Capítulo 10 - Bruna

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Capítulo 10 - Bruna

Acordei e não vi o Adônis ao meu lado. Por alguns segundos, achei que ele tivesse feito a mesma coisa que o Eros, mas comecei a sentir um cheiro gostoso de café. Caramba, aquele homem está me preparando o café da manhã? Com o cheiro do café, sinto meu estômago roncar. Agora que me lembrei, acabamos não jantando... que noite intensa! Só de lembrar, eu fico excitada. Coloco uma calcinha e uma camiseta mais larga e vou em direção à cozinha. Lá está ele, lindo, com sua cueca boxe preta e elástico branco, vindo em minha direção. Ele passa suas mãos pela minha cintura e me dá um selinho.

- Fiz café da manhã, princesa.

- Eu senti o cheirinho lá do quarto.

- Não sabia o que fazer e nem o horário que você sai para o trabalho, então fiz algumas coisas.

Vou me aproximando da mesa, com ele abraçado atrás de mim.

- Hum... Amo torradas. Obrigada, Adônis - ele cheira meu pescoço, e eu me arrepio inteira. Ele me vira para ele e me dá um beijo apaixonado, eu o paro - Ei, a gente não jantou, precisamos nos alimentar, sabia?

- Eu sei, mas me alimentaria o dia todo de você - ele me dá um selinho e puxa a cadeira para eu sentar.

Ele tinha feito até um suco de laranja para mim. Muito atencioso. Era um cafajeste atencioso, porque Adônis não tinha cara de que se prendia a uma mulher só. Talvez fosse bom mesmo pegar um assim para me ensinar algumas coisas. Tomamos o café da manhã conversando um pouco sobre trabalho. Adônis ainda era um mistério, e minha língua estava coçando para perguntar se ele era um cupido também.

- Em que está pensando, Bruna?

- Como sabe que estou pensando em algo?

- Meu sexto sentido me diz.

- Tá, estou pensando... lá vai... você também é um cupido? - ele olha para mim extremamente confuso. Vejo que ele está tentando pensar em alguma resposta plausível. - Sabe, o Eros veio aqui e me contou que vocês dois eram cupidos que estavam aqui na Terra, que ele era todo certinho, por isso me deixou naquela noite, mas que ele gostava de mim. Ele me mostrou as asas dele também - Adônis passa as mãos pelos cabelos, se levanta da cadeira e me mostra suas asas também. Ao contrário das de Eros, que eram brancas, as dele eram uma mistura de cinza.

- Não dá para esconder mais de você, sendo que Eros já contou... Sim, somos cupidos e estamos aqui na Terra como seres humanos para...

- Para o quê?

- Bom, nós dois nos apaixonamos por você. Vênus decidiu nos mandar para cá e disse que quem conseguisse te conquistar teria a aprovação dela.

- Então por isso vocês estão tão empenhados em me agradar? Eu sou tipo um troféu? - Eu realmente não sabia se me sentia lisonjeada ou puta da vida.

- Não, não, claro que não, Bruna. Vou ser mais do que sincero com você - ele se ajoelha aos meus pés, segura minhas mãos, e suas asas encostam no chão. - Eu não sei por que estou completamente, perdidamente apaixonado por você. Eu não sou o tipo de homem ou cupido que se apaixona; sempre tive sexo casual com humanas, uma noite e nada mais.

- Mas por que eu?

- Isso que eu quero entender... Eu fazer isso que fiz hoje? Nunca faria, mas tive vontade de fazer, tive vontade de dormir abraçado com você. Tive e tenho vontade de passar todos os meus dias com você, e eu quero entender o porquê... Aí você tem uma tatuagem de cupido ainda...

- Bom, agora até eu fiquei curiosa para entender o que está acontecendo, porque eu não sou mulher para ter dois caras lindos e esforçados desse jeito aos meus pés.

O triângulo dos cupidosOnde histórias criam vida. Descubra agora