NOAH URREA'S POV
Abby acordou ao meu lado, insistindo em ir ao hospital comigo. Eu relutava, mas não consegui argumentar o suficiente para deixá-la para trás. O que mais eu poderia fazer, afinal? Ela estava determinada a me acompanhar.
Quando chegamos ao hospital, o ambiente era sombrio. A luz fluorescente iluminava o corredor de maneira fria e impessoal. Assim que entrei no quarto de Sofya, o aperto no meu coração se intensificou. Ela estava lá, deitada, tão pálida e imóvel. Eu me aproximei da cama, encostando a mão na dela, sentindo sua pele fria e inerte.
Tatiana estava sentada ao lado, olhando para a filha com uma expressão cansada. Quando ela nos viu, seu olhar se iluminou um pouco.
— Bom dia — Tatiana disse, mas sua voz tinha um tom de tristeza.
Abby entrou atrás de mim e deu uma rápida olhada para Sofya, seu desinteresse era palpável. — Uau, você realmente se importa com essa garota, não é? — ela disse, uma pitada de sarcasmo na voz.
— O que você quer dizer com isso? — respondi, tentando esconder a frustração.
— Bem, ela não é sua namorada nem nada. Não entendo por que você está tão preocupado — Abby disse, cruzando os braços e lançando um olhar desdenhoso para a cama.
Eu sentia uma mistura de raiva e desconforto. — Ela é minha amiga. Preciso saber se ela vai ficar bem.
Abby revirou os olhos. — Olha, Noah, vamos ser honestos aqui. Ela provavelmente não vai acordar tão cedo. Por que você não vai para casa e deixa essa menina aqui? — Ela tentava me convencer, mas eu não queria ouvir.
— Não. Eu não vou sair daqui — respondi, firme.
Abby deu um passo mais perto, como se estivesse tentando me convencer com seu olhar. — Olha, a vida é curta. Você não deveria ficar aqui se preocupando com alguém que nem é da sua família. Vamos sair, fazer algo divertido. O que você acha?
— Abby, não é hora para isso — disse, com impaciência. — Sofya precisa de mim.
— Mas ela não pode ouvir você aqui, Noah! Você só está se prendendo a isso! — Abby insistiu, um tom de irritação na sua voz. — Vamos para casa. Não vale a pena.
Senti meu sangue ferver. A insensibilidade dela era frustrante. — Não. Você não entende. Sofya é importante para mim. Eu não vou deixá-la aqui sozinha.
Abby cruzou os braços, sua expressão exausta. — Você só está se martirizando. Deixe essa garota e vá viver sua vida!
Um silêncio pesado caiu sobre nós enquanto eu olhava para Sofya, deitada ali, tão frágil. Não era apenas uma garota; era alguém que havia me mostrado um lado diferente da vida. Eu não poderia simplesmente ir embora.
Abby suspirou, desistindo temporariamente, e se sentou na cadeira, me observando com uma expressão que mesclava impaciência e preocupação.
A tensão no ar era palpável. A manhã se arrastava, e o hospital parecia um lugar sem vida. Cada minuto que passava era um lembrete do que estava em jogo. Eu queria saber como Sofya estava, e cada momento longe dela era uma tortura.
Enquanto isso, Abby começou a olhar para o relógio. — Você realmente vai ficar aqui o dia todo? Você precisa fazer algo com sua vida, Noah. Isso não é viver.
Eu não respondi, focando em Sofya, desejando que ela acordasse. O desinteresse de Abby era irritante, mas de alguma forma, eu sabia que ela não conseguiria compreender a profundidade da situação.
Com o tempo, as palavras de Abby continuavam a ecoar em minha mente, mas minha lealdade estava com Sofya. Estar ao lado dela naquele momento era tudo que eu queria, mesmo que Abby não conseguisse entender isso.