Capítulo 24 ~ Miyuke

222 30 28
                                    

Assim que me afastei do príncipe e do tio dele, voltei correndo para o Appa para pegar uma outra roupa, peguei e voltei para a trilha que ia para o tal Puhoai, segui a trilha e me deparei com uma baita muralha e guardas para todos os lados.

Me escondi entre as árvores, não tão longe para não conseguir ver nada, mas também não tão de perto para eles me verem.

Assim que escureceu, comecei a andar entre as árvores, procurando a entrada, paro assim que o vejo, com algumas carroças entrando.

No entanto, o que me chama a atenção não é o que está entrando, é a silhueta de alguém, com o braço direito encostado na árvore.

Me aproximo lentamente, tentando fazer o máximo de silêncio possível, movimento a mão, parando atrás da pessoa, em um movimento, seguro o pulso esquerdo dele, já o puxando para perto e o derrubando no chão, fico sobre ele, com os joelhos nas laterais do seu corpo.

Olho para seu rosto, sobre ele uma máscara azul e branca, ele não reage de início, tento tirar a máscara, ele segura meu pulso e me empurra para trás, girando o corpo e ficando sobre mim, ele segura meus dois pulsos sobre a minha cabeça, ficando com a máscara perto do meu rosto.

Consigo ver seus olhos negros e profundos, não consigo sentir sua respiração, muito menos me aprofundar em seu olhar, ele fica desviando em vários momentos, no entanto, o toque de sua mão é familiar e quente.

Não poderia ser ele, eu mandei ele ficar longe de mim e do Avatar, no entanto, ele também poderia ter contratado muito bem alguém para fazer o trabalho dele.

A pessoa me solta, ficando de joelhos ao meu lado, me sento, me afastando um pouco.

- Está aqui a mando do Príncipe Herdeiro? - questiono.

Ele não responde, volta a olhar para frente, ficando de costas para mim, me ajoelho e fico ao seu lado, olhando para onde ele olhava, ele fica de pé, acompanho seu movimento com a cabeça, ele olha para algo mais atrás dos portões, acompanho o seu olhar, vejo uma carroça indo em direção à entrada, ele me olha, olho para ele, ele me chama com a cabeça.

O acompanho, indo meio agachado atrás dele, nós aproximamos da carroça, pulo para dentro, esperando que ele me acompanhasse, mas não o fez, arrumo a posição, apoiando um joelho no chão, enquanto o outro continua dobrado para cima. Estico os braços, me apoiando nas madeiras na lateral.

Coloco uma das mãos na frente dos olhos, sinto o frio sobre minha pele, deixando somente minhas bochechas rosadas e os lábios fora da máscara branca.

- Trouxe tudo? - escuto um dos guardas.

- Trouxe. - o guarda que estava na carroça responde. - Todo o vinho que consegui.

A sombra de um guarda bate no pano da carroça, acompanho o seu movimento com o olhar. Não sei onde o rapaz está, mas se o guarda me ver aqui, terei que agir rápido.

- A noite vai ser boa, hein? - um outro guarda questiona.

Olho para cima, vendo a curva da carroça, a madeira que poderia aguentar o meu corpo, pulo para cima, ficando de costas para a parte de baixo, me seguro firme, escondendo o máximo possível o meu corpo, vejo o pano ser aberto abaixo da minha cabeça, ao mesmo tempo em que o pano abre abaixo dos meus pés, não me movo.

- Vamos torcer para cuspirem menos fogo do que no aniversário do Ahn. - o guarda da carroça fala.

- Minhas sobrancelhas só voltaram a crescer agora. - o outro comenta.

Reviro os olhos.

Ambos soltam o pano, desço devagar, fazendo o máximo de silêncio possível, fico na posição de antes, olho sobre o ombro na direção do guarda que faz a vistoria, ele para ao lado da carroça, um vento vindo de frente me faz olhar na direção, onde o rapaz está na minha frente, ele coloca a mão sobre a minha boca, seguro o ar, olhando em seus olhos.

A PROTETORA DO AVATAR - [ZUKO]Onde histórias criam vida. Descubra agora