Capítulo 9 - Adônis

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Merda, cheguei atrasado para o almoço e não consegui pagar o sorvete para Bruna, mas não deixaria de acompanhá-la até o carro. Cada segundo ao lado dela me ajudaria a entender melhor o que está acontecendo. Pode ser apenas fogo, o que também não explicaria muitas coisas, como o cheiro de infância que ela me trás... A acompanho até seu carro, tentando manter um autocontrole que nunca tive na vida, até vê-la lambendo os lábios depois de terminar o sorvete.

- Me perdoe, Bruna, mas eu preciso sentir o gosto do seu beijo.

Eu a pressiono contra a porta do carro, uma das minhas mãos segurando seu pescoço, enquanto a outra percorre seu corpo, querendo decorar cada curva que toco. Não consegui lhe dar um beijo doce, nem delicado, estava com muita vontade de sentir sua boca. Sinto meu pau ficando duro, muito duro. Paro de beijá-la e a olho nos olhos. Ela tinha desejo e muito tesão neles. Não resisto, mordo de leve seu lábio inferior e volto a beijá-la, sinto como se nossos corpos fossem um só de tanto que a pressiono. Paro nosso beijo e encosto minha testa na dela.

- Eu preciso de você, Bruna. Eu preciso entender porque estou assim... - Ela me olha com o rosto assustado, e eu também estou assustado.

- Eu... eu não sei o que te falar. Acho que também quero, mas agora não dá... eu preciso voltar ao trabalho.

- Posso te ligar mais tarde para combinarmos alguma coisa?

- Pode, pode sim, mas agora eu preciso ir.

Volto a beijá-la, agora minha mão está na sua bunda e a outra na sua nuca. Ela não me impede, sua mão está dentro da minha camisa, suas unhas arranhando minhas costas. Eu quero levá-la à loucura, quero que ela faça loucuras. Escuto o seu celular tocando.

- Agora preciso ir - ela fala recuperando o fôlego.

- Tá certo, também preciso ir, se não chego atrasado na minha próxima reunião.

A vejo entrar no carro e ir em direção ao trabalho. Nossa, estava muito duro para voltar agora para dentro, preciso parar de pensar na Bruna para poder abaixar, mas está difícil. Preciso comer alguma coisa, estou ficando com fome, ser humano não é fácil... Vou para o meu carro e espero uns minutos. Porra, não vai dar tempo de comer algo decente, subo para a praça de alimentação e pego um lanche para comer no caminho da reunião. Eu estava parecendo um nerdola agora, preocupado com horários ou em agradar a Bruna... o que não posso é perder, eu não nasci para perder.

Termino o que tenho para fazer e volto para meu apartamento, tomo um banho e coloco uma calça jeans com uma camiseta vermelha. Pego o celular e mando uma mensagem para a Bruna.

Adônis: - Oi, quero muito te ver ainda hoje.

Ela demora o que parece uma eternidade para responder, mas não passaram nem 10 minutos.

Bruna: - Tem certeza?

Adônis: - Nunca tive tanta certeza na minha vida, Bruna.

Bruna: - Eu vou te passar meu endereço, faço alguma coisa para a gente comer - o que eu queria era comer ela, mas aceito um jantar para começar.

Adônis: - Estou aguardando ansioso. Que horas eu chego?

Bruna: - Estou saindo da academia agora, espera 10 minutos e pode vir.

Era a minha chance de mostrar que sou melhor em tudo e não vou desperdiçar. Estava saindo de casa, quando dou de frente com Eros. Ele estava vindo do trabalho, tinha cheiro de terra, e suas roupas estavam um pouco sujas.

- Mas que caralho você está fazendo aqui?

- O que você está fazendo aqui?

- Eu moro no 208.

O triângulo dos cupidosOnde histórias criam vida. Descubra agora