Capítulo 19 - Bruna

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Capítulo 19 - Bruna

Eu estava começando a me preparar para voltar ao mundo dos cupidos quando meu pai aparece no meio da nossa sala, muito machucado.

- Pai, pai... o que aconteceu?

- Calma, princesa. Não mexa nele agora, não sabemos como estão os ferimentos.

- Precisamos tirar essas flechas dele. Bru, tem um kit de primeiros socorros no guarda-roupa, primeira porta à esquerda, em cima. Pega para nós.

Corro para o quarto, pego o kit e, ao voltar para a sala, vejo que meu pai começar a se mexer e murmurar algo.

- Eles... eles... vão começar...

- Não fale nada, pai, poupe energia.

Os cupidos me afastam e começam a cuidar dele. Colocam uma toalha em sua boca, Adônis o segura e Eros começa a puxar as flechas. Seus gritos de dor são abafados pela toalha, e eu começo a chorar de desespero. Eles fazem os curativos e o colocam deitado no sofá. Eu me ajoelho ao seu lado.

- Filha... a gente precisa ir até... a sua... mãe... eles vão... - ele respira com dificuldade - eles...

- Já entendi, pai, eles vão nos atacar. - Ele aperta minha mão. Ao fundo, ouço Eros e Adônis conversando, mas não consigo entender o que dizem.

- Princesa, precisamos ir. Não há mais por que esperar aqui. Como falamos antes, nossos poderes são limitados neste mundo.

- E meu pai?

- Vamos levá-lo também. Lá, ele ficará mais forte.

- Está bem, Eros. Vamos logo.

Adônis pega meu pai nos braços e Eros me segura contra seu corpo. Em um instante, estamos no mundo dos cupidos. Já era noite lá, e as estrelas brilhavam intensamente no céu. Voamos até a casa de Adônis, que é a mais próxima do palácio de Vênus.

- Vamos deixar seu pai na minha casa e ir atrás de Vênus - diz Adônis, colocando meu pai em sua cama.

- Pai, eu já volto. Descanse e recupere suas forças.

Eros me abraça de novo, e voamos até Vênus. Dessa vez, nenhum guarda nos detém, e entramos direto em sua sala.

- Filha, como está seu pai?

- Ele parece estar melhor..., mas não sei dizer ao certo. Ele está deitado na casa de Adônis. O que vamos fazer?

- Lutar. Eles estão vindo para cá. Estão preparados, cupidos?

- Nunca estivemos tanto, Vênus - respondem Eros e Adônis, determinados.

Os cabelos de Vênus começam a se mover, e ela brilha intensamente. Sua voz ecoa por todos os cantos.

- Cupidos, meus cupidos, os exilados estão voltando à nossa terra para tentar nos dominar. Precisamos de todos unidos. Guerreiros, preparem-se. Pais e mães, protejam suas crianças. Aqueles que não puderem lutar, fiquem dentro de suas casas. Eu os protegerei com minha magia. Vamos vencer essa batalha novamente!

- Vênus, eu tinha tantas perguntas ainda...

- Eu sei, minha filha. Se tudo der certo, responderei a todas quando isso terminar.

- Onde está Orfeu? - pergunta Adônis, olhando ao redor.

- Ele desapareceu desde a manhã. E desconfio onde ele está.

- Onde? - pergunto, assustada.

- Ao lado dos exilados... fui muito ingênua. Não percebi o plano dele... Orfeu quer tomar o mundo dos cupidos e ser o líder. E, para isso, aliou-se aos exilados. Minha vaidade me cegou para o que ele vinha planejando há anos... Bruna, você vai ficar dentro deste castelo. Colocarei minha magia de proteção aqui. Eros, Adônis, venham comigo para fora.

O triângulo dos cupidosOnde histórias criam vida. Descubra agora