Capítulo 5 - Eros

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Nossa, que confusão eu me meti. Não era para me apegar a uma humana, ainda mais em uma primeira noite. Estou tão sentido por tê-la deixado sem nenhuma explicação, me sinto o maior filho da puta do mundo. Já tinha transado com uma mulher e saído no meio da noite, mas em nenhuma me senti tão culpado. Volto a focar na terra dos seres humanos, e especificamente na casa da Bruna. Poxa... ela está chorando no banho, eu não tinha o direito de fazer isso com ela.

- Olhando a sua humana tomando banho?

- Cacete, Adônis, que susto! - bagunço as imagens para que ele não continue a vendo tomar banho.

- Gostosa a sua humana, hein?

- O que você está fazendo aqui, Adônis? Não estava se divertindo também?

- Acabou o tempo do motel, a coloquei em um carro para ir embora.

- Que cavalheiro...

- Tem de ser, as humanas são sensíveis. Mas dei um nome falso.

- Eu falei o meu de verdade, não consegui inventar nada na hora.

- Por que sua humana estava chorando?

- Você reparou também?

- Lógico, eu que não sou sentimental fiquei com dó dela.

- Porra, assim você me deixa mais mal ainda.

- Abandonou ela no meio da madrugada?

- Foi... me senti um grande babaca. Ela me contou ainda que é recém-separada, nunca tinha feito uma loucura assim... acho que estraguei a experiência dela.

- Acontece...

- É, o duro é que eu curti ficar com ela. Aquele lance que você comentou, que eu ainda não tinha pegado uma humana perfeita, é verdade. Pela primeira vez me senti completamente envolvido no sexo.

- Que interessante, Eros. A anos você faz isso, e a primeira vez que acontece... ela deve ter sido muito boa.

- Foi o conjunto de tudo. Eu queria ter ficado lá e dormido com ela, mas não tinha pedido permissão.

- Porra, Eros, você é muito certinho, cara. Um dia só, a Vênus não iria pegar no seu pé. Logo você que nunca fez nada de errado, você vacilou.

- E se eu voltasse lá semana que vem e conversasse com ela? Eu poderia falar algo parecido com a verdade, não?

- Isso já seria loucura, e pela cara dela, não sei se ela te perdoaria, não...

- O melhor é sumir, então? - falo meio bravo, não quero sumir da vida dela.

- Nessa situação, parece que sim. Foi algumas horas, ela chora agora e depois esquece. Aí fica esperta para não cair na lábia do próximo. Talvez, no final das contas, foi bom para a humana.

Ele fala isso e vai voando em direção à sua casa, e eu fico pensativo sentado na nuvem. Volto a olhar para o quarto da Bruna e ela pegou no sono, segurando a pena que eu deixei. Melhor eu ir para casa também e deixar esse negócio de humana para lá.

Volto para casa, mas minha cabeça está a mil. Não consigo relaxar nem pensar em mais nada a não ser olhar para ela e ver o que está fazendo. O dia já está amanhecendo, preciso fazer algo para me distrair. Vou até Dominic para ver se tem alguma missão.

- Eros, nada por agora. Estou tentando arrumar algumas coisas desses novos cupidos, tá bem cruel, cara. Nunca peguei uma turma tão atrapalhada na vida.

- Está tão ruim assim?

- Ruim é pouco. Estou cogitando ver com Vênus se eles não servem para outras áreas, porque tá difícil... o mundo uma merda e eu aqui parado com um bando de sem-futuro...

O triângulo dos cupidosOnde histórias criam vida. Descubra agora