — Pergunto, e ela não me encarava.

— Meu irmão. Eu não deveria ter ido naquela porcaria de festa! — Diz, me encarando. Eu via tristeza em seu rosto, em seus olhos.

— Não estou entendendo... — Digo, confusa.

— Só fica aqui comigo, por favor! — Ela pediu, e eu assenti.

— Claro, eu fico. Mas vamos cuidar de você primeiro! — Digo, tirando seus tênis e seu casaco.

— Deita aqui! — Ela deita a cabeça no meu peito, e eu beijo seus cabelos, acalmando-a.

Beijos da Torry 😘

A Química com você- Wenclair Onde histórias criam vida. Descubra agora