O dia passou tranquilo, na faculdade me dediquei em colocar minhas atividades em ordem e conversar com os professores, que curiosamente me tratavam como nunca haviam tratado. Após, estive com meus pais, conversando e tentando convencê-los que de que sabia o que era melhor para mim. Voltei para casa com o coração pesado. A conversa tinha sido mais difícil do que eu esperava. Eles estavam preocupados, e com razão. Beto estava esperando por mim quando cheguei, a expressão séria enquanto bebia uma cerveja.
— Como foi? — perguntou ele, os olhos cheios de preocupação.
— Não foi fácil. Eles estão com medo, Beto. Estão convencidos de que você está me machucando — respondi, sentindo um nó na garganta.
Ele suspirou, passando a mão pelo cabelo.
— Eu não sei de onde eles tiraram isso, porra. Não vou deixar nada de ruim acontecer com você, nunca te machucaria — disse ele, puxando-me para um abraço.
— Beto, eu estive pensando... — comecei, hesitante. — Talvez fosse melhor eu voltar a morar com meus pais por um tempo. Não porque não te amo, mas porque acho que a convivência diária pode estar nos desgastando.
Ele se afastou, a raiva visível em seus olhos.
— O quê? Júlia, você não pode estar falando sério. Acha que se afastar vai resolver nossos problemas? — disse ele, a voz cheia de frustração. — Você está sendo covarde.
— Não é isso, Beto. Eu só... eu tenho medo de que a pressão do dia a dia acabe destruindo o que temos. E meus pais estão realmente preocupados. Talvez seja melhor para nós — expliquei, tentando manter a calma.
Beto balançou a cabeça, a raiva crescendo.
— Não posso acreditar que você está pensando em fugir. Porque é isso que parece para mim, Júlia. Fugir dos problemas em vez de enfrentar comigo, que tô fazendo de tudo para tá contigo, aguentando essa merda todas. Se você sair agora, não sei se conseguiremos continuar — ameaçou ele, a voz cheia de dor.
— Beto, não é uma fuga! É uma chance de dar um passo para trás e respirar. Nós dois precisamos disso — implorei, sentindo as lágrimas se formarem.
Ele virou-se abruptamente e foi em direção ao carro. Eu o segui, sentindo o desespero aumentar. Beto estava claramente furioso. Quando ele entrou no carro, bateu a porta com força.
— Entra, vamos resolver essa porra — disse ele, sua voz fria e tensa.
Entrei no carro, e ele começou a dirigir com uma raiva visível. O caminho foi carregado de tensão, com o motor rugindo enquanto ele acelerava. Eu estava em silêncio, temendo falar algo que pudesse piorar a situação.
— Você realmente acha que pode resolver tudo se afastando? — perguntou ele, a voz dura. — Seus pais querem que você se afaste de mim, e você está considerando isso?
— Não é isso, Beto. Eu só quero pensar em como podemos melhorar — tentei explicar, mas ele não parecia disposto a ouvir.
— Sabe o que eu acho? — disse ele, sua voz subindo de tom. — Você está tentando fugir dos problemas. E se você for, talvez seja o melhor mesmo.
— Não é o que eu quero! — gritei, sentindo a frustração transbordar. — Eu só preciso de um tempo para respirar e pensar.
Ele balançou a cabeça com desdém.
— Se você acha que voltar para os seus pais vai resolver algo, então você vai. Mas saiba que, se eu te deixar na sua casa, não sei se vai haver um depois para nós — disse ele, a raiva evidente em cada palavra.
![](https://img.wattpad.com/cover/373682371-288-k754104.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Laços Invisíveis | capitão nascimento
FanficQuando o vi pela primeira vez, não sabia que aquele homem duro e imponente mudaria minha vida para sempre. Eu, Julia, uma jovem com tantos princípios, sempre sonhei em fazer justiça, mas nunca imaginei que minha luta me levaria a um amor tão intenso...