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No dia seguinte faltei a aula, Noah me mandou uma mensagem preocupado, mas falei que tinha ficado para estudar para prova, e ele não respondeu mais.

A conversa que eu tinha tido ontem a noite me deixou atordoada, eu precisava encarar e conversar com quem precisava, ja que eu fui para o seu território. Jurei nunca mais pisar la, e de fato estava cumprindo aquele juramento, mas quando Noah me levou com os garotos eu não sabia que estava indo para aquele lugar em especifico.

Agora, para não acumular problemas, nem prejudicar Noah, eu precisava o encontrar, ele fez o homem ontem me convidar para um almoço, em um restaurante extremamente caro e reservado, eu não pude negar, mesmo com medo.

Ao chegar no restaurante, senti um frio na barriga. O ambiente era luxuoso, com uma decoração opulenta que contrastava fortemente com o meu estado de espírito. Enquanto eu esperava, não conseguia deixar de pensar em Noah e no que ele diria se soubesse onde eu estava.

A porta se abriu e ele entrou. Um homem, impecável em um terno escuro, com um sorriso enigmático no rosto. Ele se aproximou e me abraçou, o que me deixou ainda mais tensa.

— Sofya, é tão bom te ver depois de tanto tempo — disse ele, puxando uma cadeira para sentar-se à minha frente.

— É... também é bom te ver — respondi, hesitante.

Ele pediu vinho e, enquanto o garçom servia, me observava atentamente.

— Você cresceu muito desde a última vez que nos vimos. — Ele disse, quebrando o silêncio.

— Sim, é... faz muito tempo — respondi, escolhendo cuidadosamente minhas palavras.

Ele sorriu, mas havia algo sombrio em seus olhos.

— Eu preciso saber por que você foi ao meu território na noite passada. Depois de todos esses anos... achei que você tivesse prometido nunca mais voltar.

— Eu não sabia onde estavam me levando — disse, tentando manter a calma. — Eu só... acabei lá por acaso.

Ele suspirou, parecendo frustrado. — Senti sua falta, Sofya. Mais do que você pode imaginar. E vê-la de novo, no meu território, trouxe de volta muitas lembranças.

— Não estou aqui para relembrar — disse, mantendo meu tom firme. — Vim porque você me chamou e achei que era importante.

O garçom voltou com o primeiro prato, uma salada requintada com ingredientes que eu mal conseguia identificar. Peguei o garfo, mexendo na salada sem realmente sentir fome.

— Eu só queria vê-la, saber como está. Não pude evitar me sentir esperançoso quando a vi. Será que você não sente falta de como as coisas eram antes?

— As coisas mudaram — respondi friamente. — E eu também.

Ele assentiu, parecendo ferido. — Eu entendo. Mas ainda tenho esperança de que possamos encontrar um meio-termo. Talvez começar de novo.

— Eu não sei se é possível — respondi, olhando-o diretamente nos olhos. — Há muitas coisas entre nós agora. Coisas que não podemos simplesmente ignorar.

Ele respirou fundo, como se estivesse lutando contra suas próprias emoções. — Eu só quero que você saiba que sempre estarei aqui para você, não importa o que aconteça.

Assenti, sentindo o peso das suas palavras. — Obrigada, mas eu preciso de tempo para processar tudo isso.

O prato principal chegou, uma refeição elaborada que parecia mais uma obra de arte do que comida. O homem cortou um pedaço de seu bife, mas parecia mais interessado na conversa do que na comida.

CHANGES | nofya Where stories live. Discover now