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— O que aconteceu? — Noah perguntou após eu pegar no celular.

— É meu pai... — Falei um pouco nervosa.

— E o que ele quer? Eu ja falei pra ele ficar longe de você. — Noah se sentou preocupado e com raiva.

— Calma, parece que ele só quer se aproximar mais de mim, como pai, sem essas coisas da gangue.. — Tentei acalmar ele.

— O caralho. — Noah bufou.

— É serio. — Me sentei também, o olhando no sofá oposto.

— Você realmente acredita nisso Sofya? — Noah falou incredulo.

— Estou tentando acreditar... — A verdade é que eu não acreditava totalmente naquilo, mas poderia deixa-lo tentar.

— Sorte sua que eu estou aqui. — Ele falou convencido.

— Como se fosse alguma coisa importante. — Provoquei. — Não preciso de você.

— Ta bom Sofya, não ligo pra o que você precisa ou não. — Ele começou. — Se ele te fizer alguma coisa na minha frente eu não vou me controlar, e eu não dou a mínima que ele seja seu pai.

Fiquei calada com o que Noah tinha acabado de falar, ele era extremamente atraente quando ficava assim, me fazendo esquecer até o foco total do assunto.

— Amor. — Abby voltou do quarto e sentou perto de Noah novamente. — Eu estou com fome.

— E o que eu tenho a ver com isso? — Noah arqueou uma sobrancelha.

— Vamos sair pra uma doceria. — Ela chamou ele e eu olhei como quem não quisesse nada. — Só nós dois.

— Doceria é coisa de gay. — Noah se levantou, saindo de perto da namorada e parando em pé a minha frente. — Você conhece alguma?

— Tem uma nova que abriu, muito boa, é toda rosa e com flores. — Falei.

— Vamos. — Ele me convidou, e Abby tentou intervir, mas Noah a cortou.

Eu me levantei, surpresa com a atitude dele, mas não deixei transparecer. Noah raramente era tão direto, principalmente na frente de Abby, mas algo em seu comportamento parecia diferente dessa vez.

— Você tem certeza? — perguntei, tentando esconder o sorriso que ameaçava escapar. Eu sabia que Abby não ia gostar nada disso, e confesso que a ideia de incomodá-la me divertia um pouco.

— Eu já falei, não vou repetir. — Noah respondeu, o tom levemente impaciente, mas os olhos dele brilhavam com um toque de desafio. Ele estava testando meus limites, como sempre fazia.

Abby cruzou os braços, o rosto dela vermelho de frustração. — Noah, eu falei pra irmos só nós dois!

Ele virou a cabeça para ela, seu olhar frio como gelo. — Eu já disse, não ligo pra o que você quer. Se quiser vir, vem. Se não, fica.

Ela ficou em silêncio, mordendo o lábio, claramente irritada, mas incapaz de rebater. Era como se Noah soubesse exatamente como pressionar os botões certos, como controlar a situação sem esforço.

Eu me virei para Abby, dando um sorriso falso, mas bem intencionado. — Acho que ele já decidiu, Abby. Vai ser divertido. Quem sabe você não descobre um doce novo que gosta?

Noah segurou minha mão, quase sem esperar minha resposta, e me puxou em direção à porta. O toque dele, quente e firme, me fez esquecer por um instante o que havia dito antes, sobre não precisar dele. Havia algo reconfortante, quase viciante, na maneira como ele tomava as rédeas, como se nada nem ninguém pudesse tocá-lo ou mudar seu rumo.

CHANGES | nofya Where stories live. Discover now