Twenty-four

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Marinette Agreste-Cheng

Faz mais de quatro semanas desde que descobri sobre a minha segunda gravidez e as sessões de terapia andam tendo me ajudado muito a finalmente conseguir seguir em frente, sem falar do apoio essencial que meu marido super protetor (exagerado) está ...

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Faz mais de quatro semanas desde que descobri sobre a minha segunda gravidez e as sessões de terapia andam tendo me ajudado muito a finalmente conseguir seguir em frente, sem falar do apoio essencial que meu marido super protetor (exagerado) está me dando, nas últimas semanas ele não trabalhou presencialmente na empresa, algo que gerou mais um estardalhaço na mídia sobre nós dois.

De qualquer forma não demos explicações e nem daremos, minha gravidez precisa ser um segredo de qualquer forma, para a segurança desse bebê principalmente acima de tudo.

Na última vez minha gestação parecia um programa acompanhado por expectadores de todo mundo, eu e Adrien por sermos pais orgulhosos de primeira viagem postávamos alguns poucos registros sobre e muitas vezes éramos o assunto do mês ou até quando não queríamos aparecer tanto a mídia arrumava um jeito de vender nossa vida mesmo se fosse com fotos tiradas sem a nossa permissão, não fomos cautelosos o suficiente então o conteúdo era extenso sobre Emma mesmo ela não tendo nascido.

E quando souberam do incidente foi ainda pior, fiquei sem contato com as telas semanas depois de perdê-la, eu apenas entendi o motivo por terem escondido os aparelhos de mim quando estávamos em um restaurante almoçando e passava um programa comentando sobre a minha filha morta, foi muito pior do que eu imaginava ver as pessoas falando sobre aquilo, demorei meses para conseguir sair de casa e entrar em qualquer estabelecimento, minhas mãos tremiam e meu corpo suava frio quando passava para fora pelas portas da mansão, esse era o meu gatilho para a minha síndrome de pânico.

— E esse é o seu irmãozinho, filha. — o loiro vai até a lapede deixando uma cópia da imagem do ultrassom que havíamos acabado de fazer na consulta. — Não confunda com qualquer outro bebê, querida. Proteja ele, porque você, nossa anjinha é a irmã mais velha.

Escondo meu rosto em seu peitoral sentindo um pouco do cheiro masculino que me acalma, ele aperta minha cintura mais contra o seu corpo já que suas mãos estavam depositadas lá, o meu vestido branco arrasta um pouco na grama do lugar que era um jardim lindo, mas não me importo com isso.

Eu sei que parece doido, tenho até medo de contar para a minha terapeuta o que estou fazendo, mas eu pedi para que viéssemos aqui depois da consulta. Eu não consigo simplesmente fingir que eu só tenho um filho agora, para mim a minha pequena bebê loirinha tem sim o seu lugar nessa família por mais que não possamos conhecê-la direito e quando eu disse isso para Adrien ele apenas sorriu para mim concordando achando aquilo uma ótima ideia.

Alguns dizem que com os anos de casamento os casais acabam perdendo o amor um pelo o outro, mas a cada ano que se passa eu só consigo amar ainda mais o meu gatinho noturno, o fato dele sempre estar ao meu lado é tudo.

— Parabéns, filha, agora oficialmente você é uma irmã mais velha. — abro um pequeno sorriso observando seu lindo nome cravado na lapede com nossos sobrenomes e a estátua de um anjinho em conjunto. 

Deixo minha mão por cima das masculinas que estavam acariciando o meu ventre nesse momento, vou fazer de tudo por essa criança que está crescendo dentro de mim que não consegui fazer pela minha pequena e eterna Emma.

[...]

Levo mais uma garfada generosa do meu almoço a boca que me fazia salivar em apenas ver o molho vermelho da massa italiana e logo em seguida bebo um pouco do copo perto do meu prato que continha água que eu havia pedido há pouco.

As falas dos demais a minha volta não tomavam muito da minha atenção por serem mais de quatro assuntos diferentes ao mesmo tempo, algo aceitável pela mesa ter mais de oito pessoas presentes conversando, já que esse já era o último sábado do mês, o dia em que todos que estudamos no mesmo ano no Françoise Dupont juntos nos encontramos para não perder o laço ou algo próximo a isso.

— Bem que dizem que grávidas comem bastante. — o comentário inesperado é o que prende minha atenção fazendo com que eu olhasse para ele confusa.

Quem contou para Kim sobre a minha gestação? 

— Desculpe. — peço antes para não parecer grossa. — Mas como você sabe sobre... — ele me interrompe antes que eu termine como algo bem típico dele, os anos não o afetaram em nada.

— Ouvi Nathaniel comentando com a Alix hoje mais cedo. — diz simples dando de ombros. — Eu não deveria ter ouvido? — faz cara de inocente se fazendo de sonso.

Me viro na direção de Adrien que estava ao meu lado preocupada se o mesmo houvesse ouvido algo, mas quando o analiso sua expressão de desagrado é visivelmente nítida já me deixando tensa com a situação.

Kim não é uma má pessoa, só tende a ser muito desagradável na maioria das vezes e assim foi também quando eu estava grávida de Emma, piadas do tipo ele sempre buscou fazer para puxar "assunto" comigo e eu nunca demonstrei muito interesse, mas a única vez que o loiro ouviu uma delas ele quase subiu na mesa para agarrar o colarinho do atleta.

O meu gatinho é uma ótima pessoa, mas quando tende a ser exagerado e não gosta de algo ele não se importa de passar vergonha ao prestar um belo papelão.

— E bem que dizem que atletas não pensam muito. — antes que eu conseguisse impedir meu marido de dizer algo sua língua cortante é mais rápida do que eu.

Belisco sua coxa na mesma hora repreendendo sua atitude infantil e imatura.

Os olhos do homem do outro lado da mesa piscam de forma surpresa dando espaço ao sorriso sem graça que se abre em sua boca junto da coloração avermelhada de seu rosto nesse exato momento fazendo o que Adrien queria ou o que estava mais próximo de seu alcance agora, constrangê-lo.

— Ganham massa muscular e perdem a neuronal. — a voz do Graham que estava na outra berada chega de repente acompanhando a do seu primo.

O Le Chiêń abaixa a cabeça ficando em silêncio trazendo mais um pouco de ênfase a nós três para o resto da mesa mesmo que as falações houvessem sido cortadas logo após à má resposta dita pelo meu "amável e educado" esposo e seu belo cúmplice do crime que nesse momento também foi advertido por Kagami que cochichava em seu ouvido o obrigando a ficar calado.

Me viro para Nath com uma péssima expressão descontente com aquela sua boca enorme de caçapa que ele sempre me arranjou problemas. Seus lábios gesticulam um pedido de desculpas sem emitir som me olhando ainda sem jeito.

— E o que vamos pedir de sobremesa? — a voz do sem vergonha ao meu lado soa naturalmente como se não houvesse criado um climão há segundos antes.

Encaro a face plena e extremamente bonita do ex-garotinho capa de revista agora olhando para o cardápio e me mostrando algumas opções comentando sobre elas enquanto os demais devem estar pensando o mesmo que eu, que esses dois não tem um pingo de noção.

— Esse me parece bom. — sorri satisfeito apontando para o prato que estava escrito "frango frito".

Conheço muito bem essa sua feição "engraçada" e é com certeza de puro divertimento.

— Isso não é sobremesa, idiota. — nego discordando sabendo muito bem a piadinha de mal gosto que provavelmente seria relacionada a Kim, é incrível como ele não gosta dele.

Uma de suas mãos abraçam minha cintura encostando nossos dois corpos e automaticamente reposto minha cabeça em seu ombro sentindo o carinho que seu polegar fazia em minhas costas em movimentos circulares lentos.

— Sua sobremesa só chega mais tarde, princesa. — seu tom é claramente malicioso.

— Do jeito que as coisas andam vou precisar recusar, porque o meu gatinho anda muito mal criado e respondão.

— Mas foi ele quem começou. — ele replica a mesma resposta que utiliza toda vez que se desentende com Kim com a mesma voz manhosa de sempre.

Back to black [Adrinette]Onde histórias criam vida. Descubra agora