Three

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Always remember
Uh-huh, tears on the letter
I vowed not to cry anymore
If we survived the Great War

A francesa suspira cansada, elas haviam voltado para a estaca zero ou até pior, a estaca negativa

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A francesa suspira cansada, elas haviam voltado para a estaca zero ou até pior, a estaca negativa.

— Era uma clínica. —  Deixa explícito tentando não se irritar. — Eles cuidaram de você. Algo que você não estava fazendo direito.

— Você tem razão. — a azulada dá de ombros ainda com seu olhar "entediado". — A decisão certa era essa mesma, não sei ainda o porquê de vocês terem me tirado de lá tão rápido. — pega a taça de antes que estava em cima da mesa e leva aos lábios tingidos com a cor vermelha.

— Você sabe muito bem o porquê, Marin. — continua olhando para a franco-chinesa mesmo a Agreste já tendo quebrado o contato visual de ambas.

Há um ano atrás, Marinette passava por um longo e exaustivo período de luto, não só por uma, mas duas pessoas extremamente especiais em sua vida.

No começo todos achavam normal a situação da mestiça, ela estava arrasada algo já esperado por qualquer um.

Porém as coisas começaram a piorar, no começo a mulher simplesmente não comia, literalmente nada e não tinha vontade nem de ir ao hospital. Adrien pagava o médico da família para atendê-la na própria casa, sua esposa vivia interligada a soros e calmantes, algo que acabava com o pouco de sanidade que restava para o loiro.

O homem sempre se mostrava "bem" para a esposa, queria que ela soubesse que estava ali para ela, mesmo o mais alto também precisando passar por aquele período de luto.

Para ele, o pior não fora o luto no final das contas e sim ver a garota que havia se apaixonado e amado por toda vida se desgastar aos poucos.

Depois da "primeira" fase, ele achou que a mulher estava se reerguendo, aos poucos. Ela havia começado a sair de casa e comer novamente, algo que fazia o coração do Agreste se esquentar novamente e se encher de esperança.

Fora realmente um soco no estômago quando descobriu que a esposa estava tomando remédios controlados escondido dele e de todos os outros familiares.

Adrien descobriu da pior forma que poderia imaginar, acabou encontrando a azulada desmaiada e quando saiu o resultado dos exames, não havia mais o que esconder.

Ele suplicou para a amada parar com aquilo, prometeu estar do lado dela e fazer tudo que ela precisasse contanto que ela parasse de usar aqueles medicamentos que a fazia ficar tão mal. Mas a mestiça não se importava com aquilo, ela estava certa de que o seu relacionamento com o marido estava fadado ao fracasso assim como a sua vida.

O loiro ficou tremendamente espantado e com medo quando a mulher havia pedido o divórcio e foi aí, que ele percebeu que as coisas já haviam passado dos limites.

Antes de Adrien tomar uma decisão ele conversou com todas as pessoas que se importavam com a esposa pedindo conselhos até todos chegarem em apenas uma solução.

Quando chegou o dia, o francês ficou extremamente apreensivo, ele se sentia um monstro, um traíra por fazer aquilo com a mulher que mais amou em toda a sua vida. Mas até mesmo o médico que cuidava da sua esposa dissera que aquilo era a melhor decisão no momento.

A verdade era que o Agreste não queria colocar sua esposa em uma clínica de forma alguma, nunca quis, por isso quando visitava os locais sempre se queixava de algo fazendo‐o desistir de escolher uma.

Alya com seu ótimo faro de repórter obviamente percebeu que as "reclamações" do amigo, que no fundo eram apenas desculpas. Uma conversa séria com o francês fez com que finalmente o mesmo tomasse uma atitude.

Tudo aconteceu da forma mais "natural" possível, Marinette iria sair à um lugar com a Lahiffe e depois encontraria o marido lá.

As coisas começaram a ficar estranhas quando a mestiça havia notado o portão automático de aço se abrir para um lugar extremamente verde para o seu gosto e quando tirou seus pés do carro tudo parecia ficar mais claro.

A azulada direcionava um olhar ainda meio confuso para o esposo que estava em frente à porta de vidro da estrutura branca atrás de si.

— Adrien? — olha para ele esperando respostas.

O homem engolia em seco sentindo seus dedos gelarem e sua ansiedade atormentar todo seu sistema nervoso.

O que ele mais queria era pegar sua esposa e fugir para o mais longe dali.

Mas ele não podia.

Aquela era decisão certa a ser feita, ele não podia perdê-la, não podia deixar o amor de sua vida cair em sua própria teia.

— Está tudo bem, princesa. — se aproxima dela abraçando seu quadril e deixando um selar em sua testa. — Vou ficar com você. — abre um pequeno sorriso.

Os olhos azuis começam a analisar o local a sua volta com um pouco mais de receio, o sorriso que Adrien delatava não mostrava as covinhas, aquilo era o sinal que o mesmo não estava sendo sincero e ela o conhecia perfeitamente.

— Amor. — o olha começando a se preocupar.

Seu coração se comprimia num aperto doloroso na mínima possibilidade de ver a mulher com medo, se sentia um verdadeiro covarde.

— Vamos só dar uma olhada no lugar, gatinha. — aperta com cuidado a ponta do nariz arrebitado que estava vermelho pelo frio da Europa.

Ela morde o lábio inferior.

No fundo sentia que estava ferrada.

Uma senhora com uma face amável que aparentava ter no mínimo cinquenta anos abre a porta de vidro para o casal Agreste, mas os mesmos se viram para trás antes para se despedirem da repórter.

— Espero vocês aqui. — a morena abre um sorriso gentil se aproximando da melhor amiga e beijando a mão da mesma de uma forma afetuosa.

Alya sabia que ambos precisavam ver aquilo juntos, eles eram casados e aquela situação era algo extremamente pessoal entre os dois.

O loiro acena confirmando para a mulher enquanto ela se afasta.


Back to black [Adrinette]Onde histórias criam vida. Descubra agora